A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

sábado, novembro 05, 2016

Cidadãos de Papel


"Se um país é uma árvore, as crianças são seus frutos".

Cidadania

Quem é cidadão? Todos são, responderia o ignorante. Não sejamos ignorantes. Para ser cidadão não basta estar vivo e fazer parte de uma sociedade, mas sim viver em uma cidadania, onde todos têm todos os seus direitos garantidos, conhece-os e têm liberdade para exercê-los. Um país que pensa e respeita a cidadania não ignora nem seus filhos, nem seus pais, os polos mais fracos, não os exclui, seja porque ainda não contribuem economicamente ou porque deixaram de contribuir, sendo assim vistos apenas como "despesas" e não "investimentos".
"Um menino de rua é mais do que um ser descalço, magro, ameaçador e mal vestido. É a prova da carência de cidadania de todo um pais, onde uma imensa quantidade de garantias não saiu do papel da Constituição."
Onde estão os Direitos Fundamentais senão na Constituição. Não deveriam ser respeitados acima de tudo? E os Direitos Humanos expressos na Carta da ONU? Apenas faz-se de conta que se cumprem. Ainda não saíram do papel.

Estado Democrático de Direito

A democracia se propõe a ser o regime mais civilizado que existe, porque todos – do presidente ao menino de rua – deveriam ter seus direitos assegurados. Direito à vida, à liberdade, direitos sociais e políticos, direito à educação, ao lazer e ao bem estar, à segurança e a um meio ambiente equilibrado e saudável. O Estado nos deve tudo isso, mas nem sempre paga, não se comporta como deveria, na maioria das vezes é ausente quando deveria ser presente; e é excessivamente presente, ou abusivamente autoritário, quando deveria garantir a liberdade e os direitos do cidadão.


Violência

Não deveríamos admitir a violência, não é algo natural. No entanto, o que vemos é a instalação de toda e qualquer forma de violência no nosso dia-a-dia. Vivemos com medo, quase exilados da nossa condição de liberdade, de ser, de ter, de agir, de sentir. As nossas assombrações que outrora eram lendas, hoje são reais, temos medo de pessoas, de menores infratores, de mocinhos e de bandidos. A polícia, representante da força do Estado, tantas vezes é truculenta e despreparada, excede e abusa do poder que lhe foi conferido por Lei para salvaguardar o cidadão e garantir o usufruto da cidadania. Temos a polícia que mais mata no mundo, mata menor, criminoso, mata pessoas de bem, todos são vítimas, e muito disso se deve à impunidade, ausência de agir do Estado, que tem o dever de garantir a paz social.

Economia

A economia de um país costuma ser medida pelo PIB(Produto Interno Bruto), ou seja, todas as riquezas produzidas em um período de um ano. É um índice que dá uma boa idéia e serve de comparação com anos anteriores para que seja avaliado o crescimento ou regresso da economia, no entanto, ele é relativo. Para uma melhor análise, é preciso dividí-lo pela população, assim teremos um PIB per capta, que seria mais próximo da realidade, mesmo que ainda seja irreal, pois o bolo não é dividivo de forma igualitária. Quanto mais democrático e desenvolvido for um país, mais igualitária será essa divisão. Em 2015, o PIB per capta no Brasil foi de R$ 28.876,00, algo em torno de R$ 2.406,00 por mês, o que sabemos ser um valor totalmente fora da realidade, haja vista existirem no país mais de 30 milhões de habitantes vivendo na pobreza, com menos de R$ 150,00 por mês, algo bem distante da média do PIB, o que comprova a imensa desigualdade social.

Recessão + Inflação

A recessão não é algo novo, mas continua atual. É um dos maiores problemas que enfrentamos, embora nem sempre esteja presente. Ela se apresenta quando um Estado deixa de crescer, a produção diminui e o maior reflexo disso é o aumento do desemprego. Com menos dinheiro circulando, menos impostos são arrecadados, o governo não paga as contas, fica em déficit, e aí uma das saídas é emitir moedas. Isso automaticamente gera um reflexo negativo, que é a desvalorização da moeda, gerando inflação.


Educação

A falta da educação leva à pobreza. É um círculo vicioso. Sem a devida educação, a criança torna-se um adulto incapaz de galgar a um bom emprego, a um bom salário que possa lhe garantir e a sua família uma boa casa, saúde, alimentação adequada, segurança e lazer.
O nível de instrução da pessoa está diretamente ligado a sua rentabilidade e a sua produtividade. Quanto maior a produtividade, menor o tempo de produção e menor o desperdício, gerando mais rentabilidade.
Infelizmente são os mais pobres que menos estudam, tanto por falta de estímulos, quanto pela necessidade de produzir alguma renda imediata para a família que já é carente de recursos.
Um país com baixo índice educacional é uma ponte para as desigualdades sociais. Com a educação vem o conhecimento, o acesso aos direitos e obrigações, à cidadania. A educação é um dos pilares que sustentam a verdadeira democracia.
Quanto mais conhecimento, mais informação, mais politização, mais fiscalização, mais exigências, mais isonomia.
O analfabetismo priva o cidadão do exercício da cidadania, nega a ele direitos que lhe foram conferidos, mesmo estando garantidos nas constituições, valorados como bem maior, mas que sem capacidade e possibilidade de conhecê-los, jamais serão reclamados.
Esse desequilíbrio afeta de alguma forma toda a população, ninguém estará imune. Os mais pobres sofrerão mais e mais diretamente, mas os mais ricos sofrerão de outra forma, sofrerão as consequências da pobreza e das desigualdades pela violência que estas geram, ou seja, a paz social, que por todos é almejada, jamais será alcançada. A democracia será utopia, a cidadania, prevista como fundamento da República e do Estado Democrático de Direito, apenas pela minoria será exercida, ambas não sairão do papel.

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