A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

sábado, dezembro 07, 2019

WQS 2019


E a história se repete...
Mais uma vez as duas últimas etapas da gigantesca maratona anual do circuito da segunda divisão, o WQS, ou Qualyfing Series, fizeram a diferença. Se dar bem nessas etapas é essencial, isso todos sabem, mas numa análise mais crítica, será que só essas duas etapas não seriam suficientes para garantir a tal almejada classificação? É uma boa questão, pois alguns caras chegam ao Hawaii muito atrás no ranking e com apenas duas boas colocações conseguem vagas para o CT.

O circuito WQS teve esse ano 76 etapas espalhadas por diversos países. Chegou ao Hawaii em novembro para o encerramento com as duas últimas e mais valiosas etapas, ambas com 10.000 pontos em jogo. Ressalto que das 76 paradas, apenas 5 valem 10.000 pts, uma na Africa do Sul, uma na Califórnia, outra em Portugal e as 2 havaianas. 

Em todos os últimos anos vimos que os 10 melhores do ranking, aqueles que passam para a primeira divisão, alcançaram um pouco mais de 20.000 pontos, ou seja, essa é a marca a ser atingida para a tão almejada vaga na elite. Com isso, é fato que vitórias ou excelentes colocações em duas ou três etapas de nível 10.000 garantem a vaga. Para que então se desgastar tanto durante todo o ano? Para que valem etapas de 1.000 ou 1.500 pontos senão para aqueles que estão apenas começando no circuito sem chances de classificação? É apenas treino, é como vejo. Prova disso é que os cinco campeões dessas cinco principais etapas estão na lista dos 10 melhores do ranking, todos garantidos para a elite do próximo ano. Os outros cinco ou venceram uma ou outra etapa de pontuação 6.000 e também foram bem nas demais.

Jack Robinson
Encerrado o circuito, o ranking ficou assim:
1º. Frederico Moraes(Portugal - 26.400) - venceu Haleiwa, a primeira do Hawaii. Grande surfista, sobretudo em ondas grandes. Não tem o jogo aéreo, mas é excelente nas bordas. Surf polido e muito forte. Merece muito a vaga.
2º. Jadson André(23.800) - venceu o Oi Hang Loose, etapa de 6.000 pts. Jadson entra pelo QS e sai pelo CT, entra e sai. Não o vejo mais como surfista do CT, é muito inconstante,vamos ver como se comporta.
3º. Yago Dora(23.200) - venceu na California. Yago surfa muito, mas também é inconstante. Está perdendo sua vaga na elite, mas voltando pelo QS. Acredito nele e torço para que se encontre próximo ano;
4º. Matthew McGillivray(Africa do Sul - 22.580) - estreante, não venceu nenhuma, porém se deu bem nas duas etapas mais valiosas e se garantiu, é uma incognita.
5º. Jack Robinson(Australia - 21.930) - campeão da última etapa em Sunset. Outro estreante e, a meu ver, uma grande promessa para se manter na elite por muito tempo. Em ondas tubulares é exímio, tem surf de borda e jogo aéreo. Meu favorito;
6º. Alex Ribeiro(21.580) - venceu o Burton, na Africa, etapa de 6.000 pts. Alex já foi da elite e fez muito feio. Pra mim não tem nível para a primeira divisão;
7º. Miguel Pupo(21.000) - venceu em Portugal. Miguel também já foi do CT, teve seus momentos de glória, porém ainda o acho um tanto limitado. Não deve se manter.
8º. Ethan Ewing(Australia - 20.400) - Não ganhou nenhuma, mas foi muito bem em etapas importantes. Já foi da elite, surfou muito, mas sempre perdia por pouco. É outro que vejo como forte candidato a continuar entre os melhores;
9º. Connor O'leary(Australia - 19.650) - Esteve no CT por dois anos com ótimas performances e alguns desastres. Ganhou duas esse ano e foi bem em outras reconquistando uma vaga que lhe merece;
10º. Deivid Silva(18.650) - venceu na Africa do Sul. Estreou este ano no CT e está se reclassificando, o que, se assim continuar, abrirá uma vaga para o 11º no ranking.

Então temos, 1 português, 1 sul africano, 3 australianos, 5 brasileiros e nenhum americano!! Novamente o Brasil coloca o maior número de surfistas na elite, embora sem renovação, o que não vejo com bons olhos. Seria isso uma falha do próprio circuito? Pois dos 10 classificados, apenas 2 são novatos. Este é o momento para a WSL repensar esse formato, tornar a coisa mais dinâmica e atraente, há tantos nomes novos que gostaríamos de ver nas melhores ondas do mundo, enquanto alguns outros sem qualquer brilho continuam se requalificando e tornando o circuito um tanto repetitivo.

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