A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

quarta-feira, maio 06, 2015

Brasil do Surf


Maio é o mês do surf no Brasil. Há muito que nosso país deixou de ser o país do futebol, embora ainda tenha esse esporte enraizado na sua cultura, aos poucos isso vem mudando. Muitos ainda não enxergam, seja por ignorância, falta de oportunidades ou por se beneficiarem da antiga situação. A grande mídia é um exemplo, oportunista ao extremo. 

O Brasil realizou ano passado uma Copa do Mundo de Futebol, vai realizar as próximas olimpíadas, milhões são investidos nesses gigantescos eventos sem que nos tragam o retorno esperado. Todo esse dinheiro deveria ser aplicado na qualidade de vida do cidadão que nesse país ainda pena para ter o básico, a dignidade garantida numa constituição ignorada.

Pulando esse triste parágrafo, vamos voltar ao surf que é um dos esportes que mais cresce em todo o mundo e que tem nos trazido grandes alegrias com os resultados alcançados nos últimos anos. Quando digo que o Brasil é o país do Surf não é à toa, não é um título conquistado de uma hora para outra. Foram muitos anos de aprendizado, de lutas e derrotas que nos ensinaram o caminho a seguir. Aprendemos que talento e vontade não bastavam. A Austrália tinha a receita, dominava o esporte, embora o maior surfista de todos os tempos seja americano e esteja no topo há vinte anos, com 11 títulos mundiais, mas esse cara é um fenômeno à parte. 

As associações, os clubes e as federações perceberam que para fazer um campeão leva-se anos, que é preciso treinar e preparar garotos desde cedo com esse objetivo, e assim foi feito. As estrelas que brilham no Brasil de hoje vêm sendo preparadas para isso há quase uma década, e só agora, digo de uns dois anos pra cá, os objetivos estão sendo alcançados.

2014 vai ficar na história do surf como o ano do Brasil. Em três dos principais rankings da Liga Mundial de Surf os brasileiros foram campeões: Silvana Lima no Qualifying Series Feminino(2ª Divisão), Filipe Toledo no Qualifying Series Masculino(2ª Divisão), e Gabriel Medina conquistou o título máximo do esporte. Foram resultados construídos ao longo de todo o ano com o empenho e dedicação de equipes inteiras, com o apoio de empresas patrocinadoras, mas não de um governo que não enxerga o potencial que esse país tem, não investe onde não possa desviar parte do dinheiro.

2015 não começou diferente. Se no ano passado, na primeira etapa que sempre acontece na Austrália, o campeão foi o Gabriel Medina, passando a ser o líder do circuito, esse ano foi o Filipe Toledo que estragou a festa dos australianos. Foi para a segunda etapa como líder e embora tenha sido vencida pelo Mick Fanning, manteve-se na liderança empatada com o Australiano pelo seu excelente 5º lugar. Veio então a 3ª etapa, também na Austrália, e quem venceu? Adriano de Souza, que já tinha conquistado um 3º e um 2º lugares nas duas primeiras etapas. Com isso, passa a líder absoluto do ranking da WSL. 


A essa altura, os brasileiros também dominam a segunda divisão, com Alejo Muniz liderando e Filipe Toledo em segundo lugar, após sua estrondosa vitória no primeiro dos dez eventos com pontuação máxima(10.000 pts). 

Essa semana o circuito inteiro vem para o Brasil, começa a "perna" brasileira com o Quiksilver Pro Saquarema, segunda etapa do Qualifying Series com 10.000 pontos em jogo, e na semana seguinte o Oi Rio Pro, quarta etapa da WSL e o Oi Rio Women's Pro. Dois eventos importantes, milhares de dólares em jogo, além das disputas pelos pontos para os rankings mundiais. Ótimas oportunidades para o "time" brazuca.

Não temos "Maracanãs" nas praias do Rio, mas arenas serão formadas, multidões tomarão conta das areias e outros milhares acompanharão tudo pela internet. O surf está no Brasil há pouco mais de cinquenta anos, criou raízes, cresceu absurdamente e dá excelentes frutos. Milhões de brasileiros já provaram e se apaixonaram por tudo que envolve esse estilo de vida. Já temos a "nossa" cultura surf, hoje somos o Brasil do Surf.


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