A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

sexta-feira, novembro 02, 2012

"Brazilian Storm" ou "Verão sem Fim"?



Recentemente fiz um upgrade na minha TV por assinatura a fim de contratar o Canal Off, sem dúvida o melhor canal para quem curte esportes radicais. Nele, um dos meus programas preferidos é o "Brazilian Storm", que documenta a nova geração de surfistas brasileiros que está impressionando, para não dizer incomodando, o circuito mundial. O termo foi colocado pelos gringos e reflete muito bem como "eles" sentem o  incômodo causado pelos brasileiros. 

Kelly Slater e Adriano "Mineirinho"
Achava o termo bem colocado, mas lendo um artigo do colunista Alex Guaraná, mudei minha opinião. Guaraná cita o longo trabalho que vem sendo feito aqui no Brasil com o objetivo de chegarmos à elite do esporte, mesmo com todas as nossas dificuldades, como a baixa qualidade das nossas ondas, a falta de recursos, de educação, mas cita também a nossa vontade, competitividade, e atualmente o profissionalismo de alguns atletas, que fazem toda a diferença para chegarmos ao topo.

Gabriel Medina
Desde o início da ASP, no final dos anos '70, sempre tivemos algum brasileiro entre os melhores do mundo, mas era uma presença sem consistência e a cada temporada os nomes mudavam, e mesmo com alguns excelentes resultados, nunca chegamos realmente a incomodar. Agora a situação é outra. Há seis anos, Adriano "Mineirinho" de Souza, membro da "Tempestade Brasileira", classificou-se para a elite e foi o melhor brasileiro, terminando o ano com um discreto 20º lugar. Em 2007, manteve-se com uma pequena queda e finalizou em 28º. Em 2008 os ventos começaram a soprar a seu favor e ele terminou em 7º. Em 2009, mesmo com o número menor de brasileiros, Adriano ficou em 5º e a partir dai passou a ser visto com outros olhos. No ano seguinte outra pequena queda, mas manteve-se entre os 16 e ainda tivemos a chegada do Jadson André, terminando o ano em 13º.

Miguel Pupo e Jadson André
2011 foi o ano da mudança. A "Tempestade" colocou sete brasileiros entre os melhores do mundo: Adriano em 5º, Alejo Muniz em 10º, Gabriel Medina em 12º, Heitor Alves em 18º, Jadson em 22º, Raoni Monteiro em 29º e Miguel Pupo em 36º. Das onze etapas, ganhamos quatro, Adriano 2 e Gabriel 2, e todos eles reclassificaram-se este ano.

Normalmente, fenômenos naturais não duram tanto tempo, por isso agora considero o termo "Brazilian Storm" inadequado. O susto que os gringos tomaram com a presença de tantos brasileiros transformou-se em desconforto, mas falar que o domínio australiano e americano está ameaçado é precipitado, porque entre os dez melhores temos um ou dois apenas. Contudo, a nossa presença agora é contundente e consistente. Chegamos para ficar. Para o próximo ano já temos mais um classificado, Filipe Toledo, com Adriano e Gabriel mantendo-se entre os dez primeiros.

Filipe Toledo
Estamos vivendo o melhor momento do surf brasileiro, e os melhores momentos vivemos no verão, a temporada do calor, da alegria, das festas e comemorações. O frio passou e o calor dos brasileiros está esquentando a briga pelo título mundial. Passamos muito tempo esperando por isso e chegou a hora. Se continuarmos nesse caminho e fizermos tudo certinho teremos um "Verão sem Fim", uma longa temporada de bons resultados. Plantamos e estamos colhendo os frutos da estação.


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