O Oi Rio Pro é a quarta etapa do circuito da WSL este ano que começou com a avalanche causada pelos brasileiros nas etapas australianas. Nunca se viu nada parecido, o ranking chega ao Brasil com Adriano de Souza em primeiro e Filipe Toledo em terceiro. Com os dois wild cards também brasileiros, Davi do Carmo e Alex Ribeiro, ao todo o time brazuca começa com 10 surfistas, algo inédito.
No primeiro round, onde quem vence sua bateria passa direto para o terceiro round e os dois que perdem disputam uma repescagem, o grande destaque foi Kelly Slater, que fez duas notas quase perfeitas, 9,5 e 9,77. Adriano também fez duas ondas excelentes, uma delas, um 9,73. Tivemos seis brasileiros vencedores: Wiggoly Dantas, Gabriel Medina, Italo Ferreira, Adriano de Souza, Jadson André e Filipe Toledo, todos já estão garantidos para o terceiro round.
Depois de um dia de descanso, na quinta feira foram para a água as baterias do round 2. Infelizmente todos os quatro brasileiros perderam. Alejo foi o único a ameaçar uma vitória, numa bateria de notas baixas, ficou por pouco atrás de Taj. Miguel surfou muito bem, fez um lindo tubo, mas pegou um Adam Melling inspirado. Mick Fanning mostrou extrema superioridade sobre David do Carmo, e John John forçou a barra nos tubos e conseguiu convencer os juízes para vencer Alex Ribeiro.
John John abriu o terceiro round dando show num mar com ondas difíceis, fechadeiras, marcando 18,77, maior pontuação do round. Na sequência, Filipe Toledo mais uma vez extrapolou, pegou um tubaço e mandou um aéreo gigante para marcar 15,60 e despachar Wiggoly Dantas. Na terceira bateria, uma surpresa, Kelly arriscou muito, mas caiu nas melhores manobras e perdeu. Italo Ferreira e Jadson André passaram suas baterias, mas infelizmente, Adriano de Souza e Gabriel Medina, mesmo surfando muito, perderam. Assim, dos seis brazucas, metade avançaram e metade deram adeus ao campeonato.
Round 4 é também "No Losers", onde ninguém é eliminado. São quatro baterias nas quais os vencedores avançam para as quartas de final e os outros vão para mais uma repescagem. Filipe Toledo arrebentou e passou direto. Jadson também venceu e deixou Italo em segundo. Josh Kerr e Matt Wilkinson também se garantiram.
Na repescagem, Italo pegou John John, que até então vinha dando show, mas que nessa bateria não achou nada, enquanto Italo usou seus aéreos de back side para levantar a praia e marcar 15,73 contra 4,87 de JJ. Na última bateria, Mick Fanning também perdeu, o que foi ótimo para Adriano.
Quartas de finais e os três brasileiros ainda estavam "vivos". Na primeira, mais uma vez, Filipe Toledo mostrou-se invencível. A praia estava lotada e ia à loucura com Filipe. Nunca se ouviu tantos gritos numa bateria de surf. Filipe usou manobras inovadoras e aéreos até cravar as quilhas na areia para marcar 8,33 e 6,67. Os seguranças tiveram muito trabalho....Na segunda, Italo e Jadson se enfrentaram. Foi um vira-vira do início ao fim, com Italo saindo vencedor por muito pouco. Bede Durbidge e Matt Wilkinson iriam completar as semis.
Semi Finais na água. Domingão de sol, praia lotada, Filipe e Italo passam pelas areias ovacionados. Mesmo numa condição de mar desfavorável para o nível do campeonato, Filipe abre a bateria com um aéreo full rotation incrível e descola um 8,93. Na sequencia, pega uma esquerda e destrói com um floater e duas batidas invertendo tudo, nota 7,00. Italo arrisca tudo em um aéreo mas cai. Começa a pegar ondas intermediárias que não chegam a ameaçar, ficando toda a bateria em combinação. Filipe está na final. Bede Durbidge e Matt Wilkinson, dois australianos na segunda semi. Com uma abordagem totalmente diferente da bateria anterior, Bede abre bem a bateria com um seu surf forte e pesado de back side, com batidas verticais imprimindo muita pressão garantindo logo duas boas ondas, 6,73 e 6,33. Matt parecia desconectado, pegando só ondas fracas. Na sua terceira onda, Bede mostrou muita competência variando três manobras com um aéreo 360º, nota 7,10, e logo depois, outra boa, 7,53, fechando a bateria.
Chegamos a grande final, Brasil x Australia. Surfistas de gerações diferentes, de abordagens também diferentes. Filipe abre com uma onda regular, melhora na segunda com um 6,17 e ai extrapola tudo numa parede de direita onde ele impõe velocidade e executa um aéreo full rotation perfeito! Nota 10 unânime!! Embora tenha quebrado a prancha na onda anterior, pega sua prancha reserva e vem noutra onda excelente executando quatro manobras mostrando um vasto repertório, aéreo e de borda, nota 8,33. Bede também surfa bem, seu back side é poderoso, mas é preciso muito mais que isso para bater Filipe. Não há muito o que fazer, chega a ser desproporcional, ou até injusto, nessa condição de mar, ninguém ameaça Filipe. Esse garoto é fenomenal! Ele já estava totalmente garantido na bateria, mas ainda pegou outra onda excelente e marcou 9,87, fechando essa incrível final com a maior média de todo o campeonato, 19,87!!
Não poderia ser de outra forma, desde a primeira fase Filipe mostrou que estava ali para vencer, para dar show, para mostrar ao mundo a direção que o surf segue, quem são os novos nomes do esporte, qual é o país do surf.
Finalizada essa quarta etapa, com esse resultado, Filipe sobe uma posição no ranking, ficando agora em segundo, atrás do líder absoluto Adriano de Souza. Que venha Fiji!!
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