A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

quinta-feira, julho 21, 2016

The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars


David Bowie dispensa apresentações, foi um dos artistas mais relevantes para a música pop internacional. Como "camaleão", cognome que lhe foi atribuído pelas suas mutações artísticas e visuais, assumiu as mais variadas tendências desde o início da sua longa carreira. Sua extensa discografia é volúvel, atingiu picos de excelência, mas percorreu longos períodos inférteis. Alguns dos seus discos beiram o ridículo.

Particularmente, nunca fui um grande admirador da sua obra, no entanto, quando se tem nas mãos espécies criadas durante os picos a que me referi, não podemos simplesmente ignorá-las, pois são importantes e singulares. Dos aproximadamente 40 albuns que Bowie lançou, apenas três causam-me prazer, além de algumas outras poucas músicas espalhadas pelo restante dos discos.

Poderia até citá-los como uma trilogia, mesmo que não haja qualquer semelhança entre eles além do fato de terem sido lançados em sequencia entre 1969 e 1972, não à toa, um dos períodos mais férteis da música em geral.


"The Man Who Sold The World", "Honky Dory" e "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars" são, nessa ordem, os discos obrigatórios na discografia de Bowie. Não faz muito tempo que comprei o primeiro deles em vinil. O segundo nunca tive, embora talvez o considere o melhor dos três, e o último comprei em cd quando do seu lançamento comemorativo de 40 anos em 2012.

Por acaso, quando estive há alguns meses no restaurante de um amigo, o Tadeu do Almeida's, bisbilhotando seus discos, vi um exemplar do "Ziggy Stardust" em ótimas condições. Uma edição nacional relançada nos anos '80 com capa dupla e muito bem conservada. É claro que tentei convencê-lo a me vender o disco, mas não consegui persuadí-lo.

Para minha total surpresa, essa semana recebi uma mensagem no celular do meu amigo perguntando se ainda tinha interesse no album. É claro que mesmo sem entender a razão da sua repentina mudança de posição, disse que sim um tanto desconfiado e questionei-o o que queria por ele. Maior foi minha surpresa quando a resposta foi "o que você quiser me dar". Como assim? Qualquer coisa? Não sou injusto, nem oportunista, e listei uma série de discos à altura do dele para trocarmos. De logo ele escolheu um do Eric Clapton que eu tinha em duplicidade e não me faria falta, o clássico "Backless".


Marcamos então para ontem, dia 20 de julho, "Dia do Amigo", para fazermos a troca. Não sei se foi o efeito da data, que para mim nada significa, assim como não todas essas outras descabidas. O mais importante foi que tivemos uma noite bastante agradável ouvindo os nossos discos na companhia de velhos e novos amigos, relembrando momentos da juventude e comemorando nossas aquisições.

Antes de sair de lá, como de praxe, dei uma vasculhada nos seus discos e descobri que ele também possui o "Honky Dory", sem nunca sequer tê-lo escutado, o que logo percebi pelo mofo que estava nos sulcos do disco, o que foi confirmado por ele. Não podia deixar de tentar mais uma vez fazer-lhe uma proposta que assim como a primeira foi ignorada, só que dessa vez eu sei que aquele coração não é tão impenetrável assim, talvez baste apenas uma outra data comemorativa, alguns discos que nos façam relembrar momentos marcantes e alguns amigos agradáveis que nos arranquem largos sorrisos para fazê-lo mudar de ideia. Agora tenho pelo menos um motivo para comemorar o 20 de julho.



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