A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

quinta-feira, junho 29, 2017

Delta Moon - Cabbagetown


A Delta Moon é uma banda americana de Blues Rock com origem em Atlanta, formada por velhos amigos. Já com 15 anos de estrada e vários discos na carreira, acabaram de lançar esse "Cabbagetown", um bom disco recheado de slides, mas que não traz nada de novo, não causa impacto, apenas mantém o ritmo dos demais, a mesma pegada bluesy, legal para ouvir sem qualquer pretensão, pois não deixa de ser bem agradável, suave e com boas melodias.



domingo, junho 25, 2017

All Them Witches - Sleeping Through The War

All Them Witches é uma banda relativamente nova, mas já esteve aqui no blog em 2015 quando justamente coloquei o disco deles entre os melhores daquele ano. É uma banda americana que curto bastante. Som pesado, psicodélico, uma viagem sonora com fortes referências dos anos setenta.

Esse disco novo, "Sleeping Through The War", segue a mesma linha dos três anteriores, com músicas longas, entre seis e dez minutos, mantém aquela pegada bluesy hipnótica, flertando com Queens of the Stone Age e Hawkwind.

Comprei o vinil importado do disco de 2015 e este já está na mira, pois desde quando consegui baixá-lo em arquivo digital que não sai das minhas playlists.




Ana_Thema - The Optimist

Esses dias o youtube me indicou um clipe de uma banda chamada Ana_Thema que nunca ouvira falar, nunca escutara, e, curioso, fui checar. Gostei de cara, mesmo não sendo o tipo de música que costumo escutar, nem sei ao certo classificar. É Doom, Metal, Progressivo, uma mistura viajante e frenética, uma banda super coesa, afinadíssima. Surpreso fiquei ao saber que têm quase 20 anos de estrada e esse "The Optimist" é o 11º disco da carreira, lançado em 2017. 

É uma pena que discos como esse não são lançados por aqui, e quem quiser tê-lo terá que desembolsar quase trezentos reais no vinil duplo em alguma loja na Europa ou America. Como eles farão dois shows no Brasil em agosto, quem sabe teremos alguma novidade em breve, mas por enquanto temos que nos contentar com os clipes na internet.






O ano de 67


Uau!! O tempo voa...Quase nem percebemos o qual rápido viajamos nessa máquina até quando chegamos à certo ponto e tomamos aquele susto. Assim foi desde a minha última postagem aqui no blog há quatro meses, bastante tempo para um "diário", mas o que dizer então de um tempo um tanto maior, estou falando de um tempo mais longo que a minha própria existência, meia década.

Quando chegamos a essa idade não temos pressa, é como se quiséssemos desacelerar essa "máquina" implacável do tempo. Mas, por outro lado, tenho sentido uma certa vontade de chegar aos 50, afinal, é uma idade marcante, bastante simbólica, histórica, pois não é para qualquer um completar esse grande ciclo.

Bom, mas não estou aqui para falar de mim, não especificamente, mas de alguns discos que chegaram, ou estão chegando, ao seus aniversários de 50 anos de lançamento. Alguns poucos, os meus preferidos, aqueles que de alguma forma, em algum momento, entraram na "trilha sonora" da minha vida. 

Não foi à toa essa ideia, não por acaso, mas especificamente por duas razões. A primeira foi algo que me incomodou há alguns dias e me fez pensar a respeito; a outra começou no final do ano passado, mas que por algumas razões, foi protelada.

Há poucos dias muito se falou sobre o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, e desde janeiro que também se comenta bastante sobre o primeiro disco do The Doors, ambos aniversariantes. 

O disco dos Beatles é considerado por muitos o melhor daquele ano, e vai além, pois há quem o considere um marco na história do rock, chegam a dizer que "mudou o mundo". Nossa!! Isso é algo tão grandioso se levarmos em consideração os fatos que geraram tal transformação.

Eu não estava lá naquele ano, nem senti as mudanças nos anos seguintes, então fica difícil perceber essa "força". Porém, sei que os Beatles "mudaram o mundo", causaram uma revolução na música e na juventude, isso é fato, mas foi esse disco o responsável? Isso me intriga, sobretudo porque também gosto da banda, conheço a maioria dos seus discos, e não o coloco entre os melhores do grupo, e tenho certeza que se pedirmos a qualquer fã da banda para citar suas músicas preferidas, apenas duas ou três serão desse album. A arte da capa sim, essa é espetacular, talvez a melhor e mais marcante de toda a carreira do Beatles.


Vamos então voltar a 1967, analisar apenas aquele ano. Foram doze meses de uma explosão criativa que atingiu vários cantos do mundo, uma avalanche musical. Naquela época o mundo era "maior", as distancias enormes, e os impactos desses lançamentos demoravam um pouco a atingir todos os cantos do mundo.

Os Beatles e os Stones já faziam sucesso, eram de grandes gravadoras e tinham distribuição mundial, então era muito mais fácil serem vistos, e os holofotes da mídia estavam mirados naqueles que o mundo adotou, não mostravam o nascimento de tantos outros artistas e álbuns que foram e seriam tão relevantes quanto aquele, a exemplo do surgimento, na América, dos Doors, com seu estupendo primeiro álbum, e ainda, senão tão impactante, mas tão importante, o "The Piper at the Gates of Dawn", do Pink Floyd, que por extrema coincidência foi gravado durante o mesmo período e no mesmo estúdio que o "Sgt Peppers...". Dizem, inclusive, que os músicos "espionavam-se" nas salas vizinhas.


E a chegada de Jimi Hendrix? Ah! Isso sim mudou o mundo!
Era tanta fertilidade que Jimi lançou logo dois petardos, "Are you experienced?" e "Axis: Bold as Love". Dois discos inovadores de um músico excepcional que viria a ser considerado o maior de todos, quase por unanimidade.


Disputando o frenesi com os Beatles, quase num mesmo patamar de gloria, vinham os Rolling Stones. Os Stones foram ainda mais ousados ao lançar três discos naquele ano, um deles, a meu ver, excelente: Flowers".

Poderia ainda lembrar de vários outros que são pouco conhecidos, embora sejam também excelentes, pena não terem sido divulgados para atingirem o lugar merecido. O Buffalo Springfield lançou "Again", um belo disco; o Cream explodiu com "Disraeli Gears"; o "Surrealistic Pillow", do Jefferson Airplane; "Forever Changes", do Love; e os primeiros discos do Ten Years After e do Velvet Underground, esse último, também estupendo.


Se eu tivesse que escolher um período, ou uma década, como o mais criativo, inovador e melhor da música, seria justamente entre 1967 e 1977. Alguns até consideram o ano de 67 como o mais importante, não sei, mas foi, sem dúvida, muito fértil e inesquecível. Lembrá-lo e comemorá-lo é uma delícia, é voltar no tempo sem sentir o quão distante ele está. Viajar por 50 anos de música da mais alta qualidade é um prazer imenso.

Sinto por aqueles que só conseguem enxergar e ouvir o saudoso "Sgt. Peppers...", pois há muito mais, muito mais cores e sabores a serem explorados, salgados e doces a serem degustados nessa grande festa. Feliz aniversário!!

segunda-feira, fevereiro 27, 2017

WCT 2017


Está quase começando a grande maratona do surf mundial...Novamente o WCT virá com as 11 etapas, no mesmo formato e mesma disposição de países, apenas o Rio de Janeiro mudará de praia, saindo da "Cidade Maravilhosa", indo para onde tudo começou, Saquarema. 

A Australia, "perna" do circuito mais importante - digo isso pois é o único pais que sedia 3 etapas - já está preparada e recebendo os 34 surfistas da elite. Falando neles, a sempre incógnita Kelly Slater continua assombrando. Manteve-se entre os 10 no ano passado e volta pra briga, sempre perigosíssimo; Owen White, afastado por contusão há um ano, deve ser presença garantida como convidado. Entre os brasileiros, o time perdeu dois nomes e ganhou um: caíram Alejo - uma grande perda - e Alex - não fará falta. Chegou o Ian Gouveia. Paira sobre ele muitas dúvidas. Terá o garoto surf para a grande arena? Não aposto alto. Diria que as chances dele são pequenas, não acredito em grandes resultados, não vencerá qualquer etapa, mas com um pouco de sorte pode ficar entre os 22, veremos. Dos 8 já conhecidos, acredito que 4 continuarão nas "cabeças", Gabriel, Adriano, Filipe e Italo; os outros 4, Caio, Wiggoly, Miguel e Jadson, lutarão mais uma vez para manter-se.

Outras surpresas virão, os 3 europeus, Frederico Moraes(Por), Joan Duru(Fra) e Leonardo Fioravanti(Ita). Três excelentes surfistas, um alerta para o domínio australiano, americano e brasileiro.

Esse é o cenário composto  por monstros, feras, zebras e cordeiros.  Há quem profetisa, há quem reza, há quem amaldiçoa. Só há uma verdade, chova ou faça sol, a mãe natureza conduzirá a festa; os chefões da ASP distribuirão milhões; os guerreiros se matarão; e nós, estaremos aqui, acompanhando tudo, vibrando, sorrindo e gritando, xingando, fazendo nossa parte...living the dream...

Primeira fase do Quiksilver Pro Gold Coast

1 Michel Bourez (PLF), Conner Coffin (EUA), Jadson Andre (BRA)
2 Matt Wilkinson (AUS), Stuart Kennedy (AUS), Ian Gouveia (BRA)
3 Kolohe Andino (EUA), Kanoa Igarashi (EUA), Jack Freestone (AUS)
Gabriel Medina (BRA)Wiggolly Dantas (BRA), Ezekiel Lau (HAV)
5 Jordy Smith (AFR), Miguel Pupo (BRA) e wildcard
6 John John Florence (HAV), Connor O’Leary (AUS) e wildcard
7 Kelly Slater (EUA), Mick Fanning (AUS), Jeremy Flores (FRA)
8 Julian Wilson (AUS), Caio Ibelli (BRA), Leonardo Fioravanti (ITA)
9 Joel Parkinson (AUS), Italo Ferreira (BRA), Joan Duru (FRA)
10 Filipe Toledo (BRA), Adrian Buchan (AUS), Frederico Morais (POR)
11 Adriano de Souza (BRA), Josh Kerr (AUS), Bede Durbidge (AUS)
12 Sebastian Zietz (HAV), Owen Wright (AUS), Ethan Ewing (AUS)

sábado, fevereiro 11, 2017

John Mayall - Talk About That


A expectativa de vida da população brasileira é de 75 anos, a inglesa é de 80 anos. Até que a diferença não é tão grande. Mas vamos analisar sob uma outra perspectiva: quem nessa avançada idade permanece ativo, criativo, trabalhando, produzindo com a mesma qualidade que algum dia alcançou? Tenho certeza que praticamente ninguém, poucos são aqueles que ainda estão lúcidos e independentes.

Pois bem, é mesmo um privilégio para poucos. Um desses iluminados chama-se John Mayall. Nasceu e cresceu na Inglaterra. Inclinou-se para a música ouvindo os discos de Jazz e Blues do seu pai, sobretudo os dos guitarristas Big Bill Broonzy, Brownie McGhee, Josh White e Leadbelly.  Tão logo ouviu o Boogie Woogie dos pianistas Albert Ammons, Pete Johnson e Meade Lux Lewis, ficou fascinado e não demorou para começar a tocar esse instrumento, assim como a harmônica, influenciado por Sonny Terry, Sonny Boy Williamson e Little Walter. Por esse histórico, pelos nomes que fizeram a cabeça do garoto, percebe-se que a música americana, sobretudo o Blues do Delta, foi a base da sua formação, e o estilo com o qual ele se identificou e difundiu no velho mundo a partir de meados da década de sessenta.

Mais de cinco décadas passaram-se e o que esperar desse cara que lançou seu primeiro disco em 1965, há 52 anos, e sempre se manteve na ativa? Não muito, pois quem depois de mais de sessenta discos lançados conseguiria superar-se e surpreender seus fãs com um trabalho tão bom quanto os melhores da sua imensa discografia? Pois ele conseguiu.


"Talk About That" acaba de ser lançado. É o 65º disco de Mayall, um album pautado no estilo que percorreu por toda sua carreira, o Blues. Ele canta, toca guitarra, piano e harmônica. São onze faixas, todas de sua autoria. É preciso ouvir esse disco para acreditar no que estou dizendo. É simplesmente surpreendente como ele permanece tão bom quanto antes, até a voz, que normalmente se desgasta com o tempo, está a mesma. 

A faixa título, "Talk About That", "The Devil Must Be Laughing" e "I Didn't Mean to Hurt You" são as minhas preferidas, mas todo o disco é bom, homogêneo. Não chega a ser um clássico, nem acredito que tenha sido concebido com esse propósito, todavia pode ser que seja o último de Mayall, e seria uma ótima deixa para encerrar sua brilhante carreira. 


domingo, fevereiro 05, 2017

Black Sabbath - O Fim


04 de fevereiro de 2017 foi o dia oficial do fim do Black Sabbath, a maior banda de metal de todos os tempos, a maior referência, a criadora do estilo. Foram quase 50 anos de carreira, várias formações, muitos albuns, alguns clássicos absolutos, outros sempre lembrados, alguns fracos. A história dessa banda já foi escrita em vários livros, é uma epopeia musical.

Comecei a ouvir o Black Sabbath ainda na adolescência, mas naquela época a principal formação da banda já havia acabado, no entanto, era como se uma nova banda tivesse surgido e estava tão boa ou melhor que a anterior, há inúmeras discussões e divergências quanto a isso. Para mim, ambas são fantásticas.


Tony Iommi criou a banda em meados de 1968. Chamou seu amigo Bill Ward para formarem uma banda de blues. Anunciaram que precisavam de um vocalista, e foi daí que o garoto delinquente Ozzy Osbourne apareceu. De logo, Iommi não gostou dele, mas o cara tinha um amplificador, e isso fez toda diferença e lhe garantiu a vaga. Ozzy convidou um amigo, Geezer Butler. Indicou-o e estava assim formado o Black Sabbath.

Com essa formação saíram dos subúrbios de Birmingham, do anonimato para o estrelato em muito pouco tempo, bastou apenas o lançamento do álbum homônimo em 1970, o qual conquistou a Inglaterra e os levou de imediato a gravarem o sucessor, "Paranoid", fazendo-os conquistar o mundo.

Foram gravados oito álbuns até 1978, quando a coisa desandou de vez, drogas e egos inflados puseram o primeiro fim à banda. Ozzy debandou e formou sua banda. Iommy não estava satisfeito, queria seguir em frente, e depois de muito escolher, trouxe a melhor voz do rock, Ronnie James Dio, dando assim início a curtíssima, porém estrondosa fase de onde saíram apenas dois álbuns de estúdio e um ao vivo, suficientes para chocarem, mais uma vez, o mundo do metal.


Foi nessa época, início dos anos 80 que escutei o Sabbath pela primeira vez. Foi com o disco "Heaven and Hell", e logo depois "Mob Rules", ambos estupendos. Aquilo me chocou, nada soava como eles, fiquei louco. Nunca vou esquecer o dia que meu pai trouxe de uma viagem que fez ao Rio de Janeiro o album duplo "Live Evil". Tranquei-me no quarto e chorei, passei dias admirando aquela capa, ouvindo sem parar aquele disco maravilhoso, transportava-me para aquele show com meus fones de ouvido no máximo volume...

Nessa época conheci um cara, Emmanuel Vasconcelos, "...um garoto que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones", apaixonado por música que também estava descobrindo o Sabbath. Ficávamos horas escutando aqueles discos e descobrindo os mais antigos, tanto na minha casa, como na maioria das vezes, como preferíamos, no quintal da casa dele, debaixo de uma mangueira, à noite, no escuro, a fim de "sentirmos" todo o poder e impacto daquela música. Ficávamos fascinados, viajávamos no tempo..

Em meados dos 80's a banda mudou novamente e seguiu com várias formações, todas instáveis que nunca mais aplacaram outro disco como aqueles de outrora. Foi nessa época que deixei de ouvir os lançamentos, mas mantive-me fiel aos dez primeiros albuns, até que em 1998, depois de inúmeras tentativas, a formação original voltou a gravar um álbum ao vivo chamado "Reunion", aquele que todos os fãs esperavam há anos. Mas foi só. Queríamos muito mais, mas foi em vão, eles não conseguiam mais ficar juntos.


Mais uma esperança veio em 2009 quando Dio e Appice voltaram com Iommy e Geezer para lançarem "The Devil you Know", um disco do Black Sabbath, embora sob o nome Heaven and Hell. Pesadíssimo, trouxe a energia e o poder do velho metal à tona. Daí veio uma tragédia para nós, fãs, Deus chamou Dio para seu lado, Ele merecia ter "a voz" por perto, já tínhamos tido a grande oportunidade de tê-lo conosco por algum tempo. Foi o outro fim, mais um.

Ainda não, ainda havia uma chama. Eis que surge outra oportunidade de juntarem-se os originais para um derradeiro disco. Foi uma loucura para os fãs, todavia, a tentativa foi frustrada por falta de um acordo com Bill. Uma pena! Os três remanescentes decidiram levar o projeto à frente, mesmo sem Bill. Então convidaram Brad Wilk, um monstro nas baquetas. Queríamos o Bill, mas devemos assentir que esse cara fez um belo trabalho. Nasceu "13", o album, um petardo. O Sabbath estava de volta. Saíram em turnê mundial, saciando a necessidade de milhões de fãs que tanto almejavam por vê-los em ação de novo.

Aqui preciso fazer uma ressalva: comprei o disco, lógico, é muito bom, mas não gostei do que vi nas apresentações ao vivo. Tony e Geezer eram os mesmos, mas Ozzy....fiquei triste em ouví-lo, estava muito aquém daquele que curti por toda minha vida, sua voz já era...Tínhamos o Sabbath, mas faltava algo, foi o que senti. 

Ano passado eles vieram ao Brasil, era talvez a última oportunidade de vê-los ao vivo, mas não me animei, justamente porque sou nostálgico, tenho certeza que não me sentiria totalmente feliz em ouvir um "Ozzy" que não era o Ozzy, isso, de certa forma, me faria algum mal(vai entender?).

Bom, toda saga tem um fim, e essa chegou meio que inesperadamente no dia de ontem, 04 de fevereiro de 2017, justamente no lugar onde tudo começou, em Birmingham. O meu querido Black Sabbath anunciou que seria o último show deles. 

Por tudo, por todo esse tempo, pelas alegrias e tristezas, pelas loucuras, viagens, alucinações, pelas amizades, discussões, paixões, por ter me envolvido tanto...sofri, senti muito. É um sentimento inexplicável. Resta-me apenas passar o resto da minha vida fazendo o mesmo, o que não me canso, o que me dá o mesmo prazer de sempre, ouvir meus discos dessa banda fenomenal, meu querido Black Sabbath.





terça-feira, janeiro 24, 2017

Seu tempo...



"Alguns estão solteiros. 
Alguns estão casados e esperaram 10 anos para ter um filho, e outros tiveram um filho depois de um ano de casados. 
Alguns se formaram aos 22 anos, e esperaram 5 anos para conseguir um bom emprego. Outros se formaram aos 27 e encontraram o emprego de seus sonhos imediatamente.
Alguns se tornaram presidentes de grandes empresas aos 25 e morreram aos 50, enquanto outros se tornaram presidentes aos 50, e viveram até os 90.
Cada um trabalha com seu próprio “fuso horário”. 
As pessoas conseguem lidar com situações apenas de acordo com seu próprio tempo. Trabalhe com o seu próprio tempo.
Seus colegas, amigos, e conhecidos mais jovens podem parecer estar “a frente” de você, e outros podem parecer estar “atrás”.
Não os inveje nem zombe deles. Estão em seu próprio tempo. E você está no seu.
Segure firme, seja forte, e seja verdadeiro consigo mesmo. Tudo irá conspirar ao seu favor. Você não está atrasado, nem adiantado, você está exatamente na hora certa!"

sábado, janeiro 07, 2017

Melhores Discos de 2016


Demorou um pouco, mas soltei. Aí está minha lista dos 10 albuns que mais curti em 2016, em ordem alfabética, para não ser injusto.
Ano passado foi um ano no qual estive quase sempre muito ocupado, trabalho, faculdade, e não tive o mesmo tempo que tinha para descobrir e escutar tantos lançamentos. Mesmo assim, acho que escutei o bastante. Como sempre, algumas bandas velhas conhecidas e outras nem tanto.
Vamos a eles:

01. Black Mountain - IV

Esta banda já teve todos os discos postados aqui no blog, não por acaso, porque é uma das melhores bandas deste século e já está indo para sua segunda década de estrada com apenas quatro discos. Do que adianta lançar discos todos os anos só para garantir contratos e faturar milhões sem primar pela qualidade? Esse disco está incrível, arrisco-me a dizer que seja talvez o melhor deles, embora eu seja muito fã dos três anteriores. A viagem e a psicodelia são as mesmas, guitarras e teclados vagam pelo espaço, a bateria nos deixa em constante movimento, o baixo acelera o ritmo e chega a ser nervoso, tenso. Mas preciso destacar os lindos vocais de Amber Webber, sempre suaves e penetrantes. Os elementos vão dos anos 60 aos 70, porém não se prendem a eles, são apenas absorvidos e modernizados, acrescidos do melhor que temos na atualidade. Mais um disco excelente!



02. Ben Harper - Call it What it is

Ben Harper é um artista fora de série, muito acima da média. Já com uma vasta carreira, excelentes albuns, superou-se mais uma vez com esse. Logo que escutei, nem gostei tanto, mas tive calma, pois talvez não fosse o momento adequado. Estava certo. Com o tempo fui gostando cada vez mais e está aqui, entre os 10 discos que mais ouvi ano passado.



03. Blues Pills - Lady in Gold

A Blues Pills é outra das minhas queridinhas, desde 2013 que curto muito essa banda sueca. O disco de 2014 foi um dos melhores daquele ano, senão o melhor. Seu sucessor, Lady in Gold também é excelente. Comprei minha cópia em vinil assim que foi lançado, antes mesmo de ouvir, pois tinha a certeza de que viria outro petardo, e veio.



04. Devon Allman - Ride or Die

Ouvir esse disco foi uma grata surpresa. Só quando li sobre esse lançamento que fui ouvir os outros dois discos que tenho do Devon e que ainda não tinha dado a devida atenção. Às vezes, malucos insaciáveis como eu que querem ouvir tudo que está sendo lançado deixam escapar, por pura impossibilidade de ouvir tudo, discos fantásticos. Mas com esse foi diferente. Acho que ouvi mais de dez vezes seguidas. Esse disco é simplesmente foda! Uma pena que ainda não foi lançado em vinil.



05. Doyle Bramhall II - Rich Man

Não conhecia o Doyle Bramhall II, apesar desse ser seu quarto disco. Foi do tipo "tiro e queda", "pegou na veia", expressões que bem definem o impacto como me atingiu. É essencialmente um disco de blues rock, bem atual. Algumas baladas, sons com mais pegada, um disco completo. Ainda não busquei os anteriores por falta de tempo, mas pelo que pesquisei, esse é considerado o melhor dele, muito bom, eu garanto.




06. Hannah Williams - Late Nights and Heartbreak

Não conhecia essa banda, ouvi uma versão para "Dazed and Confuzed" do Led no Youtube e pirei. A cantora é excepcional e a banda um estrondo, uma super banda. Um disco que mistura blues, soul e jazz. Não é coisa que costumo ouvir, jamais esteve entre meus preferidos, mas esse conseguiu me conquistar. Discaço!




07. Jack White - Acoustic Recordings

Sou fã do Jack White, mas seus discos solo nunca me impressionaram. Gosto muito dele tocando e cantando no White Stripes, gosto dele no Raconteurs e também no Dead Weather, bandas das quais também faz parte, mas esse album duplo é demais! São versões acústicas de todas as fases da sua carreira, e ficou foda!! Disco obrigatório, o vinil já está na minha coleção.


08. Mudcrutch - 2

Essa banda tem uma história singular. Formada em 1970 por Tom Petty e na Florida, passaram anos tocando nos circuitos de bares mas só conseguiram gravar alguns singles, o que fez com que Tom partisse para outro projeto, os Heartbreakers, fazendo com que a Mudcrutch ficasse esquecida até 2008, quando Tom, já um artista consagrado pela sua brilhante carreira solo decidiu reativá-la lançando o primeiro full lenght, mas parou novamente para só agora em 2016 soltar o segundo disco, voltando às suas origens, fazendo soar um Southern Rock que muito se assemelha aos seus trabalhos solo. Um disco muito agradável para quem curte o estilo.





09. Tedeschi Trucks Band - Let Me Get By

Este é o terceiro álbum de estúdio da fantástica super-banda do maravilhoso guitarrista Derek Trucks e sua esposa Susan Tedeschi. O disco é o resultado dos vários ensaios durante a turnê do ano passado nos quais todos os membros da banda foram encorajados a contribuir de alguma forma, com idéias, músicas, etc. O próprio Derek Trucks foi quem o produziu, Susan está mais solta que nos discos anteriores, parece mais confiante tanto para cantar, como tocando. O disco todo é mais orgânico, mais participativo, muitos elementos se fazem notar, tem blues, tem soul, jazz, southern rock, ou seja, é um disco onde todos se expressam e fazem com que os estilos e influências individuais se encontrem para formar uma obra bem versátil.



10. Wolfmother - Victorious
Wolfmother - Victorious
A Australia sempre lançou excelentes bandas, o rock corre solto nas veias daquelas terras, AC/DC, Midnight Oil, Rose Tattoo, Hoodoo Gurus, são apenas algumas que fazem a cabeça da galera que gosta de guitarras e sonzeira no pé do ouvido. Mas em 2000, dos subúrbios de Sydney, começou a se formar uma das mais brilhantes expoentes do Hard Rock atual, a Wolfmother. Seu estupendo e altamente reverenciado album de estréia será um marco para sempre. Desde então, os mais diversos problemas afetaram a banda que chegou a anunciar o fim, muito embora em 2013 Andrew Stockdale mostrou aos fans que estava de volta agora como um trio lançando o disco New Crow. Este ano eles soltaram os lobos mais uma vez com "Victorious", que embora seja impossível se nivelar com o primeiro disco deles, é o que mais se aproxima. Fiquei realmente surpreso com a qualidade deste album, mostra uma banda coesa e inspirada, com vontade e fome de resgatar as suas origens.