"Fantastic Negrito" não chega a ser fantástico, mas é bom, viu? Pois é, pelo menos não é mais do mesmo, tem caráter, tem estilo, e mesmo na impossibilidade de ser algo totalmente novo, tem bastante personalidade, e isso fica muito evidente quando visto ao vivo.
Sempre que vai chegando o final do ano, começo a refletir sobre o que mais me tocou e me agradou no período. Gosto de checar o que alguns sites e blogs também acharam e estão publicando nesse sentido. Foi assim que em dezembro último, durantes essas pesquisas, vi o disco do "Fantastic Negrito" aparecendo com frequência. Como era desconhecido pra mim, fui ouví-lo nas plataformas de Streaming. O disco, como um todo, não me chamou tanto a atenção, embora de logo tenha destacado umas duas músicas.
Nunca fui muito fã de bandas que misturam tantos estilos e ele o faz, é Rock, Soul, Blues, Reggae, Jazz, e quanto mais você ouve, mais vai sentir nuances disso ou daquilo, enfim, aquela salada.
Bom, nem cheguei a salvar o álbum. Apenas ouvi mais algumas vezes, gostei mesmo de duas ou três músicas e deixei passar o restante. Mas sabe como são os "cookies", ficam nos importunando, insistindo com tudo aquilo que em algum momento mostramos interesse, e com o "Negrito" não foi diferente. Até que hoje o Youtube me sugeriu um show do cara no L.E.A.F. Festival em 2017 e deixei rolar.
Num pequeno palco, com uma dúzia de pessoas assistindo, o "negão" começou devagar, mas parece que com o calor o caldeirão esquentou, as pessoas foram chegando e o espetáculo musical contagiou a todos, inclusive a mim. A banda é coesa, vibrante, e tem aquele teclado vintage que me amarro. O "negão" canta muito e é performático, chama a atenção.
Lá pela metade os caras mandam muito bem numa versão blueseira, muito próxima da original, de "In The Pines(Where Did You Sleep Last Night), que ficou famosa com o Nirvana, mas é da lenda LeadBelly. Logo depois, uma sequência com "Plastic Hamburgers", do disco novo, e "The Duffler", invocando os gigantes do Soul, foi muito foda! Pronto, fechou a tampa.