A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

quinta-feira, junho 29, 2017

Delta Moon - Cabbagetown


A Delta Moon é uma banda americana de Blues Rock com origem em Atlanta, formada por velhos amigos. Já com 15 anos de estrada e vários discos na carreira, acabaram de lançar esse "Cabbagetown", um bom disco recheado de slides, mas que não traz nada de novo, não causa impacto, apenas mantém o ritmo dos demais, a mesma pegada bluesy, legal para ouvir sem qualquer pretensão, pois não deixa de ser bem agradável, suave e com boas melodias.



domingo, junho 25, 2017

All Them Witches - Sleeping Through The War

All Them Witches é uma banda relativamente nova, mas já esteve aqui no blog em 2015 quando justamente coloquei o disco deles entre os melhores daquele ano. É uma banda americana que curto bastante. Som pesado, psicodélico, uma viagem sonora com fortes referências dos anos setenta.

Esse disco novo, "Sleeping Through The War", segue a mesma linha dos três anteriores, com músicas longas, entre seis e dez minutos, mantém aquela pegada bluesy hipnótica, flertando com Queens of the Stone Age e Hawkwind.

Comprei o vinil importado do disco de 2015 e este já está na mira, pois desde quando consegui baixá-lo em arquivo digital que não sai das minhas playlists.




Ana_Thema - The Optimist

Esses dias o youtube me indicou um clipe de uma banda chamada Ana_Thema que nunca ouvira falar, nunca escutara, e, curioso, fui checar. Gostei de cara, mesmo não sendo o tipo de música que costumo escutar, nem sei ao certo classificar. É Doom, Metal, Progressivo, uma mistura viajante e frenética, uma banda super coesa, afinadíssima. Surpreso fiquei ao saber que têm quase 20 anos de estrada e esse "The Optimist" é o 11º disco da carreira, lançado em 2017. 

É uma pena que discos como esse não são lançados por aqui, e quem quiser tê-lo terá que desembolsar quase trezentos reais no vinil duplo em alguma loja na Europa ou America. Como eles farão dois shows no Brasil em agosto, quem sabe teremos alguma novidade em breve, mas por enquanto temos que nos contentar com os clipes na internet.






O ano de 67


Uau!! O tempo voa...Quase nem percebemos o qual rápido viajamos nessa máquina até quando chegamos à certo ponto e tomamos aquele susto. Assim foi desde a minha última postagem aqui no blog há quatro meses, bastante tempo para um "diário", mas o que dizer então de um tempo um tanto maior, estou falando de um tempo mais longo que a minha própria existência, meia década.

Quando chegamos a essa idade não temos pressa, é como se quiséssemos desacelerar essa "máquina" implacável do tempo. Mas, por outro lado, tenho sentido uma certa vontade de chegar aos 50, afinal, é uma idade marcante, bastante simbólica, histórica, pois não é para qualquer um completar esse grande ciclo.

Bom, mas não estou aqui para falar de mim, não especificamente, mas de alguns discos que chegaram, ou estão chegando, ao seus aniversários de 50 anos de lançamento. Alguns poucos, os meus preferidos, aqueles que de alguma forma, em algum momento, entraram na "trilha sonora" da minha vida. 

Não foi à toa essa ideia, não por acaso, mas especificamente por duas razões. A primeira foi algo que me incomodou há alguns dias e me fez pensar a respeito; a outra começou no final do ano passado, mas que por algumas razões, foi protelada.

Há poucos dias muito se falou sobre o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, e desde janeiro que também se comenta bastante sobre o primeiro disco do The Doors, ambos aniversariantes. 

O disco dos Beatles é considerado por muitos o melhor daquele ano, e vai além, pois há quem o considere um marco na história do rock, chegam a dizer que "mudou o mundo". Nossa!! Isso é algo tão grandioso se levarmos em consideração os fatos que geraram tal transformação.

Eu não estava lá naquele ano, nem senti as mudanças nos anos seguintes, então fica difícil perceber essa "força". Porém, sei que os Beatles "mudaram o mundo", causaram uma revolução na música e na juventude, isso é fato, mas foi esse disco o responsável? Isso me intriga, sobretudo porque também gosto da banda, conheço a maioria dos seus discos, e não o coloco entre os melhores do grupo, e tenho certeza que se pedirmos a qualquer fã da banda para citar suas músicas preferidas, apenas duas ou três serão desse album. A arte da capa sim, essa é espetacular, talvez a melhor e mais marcante de toda a carreira do Beatles.


Vamos então voltar a 1967, analisar apenas aquele ano. Foram doze meses de uma explosão criativa que atingiu vários cantos do mundo, uma avalanche musical. Naquela época o mundo era "maior", as distancias enormes, e os impactos desses lançamentos demoravam um pouco a atingir todos os cantos do mundo.

Os Beatles e os Stones já faziam sucesso, eram de grandes gravadoras e tinham distribuição mundial, então era muito mais fácil serem vistos, e os holofotes da mídia estavam mirados naqueles que o mundo adotou, não mostravam o nascimento de tantos outros artistas e álbuns que foram e seriam tão relevantes quanto aquele, a exemplo do surgimento, na América, dos Doors, com seu estupendo primeiro álbum, e ainda, senão tão impactante, mas tão importante, o "The Piper at the Gates of Dawn", do Pink Floyd, que por extrema coincidência foi gravado durante o mesmo período e no mesmo estúdio que o "Sgt Peppers...". Dizem, inclusive, que os músicos "espionavam-se" nas salas vizinhas.


E a chegada de Jimi Hendrix? Ah! Isso sim mudou o mundo!
Era tanta fertilidade que Jimi lançou logo dois petardos, "Are you experienced?" e "Axis: Bold as Love". Dois discos inovadores de um músico excepcional que viria a ser considerado o maior de todos, quase por unanimidade.


Disputando o frenesi com os Beatles, quase num mesmo patamar de gloria, vinham os Rolling Stones. Os Stones foram ainda mais ousados ao lançar três discos naquele ano, um deles, a meu ver, excelente: Flowers".

Poderia ainda lembrar de vários outros que são pouco conhecidos, embora sejam também excelentes, pena não terem sido divulgados para atingirem o lugar merecido. O Buffalo Springfield lançou "Again", um belo disco; o Cream explodiu com "Disraeli Gears"; o "Surrealistic Pillow", do Jefferson Airplane; "Forever Changes", do Love; e os primeiros discos do Ten Years After e do Velvet Underground, esse último, também estupendo.


Se eu tivesse que escolher um período, ou uma década, como o mais criativo, inovador e melhor da música, seria justamente entre 1967 e 1977. Alguns até consideram o ano de 67 como o mais importante, não sei, mas foi, sem dúvida, muito fértil e inesquecível. Lembrá-lo e comemorá-lo é uma delícia, é voltar no tempo sem sentir o quão distante ele está. Viajar por 50 anos de música da mais alta qualidade é um prazer imenso.

Sinto por aqueles que só conseguem enxergar e ouvir o saudoso "Sgt. Peppers...", pois há muito mais, muito mais cores e sabores a serem explorados, salgados e doces a serem degustados nessa grande festa. Feliz aniversário!!