Como geralmente acontece, depois de anos no mesmo formato, o novo modelo gerou algumas dúvidas. Essa semana, assisti o Hurley Pro desde o primeiro round para entender exatamente como funcionaria, e acredito que foi totalmente positivo. Com o número de surfistas reduzido, agora com apenas 36, sendo os 32 primeiros do ranking e 4 convidados, eleva-se o nível da competição.
São oito fases ao todo. Nos rounds 1 e 4, não há eliminação, os perdedores têm uma nova chance, vão para uma repescagem. Funciona assim:
Round 1 (36): São 12 baterias com 3 surfistas. Os primeiros de cada bateria passam para o terceiro round, e os segundos e terceiros, encontram-se no round 2;
Round 2 (24): São 12 baterias, homem-a-homem, com os perdedores do round 1. Os primeiros passam para o round 3 e os segundos são eliminados. Ficam em 25º lugar e marcam 500 pontos;
Round 3 (24): São 12 baterias, homem-a-homem, com os primeiros do round 1 com os primeiros do round 2. Os doze que vencerem aqui, passam para o round 4, e os que perderem ficam em 13º lugar, marcando 1.750 pontos;
Round 4 (12): Aqui acontece a grande mudança! Nesse round, ninguém é eliminado, mas vencer é muito importante, pois passa-se direto para as quartas de final. O número de baterias é reduzido, apenas quatro, ou seja, os quatro primeiros avançam e os oito perdedores vão para a segunda repescagem;
Round 5 (8): Aqui estão os oito que perderam no round 4 para duelarem no sistema homem-a-homem. Segundos contra segundos e terceiros contra terceiros. Quem vencer passa para as quartas e quem perder fica em 9º lugar, marcando 3.750 pontos;
Quartas de final (8): São quatro baterias formadas pelos primeiros colocados do round 4 com os vencedores do round 5. Os quatro primeiros farão as duas semi-finais. Os perdedores marcam 5.250 pontos e ficam em 5º lugar;
Semi-finais (4): São duas baterias homem-a-homem. Os vencedores farão a final e os perdedores ficarão em 3º, marcando 6.500 pontos;
Na final, o primeiro marca 10.000 pontos e ganha U$ 75.000 e o segundo marca 8.000 pontos e recebe U$ 30.000. Os valores recebidos melhoraram bastante. Com isso, as disputas ficarão mais acirradas e aqueles que correrão a segunda divisão, o WQS, terão muito mais interesse em entrar para a elite.
Nesse primeiro evento, o Hurley Pro, vimos um show de surf. O mar estava clássico, propiciando um alto nível de manobras. Os brasileiros, Adriano Mineirinho e Jadson André, únicos que estavam entre os 32, arrebentaram no round 1, mas perderam no round 3. As promessas, Dane Reynolds e Jordy Smith, comprovaram que são dois dos melhores surfistas atuais. Jordy perdeu nas quartas e Dane foi até a semi, quando perdeu, por pouco, para Bede Durbidge.
Kelly Slater, pela quarta vez, venceu esta etapa. O cara deu show. É impressionante como ele cresce nas baterias decisivas. Na semi-final que fez contra Mick Fanning, parecia que o australiano estava nervoso, caiu nas quatro primeiras ondas e ficou precisando de mais de 15 pontos. O mesmo aconteceu quando ele venceu o novato Owen Wright, que vinha detonando tudo. A estrela do careca ofusca seus adversários.
Com esse resultado, o ranking muda novamente. Agora Kelly assume a liderança, deixando Jordy em 2º e Taj em 3º. Adriano fica em 7º e Jadson em 13º.
Faltam apenas 4 etapas, França, Portugal, Porto Rico e Hawaii, mas muita coisa pode acontecer. Com o nível como está, fica difícil dar palpites. Tem muita gente ainda com chances e Kelly está mais forte do que nunca. Façam suas apostas...
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