A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

domingo, julho 07, 2019

Rival Sons - Feral Roots


O nome da fera é Rival Sons, vem da California, e nesses últimos 10 anos foi e é uma das principais bandas americanas quando se trata de Hard Blues Rock. Começaram arranhando, sem muito impacto. Mas em 2012, com o album "Preasure and Time", mostraram as garras com uma sonoridade que lembrava muito o Led Zeppelin, com os quais foram inevitavelmente associados, e como sempre digo em relação ao Greta Van Fleet, isso não é defeito, pelo contrario, deve ser uma honra.

Contudo, os caras estavam obstinados e provaram seus talentos, individuais e como banda, e soltaram na sequencia mais dois grandes discos, destaque para "Great Western Valkyrie" de 2014. A evolução da banda estava clara, esse disco começava a mostrar que eles procuravam a própria veia. 

Com discos no topo das listas mais conceituadas do mundo, com shows por todos os cantos, vem a consagração e os convites para acompanharem os gigantes, Deep Purple e Black Sabbath, em suas turnês. Se alguém ainda não os conhecia, passaria assim a ser mais um fã.


Logo no comecinho deste ano a fera voltou a atacar. Maior, mais forte, mais pesada. Assim é esse petardo. Um album de uma grande banda que evoluiu nos seus dez anos de existência sem perder sua identidade, sem desgarrar das suas origens, Blues Rock e Hard Rock, mas foi além.

Agora numa grande gravadora, a Atlantic, embora com o mesmo produtor - o cara tem a mão - Feral Roots é o trabalho mais completo e elaborado até então. Não sei se até por estarem na Atlantic, mas aqui e alí tem um pouco de Soul, Folk e Country. Jay Buchanan está afiadíssimo, o cara abre a boca e ouvimos seus sentimentos. Na letra de "End of Forever" ele revela: "Eu gostaria de dizer que sinto muito, desculpe que nos conhecemos, nós dois estamos prontos para reduzir o melhor e a pior coisa que já tivemos...".

Tenho curtido bastante esse disco, o vinil duplo com uma primorosa capa dupla aumenta ainda mais o prazer. Depois do impacto de "Presure and Time", este está sendo uma grande revelação. É a Rival Sons, uma das melhores bandas de Blues Rock da atualidade, uma banda verdadeira, firme às suas raízes ("feral roots calling me back home"/raízes selvagens estão me chamando de volta para casa) encerrando uma década gloriosa e criando energia para iniciar um novo ciclo.




terça-feira, julho 02, 2019

Gin Lady - Tall Sun Crooked Moon


Que prazer! "Tall Sun Crooked Moon", mais novo album da Gin Lady é tudo que eu esperava e muito mais, é o melhor disco do ano, pelo menos por enquanto, é o melhor trabalho da banda desde seu debut, é a prova que os músicos encontraram suas raízes e delas fizeram seu alimento e sua bebida e nos ofereceram para degustá-los com eles, e a satisfação está garantida.

Nunca vou esquecer do gozo quando ouvi pelas primeiras vezes(isso mesmo, não foi só uma) o primeiro disco da Gin Lady, que estupendo! Lembro-me bem que por pelo menos um mês o disquinho não saiu do player. Foi, de longe, o melhor disco de 2012. No ano seguinte veio "Mother's Ruin", também excelente, porém não tinha como superar, nem mesmo igualar aquele primeiro album, então esse segundo ficou um tanto subestimado, embora, com o tempo, tenha dado a ele o devido valor. Passaram-se dois anos e chegou "Call the Nation", que não me agradou de cara, deixando-o meio esquecido, inclusive cometendo o erro de não adquirí-lo, o que hoje só me arrependo, pois trata-se de outro ótimo album, mas já fora de catálogo. Em 2017 eles lançaram "Electric Earth", disco com uma sonoridade mais cool, simplista, o disco mais leve da banda, e novamente levei um tempo para assimilá-lo até que, há poucos meses, garanti meu vinil importado, meu primeiro vinil da banda, até porque os primeiros sumiram do mercado faz tempo. 


24 de maio de 2019 foi o dia do lançamento oficial do quinto album da Gin Lady pala Kozmik Artifactz, uma gravadora alemã, pela qual, ainda no período da pré-venda, garanti o meu vinil. "Tall Sun Crooked Moon", este incrível disco de Rock Clássico com texturas que nos remetem ao final dos anos 60 e início dos 70. Um album que já conquista pela linda capa, mais linda ainda no meu vinil(sic). Vibrações suaves, maravilhosas harmonias vocais, irresistíveis melodias...sobram adjetivos.

Cinco anos se passaram, a banda cresceu, evoluiu, transitou pelo hard rock, progressivo, country rock, classic rock e se encontrou novamente reunindo cada uma e todas as suas influências e experiências. Se lá atrás lembrou o Uriah Heep, aqui passa longe. Estamos agora muito mais próximos de Neil Young, Tom Petty e até Allman Brothers, por que não? O que era bom, ficou melhor. Este album será a trilha sonora de muitos dias deste ano e além...