A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

domingo, dezembro 30, 2018

Melhores Discos de 2018

Eis que no último suspiro ele acordou...
Um ano adormecido, inativo, esquecido, mas ainda vivo para revelar segredos, paixões alimentadas pela alma oculta nos sulcos dos discos de vinil e lasers nos cds.

Como sempre faço nesse época do ano, vou revelar, em ordem alfabética - porque não consigo ordenar por preferência - os discos que mais curti dentre os inúmeros lançamentos que ouvi nesse período.

Naturalmente, é impossível tomar conhecimento e ouvir a grande maioria de todos os álbuns lançados no intervalo de um ano. Assim, não tenho a menor pretensão de eleger "os melhores", mas sim listar os que mais me agradaram dentre os que tive o prazer de conhecer.

Bandas maravilhosas, discos incríveis, inspirados, novidades que todos os anos, além dos clássicos e eternos, estiveram nas minhas playlists e marcaram, de alguma forma, esse ano de 2018.

All Them Witches - ATW


Mais um do All Them Witches. Banda de Nashville, Tennessee, que contrariou a regra. Não bebe do Country daquela região, embora esteja contaminada pelo Blues, mas não o tradicional. O Blues aqui é outro, é psicodélico, soturno, moderno. Os discos da ATW costumam aparecer nas minhas listinhas quase todos os anos desde que a conheci. A sonoridade da banda muito me agrada, tem aquele climão mistico, muita psicodelia e peso na medida. ATW, o disco, é fodástico!


BlackBerry Smoke - The Southern Ground Sessions



Esses caras são velhos conhecidos, embora nunca tenham aparecido aqui, não porque não os curta bastante, mas acho os discos um tanto inconsistentes. A Blackberry Smoke lançou este ano o bom "Find a Light", além desse Ep, que não é um disco de estúdio, mas um acústico com cinco músicas do álbum anterior e mais uma cover do Tom Petty, que ficou muito massa! Uma delícia de disco que toco inteiro duas ou três vezes sem tirar de dentro...


First Aid Kit - Ruins


Foi após ver a capa desse disco em diversas publicações que fui ouvir o novo album das irmãs  suecas do First Aid Kit. Opa! Coisa linda, elas e ele, o disco, Ruins. Som limpo, vocais suaves, melodias leves. Chamam de Indie, chamo de Folk. Gostei bastante. 


Fu Manchu - Clone of the Universe



Puta banda essa!! A Fu Manchu é veterana, tem quase 30 anos e ainda muito combustível. A prova disso está aqui, seu novo disco é matador! A banda sempre foi fiel à sua sonoridade, não tem fase boa ou ruim, é a mesma Fu Manchu de sempre, por isso já sabe que nesse disco a pancadaria é a mesma, com uma única novidade, a última música com dezoito minutos, algo inusitado para eles, porém digo que é apenas reflexo da evolução musical da banda explorando toda sua capacidade.


GospelBeacH - Another Winter Alive


Ouvi pela primeira vez a GospelbeacH - é assim mesmo a grafia - logo no início do ano, pelo disco anterior, e gostei daquele sonzinho, levinho, praiano, meio Folk-Rock, meio Pop. Não era um grande disco, assim como esse também não é, embora seja grudento, agradável, gostosinho, e talvez por isso tenha tocado varias vezes nas minhas playlists nos últimos meses e ele esteja aqui entre os mais curtidos.


Greta Van Fleet - Anthem of the Peaceful Army



Agora sim, eles vieram com tudo, com um belíssimo Full Length recheado do mais puro veneno Rock 'n Roll, capaz de fazer com que todos que os experimentem afirmem que estão ouvindo Led Zeppelin, mesmo sabendo que o Zeppelin - a banda - implodiu em 1979. Isso não é ruim, não é defeito, não é pouco, pelo contrário, é uma honra. Incrível uma banda de garotos tão jovens ser tão poderosa. Eu quero é mais Greta Van Fleet!!


King Buffalo - Longing To Be The Mountain


Que boa surpresa esse disco! Quando ouvi pela primeira vez a King Buffalo num tributo a Hendrix lançado em 2015, a sonzeira psicodélica da banda chamou minha atenção. Uma banda coesa, boas guitarras, um baixão contagiante e um ótimo vocal. Os caras tocam muito, fazem músicas com nove, dez minutos que remetem ao progressivo. Excelente banda e disco!! 


Kurt Vile - Bottle It In


Obrigado YouTube! Sim, foi por sugestão dele, ano passado, que conheci Kurt Vile. Desde então passei a ouvir todos os discos dele e da sua banda anterior(The War on Drugs), a qual também fiquei fã. Este ano ele lançou Bottle It In, seu já oitavo album em dez anos de carreira solo e muito bom, relaxado, divertido, um album para qualquer hora.


Mason Jennings - Songs From When We Met



Embora eu já curta Mason Jennings há muito tempo, dez anos no mínimo, é a primeira vez que ele entra nessa "seleta" lista. Segundo ele mesmo, este é um album pessoal, íntimo. Para mim, nenhuma novidade, pois mesmo que esteja enganado, todos os discos dele me pareceram assim. Sentimental é como posso definir a música desse cantor, compositor, poeta, político e eclético músico apaixonado. Belíssimo disco!


Naxatras - Naxatras III


Uma banda fora do "eixo", um trio. Assim como a ótima 1000mods, a Naxatras vem da Grecia. Nesse terceiro album com apenas sete músicas em mais de uma hora, a banda mandou outro discaço flertando Hard Rock e Psicodelia utilizando a mesma fórmula dos anteriores, o bastante e suficiente para fundir sua cabeça. Esse disco é, nas palavras da própria banda, 'Uma viagem para uma terra desconhecida. Um mecanismo antigo. Uma profecia.''



The Sheepdogs - Changing Colours


Nosso bom e velho Classic Rock está super bem representado por esses canadenses da Sheepdogs. Disco após disco eles nos trazem um blend de Southern Rock 'n Roll Boogie and Psych dos melhores que existem, se é que dá pra entender isso. Quando escutei o antecessor "Future Nostalgia" há uns dois anos gostei de cara da banda. Agora esse "Changing Colours" mantém o nível. Duplo, trás clássicos como "Nobody", "I've Got A Hole Where My Heart Should", a linda balada "I'm Just Waiting for My Time", entre outras tantas pedradas. Discaço!



The Smashing Pumpkins - Shiny and Oh So Bright, Vol. 1


Pelo menos 3/4 da banda original estão de volta nesse album e isso fez a diferença. A excelente Smashing Pumpkins dos anos 90 perdeu força na década seguinte sem seus membros originais. Mas Billy Corgan cedeu, antes tarde do que nunca, e nos brindou com outro petardo. Shiny... é muito bom, vai aparecer em muitas listas por aí. Fico feliz em ter de volta uma das minhas bandas preferidas.


Wooden Shjips - V


Do underground de São Francisco vem a Wooden Ships, mesclando Psicodelia com Rock and Roll. Os caras já estão no quinto disco, mas foi por esse que conheci a banda. Foi logo no início do ano e no mesmo dia encomendei o vinil, foi amor a primeira orelhada. São muitos elementos no som da banda, algo que excita e relaxa. Me fez lembrar muito a "Black Mountain", o que já seria o bastante para admirá-los, mas segundo eles mesmos, as principais influências vêm de Velvet Underground e Neil Young, duas bandas que adoro, então tá explicado, discaço!!! 

terça-feira, janeiro 02, 2018

Melhores Discos de 2017


Melhor é relativo, e assim são todas as listas, pois são, na realidade, preferidas, até porque é impossível ouvir todos os discos, de todos os estilos lançados em um ano.

Esse foi mais um ano rico em lançamentos, tanto em quantidade - cada vez maior, ou maior é a divulgação, possibilitando conhecer músicas de todos os cantos do mundo - como em qualidade. Nesse universo, é claro que sempre há aqueles que se sobressaem, apesar de que em 2017 nem foram tantos assim, nem foram fenomenais.

Todos os anos, quando penso em fazer a minha lista de preferidos, preciso "peneirar" grande  quantidade para conseguir finalizar em dez ou doze. Esse ano não foi diferente, principalmente nos últimos dias, quando parecem surgir uma infinidade de discos bons, que devem ter amadurecido por meses até serem lançados.

Minhas bandas preferidas(Social Distortion, Black Mountain, Freedom Hawk), excluídas as eternas, não lançaram discos; outras que também curto muito(Mark Lanegan, QOTSA, Ten Years After, Van Morrison) até lançaram, mas não no nível que espero delas; porém algumas que jamais ouvira, inclusive de países fora do eixo como Mali, Polônia e Argélia, me surpreenderam, e isso é ótimo!

Tentei, mas não consegui fechar essa lista com dez, então aqui estão os meus doze discos preferidos lançados em 2017, ou pelo menos os que mais ouvi, em ordem alfabética com os devidos destaques e links para algumas músicas, pequenas resenhas, pois assim evito conflitos, até mesmo porque a preferência é mutável conforme o estado de espírito, fazendo as posições se invertem constantemente.

Ana_Thema - The Optimist


Progressivo ou Metal? Não sei dizer. Difícil rotular esse som. Essa foi uma das boas "novidades" do ano. A banda vem de Liverpool e já tem muita estrada. Este é o décimo album de carreira, embora o primeiro que escutei, graças a um vídeo da música "Ghosts" sugerido pelo Youtube . Bom disco!

Chris Stapleton - From a Room



Numa mistura de Country, Blues e Southern, Chris Stapleton está entre os melhores do ano. Escutei o primeiro disco dele ano passado e curti bastante algumas músicas. Este ano ele lançou logo dois volumes e está melhor ainda. A primeira que colou foi "Broken Halos", do primeiro volume, e no segundo a lista é grande, vale muito.

Gin Lady - Electric


Este é o quarto album da Gin Lady e a terceira vez na lista de meus preferidos. O primeiro deles foi um orgasmo sonoro(como seria bom se tivéssemos alguns desses por ano). Este não chega a tanto, mas é gostoso, dá prazer. É uma das melhores representantes suecas que traz de volta o Hard Rock melódico, o clássico Rock and Roll setentista, um filho legítimo do Uriah Heep. Escute "Brothers of the Canyon" para me dar razão.

Gov't Mule - Revolution Come...Revolution Go


Riffs pesados, vocais poderosos, letras que falam de amor e revolução. Warren Haynes é um gigante, excelente guitarrista, cantor, compositor da melhor safra americana. Um cara que passou pelo Allman Brothers já lhe dá muita credencial. Logo que escutei as primeiras faixas do disco("Dreams & Songs") tratei de comprá-lo em vinil duplo, pois esta é uma das minhas bandas preferidas da atualidade, e este disco é um dos melhores do ano, petardo!

Gregg Allman - Southern Blood



Foi muito triste a notícia da passagem do Gregg Allman, um ícone do Rock and Roll fiel a sua banda, as suas origens. Quando o disco foi lançado, ele já havia partido, mas curtiu seus últimos momentos da vida gravando um album que ficará na memória e no coração dos seus milhares de fãs pelo mundo. Músicas como "I Love The Life I LIve" e "My Only True Friend" mostram como ele estava se preparando para partir.

Jason Isbell and The 400 Unit - The Nashville Sound



Outro disquinho que escutei legal esse ano foi esse do Jason Isbell. Já curti algumas músicas dele há algum tempo, de outros albuns, mas esse se destacou dos demais. Aqui ele conseguiu o equilíbrio entre melodias suaves e pegadas pesadas, típicas do Southern Rock, sua origem. "Tupelo", "Anxiety""White Man's World" tocaram muito nos meus players. A minha veia da música americana recebeu boas doses nesses últimos doze meses...

Me and That Man - Songs of Love and Death



Pense numa mistura inusitada, Metal com Folk. Ninguém vai botar fé, nem eu, até escutar o que esses dois caras, Adam Darski e John Porter, poloneses, fizeram nesse disco sombrio, onde o Country, o Blues e o Folk unem-se para criar um som único, inovador, carregado de emoção e sensualidade. "Magdalene" é apenas uma das delícias do album, chega a ser obscena! Tenho certeza que se o Johnny Cash estivesse vivo este seria o seu disco preferido.

Neil Young - Hitchhiker


Se eu escrevesse essas listas nos anos 70 os discos do Neil Young estariam em todas elas. Muito embora, nas décadas seguintes, isso não se aplicaria, pois foram muitos os seus experimentos e alguns passam longe dos seus clássicos. Alguns desses clássicos("Powderfinger""Pocahontas") estão neste album, embora não seja propriamente uma coletânea, pois todas as músicas estão diferentes das originais. São versões acústicas gravadas em uma única noite em agosto de 1976 e depois engavetadas por 40 anos. Este é o Neil que amo, carregado de emoção, na sua essência, tocando as cordas do seu violão e soprando seus demônios pelos sulcos da sua gaita.

Robert Plant - Carry Fire



Robert Plant já está com 69 anos, é um veterano, mas ainda está em forma e inspirado. Se for escutar esse disco pensando no Led Zeppelin, esqueça, certamente ficará frustrado. Não tem Blues, não tem peso. "Carry Fire" é quase um disco Folk, com alguns ritmos africanos, melancólico, espiritual, refinado. Um dos melhores discos dele.

Stephen Stills & Judy Collins - Everybody Knows


Stephen Stills é um velho conhecido, adoro suas participações no C,S,N & Y e também seus discos solo. Judy Collins, bem, nada sei sobre ela, apenas que eles se amam. Quando vi esse lançamento logo me interessei por gostar de tudo de Stills, pois o cara só faz música boa, e aqui eles estão ótimos. A voz de Judy Collins é gostosa, sofisticada. No disco eles gravaram músicas antigas dos dois e fizeram algumas versões de outros ícones do Rock. Escute "Judy".

Tamikrest - Kidal



Gosto da música africana, até já tive alguns discos, mas faz tempo que nada me encanta, até que esse lançamento chegou com elementos de blues, rock, reggae e jazz. Que som massa, uma delícia, viciante!! Eu garanto, nenhum disco dessa lista soa parecido, e isso é algo difícil na música atual, originalidade. Isso é só uma pequena amostra: "Wainan Adobat" e "Mawraniha Tartit".

The War on Drugs - A Deeper Understanding



Provavelmente o meu preferido, com certeza o que mais ouvi durante o ano. Foi um comentário de um amigo que chamou minha atenção para o disco. Ele dizia que não conseguia parar de ouvir, aconteceu comigo. Psicodelia Pop recheada de teclados e guitarras viajantes numa beleza rara. Comecei curtindo "Holding On" e me apaixonei por "Thinking of a Place". Sentimentos aflorados.