A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

quinta-feira, abril 29, 2010

WCT - Santa Catarina


Jadson Campeão - Incrível!!
Com uma onda excelente (8,0) e outra muito boa (6,4), o nordestino de Natal sagrou-se campeão em cima do Kelly Slater (6,5 e 7,5). Atualmente com 20 anos, morando no Guarujá, a revelação brasileira arrepiou durante todo o evento e não deixou dúvidas quanto a sua vitória.


O garoto parece que não se intimida com as feras. Na final, por exemplo, ele chutava a rabeta, dava aéreos, colocava a prancha de backside em ângulos absurdos! Mostrou repertório de manobras com estilo e fluidez como ninguém.


Começou o ano com um 17º, depois ficou em 9º, e agora em 1º. Deu um pulo no ranking!


É claro que o circuito está só começando. A próxima etapa será na Africa do Sul em julho. O ranking está embolado, mas já percebe-se um distanciamento dos 10 primeiros, e temos dois brasileiros nesse bolo.


Infelizmente, o mineiro não foi tão bem e caiu um pouco, contudo sabemos do seu potencial e temos certeza da sua recuperação. Quanto aos outros dois, Neco e Marco Polo, não há muito o que esperar, são apenas figurantes.
Como fica o ranking após três etapas:

1 - Kelly Slater - 21.750
2 - Jordy Smith - 18.500
3 - Taj Burrow - 18.250
4 - Jadson André - 15.500
4 - Mick Fanning - 15.500
6 - Bobby Martinez - 14.750
6 - Dane Reynolds - 14.750
8 - Adriano de Souza - 14.250
8 - Joel Parkinson - 14.250
31 - Neco Padaratz - 4.000
41 - Marco Polo - 1.500


sexta-feira, abril 09, 2010

WCT - Australia


Acabou a "perna" australiana do circuito. Foram duas etapas, a primeira na Gold Coast e a segunda, que a princípio rolaria em Bells, aconteceu em quatro praias diferentes.


As "estrelas" continuam brilhando: Taj começou dominando e depois vieram os outros, Bede, Joel, Mick, Kelly e Adriano. Agora já podemos colocá-lo na elite; O mundo já reconhece isso!! O Mineiro está surfando de igual para igual com qualquer um. Começou o ano com dois quintos lugares e está agora na sexta posição do ranking, empatado com Joel e Bede.


Kelly mais uma vez arrebentou! O cara mesmo com uma fratura no pé direito venceu a etapa numa final contra Mick Fanning e saiu de nono para segundo no ranking. Coisas do mestre...


O Jadson vem surfando bem e acredito que possa figurar entre os 30, já os outros dois, Neco e Marco Polo, não têm surf para o WCT, sem chances.


A próxima etapa é aqui no Brasil, o que sem dúvida será uma ótima oportunidade para os brasileiros melhorarem posições. Vamos torcer!!


Ranking do World Tour depois de duas etapas:


1 Taj Burrow (Aus) – 16.500 pontos

2 Kelly Slater (EUA) – 13.750

3 Jordy Smith (Afr) – 13.250

4 Bobby Martinez (EUA) – 13.000

5 Mick Fanning (Aus) – 11.750

6 Joel Parkinson (Aus) – 10.500

6 Bede Durbidge (Aus) – 10.500

6 Adriano de Souza (Bra) – 10.500

9 Dane Reynolds (EUA) – 8.250

10 Fredrick Patacchia (Haw) – 7.500

10 Adrian Buchan (Aus) – 7.500

13 Jadson André (Bra) – 5.500

30 Neco Padaratz (Bra) – 2.250

39 Marco Polo (Bra) – 1.000

segunda-feira, abril 05, 2010

Praia do Francês / Alagoas



A Praia do Francês, no litoral sul de Alagoas, é um reduto de surfistas. Lembro-me da minha primeira viagem, em meados de '83, acompanhado do meu irmão Anderson e de um tio que hoje não surfa mais. Fomos num Fiat velho, com pranchas no teto em cima de uns colchonetes. Naquela época, pousada e restaurante era coisa de burguês. Levamos nossa barraca, armamos no coqueiral em frente ao pico e comíamos o que levamos de casa. Era surf o dia todo! Estávamos ali pra isso! Nem banho doce tomávamos!

O Francês era mágico. O mar verde transparente, aquelas ondas perfeitas e sem crowd, a areia branquinha e o coqueiral ao fundo faziam a nossa cabeça. Depois da minha primeira viagem, sempre que tinha possibilidade, largava-me pra lá. Fui várias vezes no ônibus da São Geraldo que saía de Aracaju à meia-noite e descia no entroncamento que dá acesso ao povoado, distante uns dois km, por volta das quatro da manhã. Foram várias viagens como essa, com vários amigos diferentes: Gilvan Lobo, Alberto Chocolate, Esdras, Sérgio Sessé, entre outros.

Numa dessas viagens, já com a minha esposa, passamos uns vintes dias, até que num final de semana que rolava um campeonato nordestino, uma birosca que servia almoço pra galera teve a comida estragada por uma bactéria que derrubou todos que comeram lá naquele dia. Foi uma parada sinistra! Dezenas de surfistas com infecção intestinal. Passei mal uns dois dias até que precisei ir ao Pronto-Socorro de Macéio já bem desidratado e fiquei por 24 horas tomando soro. Relativamente recuperado, voltamos para mais uma semana por lá. São muitas histórias do Francês, algumas de dias clássicos e outras bem cabulosas, como quatro dias de chuva dentro de uma barraca com três caras.

Nessa Semana Santa, voltamos lá depois de uns seis anos. Confesso que fiquei um pouco triste com o que vi: o desenvolvimento, a especulação, o comércio, o crowd intenso, tudo isso afasta aquela magia do lugar. Pra piorar, não deu onda! Apenas na sexta-feira santa ficou bonito. Foi bom rever alguns amigos: o Rei, que todo dia no final da tarde aparecia na praia pra ver seu pupilo quebrando as ondinhas; o Moabe, que disse que não estava surfando porque estava machucado; o Marcondes, que quase não reconheci de gordo, mas ainda quebrando tudo!

É uma pena que o desenvolvimento "destrua" certos lugares. Tenho certeza que na baixa estação, nos dias de semana, ainda possamos sentir naquela praia o que sentíamos há alguns anos, só não sei por quanto tempo. Vida longa ao Francês!!