A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

domingo, julho 10, 2016

Itacaré 2016


Itacaré é um dos meus destinos preferidos para passar alguns dias durante as férias. Já estive por lá diversas vezes e em todas as estações, de inverno a verão, e sempre é muito bom, sempre tem boas ondas, o crowd é suportável, as pessoas são amigáveis, a comida é boa e barata e existem diversas opções de hospedagem. É um lugar onde me sinto muito à vontade, já fui com a família, com grupo de amigos e dessa vez havia combinado de ir com apenas um amigo quando na véspera meu filho decidiu nos acompanhar, o que foi uma surpresa, me deixou muito feliz e durante os cinco dias que passamos juntos ele se mostrou um grande parceiro, como já havia demonstrado em outras viagens.

Sabíamos que provavelmente pegaríamos boas ondas, pois já estávamos monitorando as previsões há alguns dias. Tudo se confirmou e logo na tarde que chegamos vimos um bom swell na praia da Tiririca, mas ainda um pouco prejudicado pelo vento que castigara a região durante a semana anterior.

Ficamos hospedados na casa do meu amigo Ademar, que há pouco havia construído dois flats anexos à sua residência. De logo fizemos amizade com um paraense, o Alexandre Cals, que estava no segundo flat


No segundo dia, seguimos a orientação do nosso amigo Ademar que nos acompanhou e fomos à Jeribucaçu, uma praia mais ao sul que pela sua posição geográfica fica mais protegida dos ventos do quadrante sul que ainda sopravam com pouca intensidade. Optamos por uma trilha alternativa que passa primeiro por uma pequena praia frequentada apenas pelos locais que a mantém em segredo e nos deparamos com um visual incrível. Ondas grandes e perfeitas lambiam as pedras e arrebentavam na praia. Por estar um tanto perigoso, seguimos até Jeribucaçu. O mar estava lindo, apesar de ainda não tão perfeito, o que fazia com que as ondas quebrassem com muita força e fechassem muito rápido. Ficamos o dia inteiro lá, o clima estava ótimo, todos surfaram muito, embora ainda esperássemos por uma condição melhor no dia seguinte.


Acordamos cedo no terceiro dia e sugeri irmos para a Engenhoca, a minha onda preferida na região. O swell ainda estava grande e forte, o que nos proporcionou um dia intenso de surf, mas que com a facilidade do canal que existe colado nas pedras que ficam à esquerda da praia foi possível surfarmos por longas horas. Deixamos a praia no final da tarde certos que fizemos a melhor escolha, todos estavam felizes e ansiosos para voltar no dia seguinte, o qual prometia ser ainda melhor.


À noite saimos para passear na rua principal da cidade, a Pituba, onde todos se encontram para comer, encontrar os amigos, compartilhar as experiências do dia e comemorar a benção de estar naquele lugar repleto de opções de surf, skate, rafting, trilhas, baladas e lindas praias fechadas pela ainda preservada Mata Atlântica.

Chegou o dia mais esperado, a ondulação estava na medida certa, não havia qualquer vento para interferir, a questão era decidir pela praia a seguir. Não foi fácil, eram várias possibilidades, sabíamos que todas estariam perfeitas, mas pelo prazer que tivemos no dia anterior na Engenhoca, voltamos pra lá. Não foi surpresa, mas foi espanto quando chegamos no final da trilha e vimos um mar tão lindo, liso e perfeito que ficamos em êxtase. Apressamo-nos para cair logo e surfarmos por horas as melhores ondas da viagem. Foi tão bom, todos surfamos tantas ondas que apesar dos nossos corações implorarem para ficarmos o dia inteiro naquele lugar, nossos corpos não suportavam mais, e fomos obrigados a voltar e descansar.


Depois de uma farta refeição, fomos até a Tiririca para curtir o fim de tarde no gramado à beira da praia onde fica o bowl e a galera se reúne em volta para ver os skatistas e apreciar o pôr do sol. Chegando lá, o Gabriel mesmo sem o objetivo de andar de skate, até mesmo devido ao dedo ainda fraturado, sentiu-se instigado e decidiu dar um rolezinho apenas para relaxar. Foi só o moleque começar a se soltar e todos pararam para assistí-lo, e aí o show começou. A cada volta o garoto extrapolava ainda mais e começaram a vir as palmas e os urros da platéia que se formou em volta da pista. 


Ficamos lá até as últimas luzes do dia, quando então sentamos na última cabana da praia que ainda estava aberta para bebermos uma cerveja felizes pelo dia incrível que tivemos juntos, um dia inesquecível, marcante, especial, onde a amizade é reforçada pelos inúmeros momentos de alegria compartilhados com pessoas queridas e até desconhecidos que vivem os mesmos sentimentos e estão com seus corações abertos à felicidade.


A previsão anunciava que no dia seguinte as condições mudariam. O vento sul voltaria com bastante força, o mar deveria subir, mas não de forma perfeita. Assim, o melhor a fazer seria levantar bem cedo para aproveitar o pouco tempo antes da chegada do vento. Como a praia mais próxima é a Tiririca e ainda não tínhamos surfado lá, foi para lá que fomos. O dia estava frio, coberto de densas nuvens carregadas. A opção era fazer um surf rápido, e foi o que eu fiz. Os outros não quiseram mais surfar, então surfei por pouco mais de uma hora, foi minha despedida de mais uma trip por essa pequena e maravilhosa região abençoada por Deus na certeza de voltar e poder desfrutar de tudo de bom que essas viagens nos trazem.


Nenhum comentário:

Postar um comentário