Amanhã, 26 de janeiro, começa o Maresia Ceará Surf Internatinal WQS 2010. Esta será a terceira etapa do ano de um total de 51 da divisão de acesso. No entanto, como foi qualificada como 6 estrelas, com premiação de US$ 145.000,00 e 3.000 pontos no ranking unificado, será a primeira com participação maciça dos melhores surfistas do mundo.
A praia escolhida foi o Ronco do Mar, em Paracuru, no Ceará. Há alguns anos atrás, tive a oportunidade de conhecer esse lugar e posso afirmar que, além do visual incrível, a onda, quando tem um bom swell, é espetacular. É um Point Break de direitas longas e bastante manobráveis.
Os organizadores já confirmaram a presença de surfistas de 16 países, além do Brasil. Como com as novas regras somente as oito melhores colocações de cada atleta pontuarão para o ranking, etapas como esta são importantíssimas para quem pretende entrar no WCT.
A novidade será a presença, como convidada, da surfista local e atual vice-campeã mundial Silvana Lima, que competirá com os homens, assim como fazia no início da sua carreira. Surf pra isso ela tem! Além dela, muitos brasileiros terão sua primeira chance nesse circuito.
Tomara que os nordestinos aproveitem o conhecimento do local para superarem os gringos e começarem o ano com uma boa pontuação.
segunda-feira, janeiro 25, 2010
sexta-feira, janeiro 22, 2010
Mortes por afogamento
Infelizmente, ontem, dia 21/01, mais duas mortes aconteceram nas nossas praias. Agora são quatro em menos de dois meses. Dessa vez foram dois ingleses: o guitarrista Leon Villalba, de 21 anos e o baixista Timothy Kennelly, de 18 anos, integrantes da banda After Death que estavam em turnê pelo Brasil e fariam hoje, dia 22/01, um show aqui em Aracaju. Um dos corpos foi encontrado logo depois do incidente e o outro somente hoje, na praia de Aruana.
Nossa praia é hoje a quarta praia do Brasil em óbitos por afogamentos. É impressionante esse índice, levando em consideração a natureza do local. Não temos grandes correntezas, não temos pedras no mar, não temos valas nem ondas fortes, então por que tantas mortes?
Nessa época do ano, é normal o aumento do número de turistas e muitos deles são descuidados, além da própria população local que não costuma ir à praia e, quando vai, não toma os devidos cuidados.
É nesse momento que é fundamental a presença dos salva-vidas, mas isso não vem acontecendo! Nós que estamos no mar todos os dias e que conhecemos as correntezas e as mudanças de marés é que, muitas vezes, orientamos alguns banhistas a tomarem certos cuidados.
É comum vermos os bombeiros pelas praias colocando bandeiras de perigo, mas isso não é suficiente! Ninguém presta atenção a elas. Nos dias em que o mar forma "bacias", é comum vermos muitas crianças e idosos nesses espaços que são os mais traiçoeiros. Na Orlinha, também conhecida como Praia do Meio, dependendo da maré, as correntezas "puxam" para dentro e um descuido pode ser fatal.
Se essa postura dos guarda-vidas não mudar, teremos ainda muitas outras vítimas. Eu mesmo nunca vi um treinamento dos bombeiros no mar! Sabemos que nadar em piscinas é bem diferente. É preciso um treinamento específico. Será que podemos confiar nos nossos salva-vidas? Há dois anos, quando um surfista foi levado pelas correntezas para alto mar, não havia botes para resgatá-lo. O cara foi salvo por um navio que passava lá por fora. Ano passado, outro morreu preso numa rede.
Está na hora da corporação responsável pelas praias tomar uma atitude afim de acabar, ou pelo menos reduzir esses acidentes e acredito que a melhor forma, além de ser a mais barata, é a orientação e observação dos banhistas e também de muitos garotos que estão começando a surfar, principalmente nos períodos de férias escolares.
Respeite o mar, pois ele é de uma força imensurável e ninguém o domina totalmente.
quinta-feira, janeiro 14, 2010
Novo WCT - Mudanças na Elite
O ano de 2009 foi um bom ano para o WCT (World Championship Tour). O título foi disputado até a última etapa, quando vários surfistas ainda tinham chances de vencer o circuito. Foi um ano regular para os brasileiros: tínhamos um nodestino, um paranaense e um paulista, que foi o único que conseguiu se manter para 2010, vale ressaltar, com honrosa participação, pois figurou entre os três primeiros até o finalzinho, quando, infelizmente, caiu para quinto.
Em contrapartida, foi um ano bem polêmico, com muitos boatos sobre um novo circuito. Encabeçados por Kelly Slater, os caras queriam um circuito com menos etapas, maiores valores de premiação e maior janela de espera para condições melhores nas etapas.
Bem, toda essa polêmica trouxe mudanças para 2010. Primeiro a ASP (Association Surfing Professionals) possibilitou às marcas patrocinadoras a escolha pelo modelo eliminatório já na primeira fase ou não, fazendo a repescagem. No final do ano anunciou uma mudança radical: o número de surfistas na elite irá diminuir. Há anos o circuito era formado por 28 pré-classificados, mais os 16 melhores do WQS (segunda divisão), mais 4 convidados, formando 48 atletas. Este ano, a partir da sexta etapa, em Trestles, esse número cairá para 32 surfistas, e em 2011, o ranking será formado pelos 22 mais bem colocados no WCT mais os primeiros 10 do WQS.
Outra grande mudança será o "Ranking Único". Os surfistas competirão nas suas divisões, mas será formado apenas um ranking para classificação para o WCT. É claro que os valores serão diferentes. Etapas WCT pontuarão mais que WQS, que também será qualificado em 6 níveis. O WCT terá 10 etapas e cada atleta computará os oito melhores resultados, assim como no WQS, onde os surfistas poderão escolher os eventos mais qualificados.
Esta semana, dia 12/01, anunciou mudanças no julgamento. O objetivo é estimular o surf de alta performance. Os conceitos analisados pelos juízes serão: comprometimento e grau de dificuldade, combinação entre manobras tradicionais e modernas, manobras inovadoras e progressivas, combinação das principais manobras, variedade de manobras, velocidade, potência e fluidez. De acordo com o local e as condições do mar, será dada maior ênfase a determinado critério.
A escala numérica permanecerá a mesma, ou seja, 0 a 1,9 as ondas fracas, de 2 a 2,9 as razoáveis, de 4 a 5,9 as médias, de 6 a 7,9 as boas e de 8 a 10 as excelentes.
A ASP espera renovar o circuito, torná-lo mais valioso, porque as premiações também serão acrescidas e haverá ainda um bonus para o campeão de U$ 100.000,00. Com isso, com certeza a organização apagará a idéia de um circuito alternativo e criará boas expectativas para o "Novo WCT".
Em contrapartida, foi um ano bem polêmico, com muitos boatos sobre um novo circuito. Encabeçados por Kelly Slater, os caras queriam um circuito com menos etapas, maiores valores de premiação e maior janela de espera para condições melhores nas etapas.
Bem, toda essa polêmica trouxe mudanças para 2010. Primeiro a ASP (Association Surfing Professionals) possibilitou às marcas patrocinadoras a escolha pelo modelo eliminatório já na primeira fase ou não, fazendo a repescagem. No final do ano anunciou uma mudança radical: o número de surfistas na elite irá diminuir. Há anos o circuito era formado por 28 pré-classificados, mais os 16 melhores do WQS (segunda divisão), mais 4 convidados, formando 48 atletas. Este ano, a partir da sexta etapa, em Trestles, esse número cairá para 32 surfistas, e em 2011, o ranking será formado pelos 22 mais bem colocados no WCT mais os primeiros 10 do WQS.
Outra grande mudança será o "Ranking Único". Os surfistas competirão nas suas divisões, mas será formado apenas um ranking para classificação para o WCT. É claro que os valores serão diferentes. Etapas WCT pontuarão mais que WQS, que também será qualificado em 6 níveis. O WCT terá 10 etapas e cada atleta computará os oito melhores resultados, assim como no WQS, onde os surfistas poderão escolher os eventos mais qualificados.
Esta semana, dia 12/01, anunciou mudanças no julgamento. O objetivo é estimular o surf de alta performance. Os conceitos analisados pelos juízes serão: comprometimento e grau de dificuldade, combinação entre manobras tradicionais e modernas, manobras inovadoras e progressivas, combinação das principais manobras, variedade de manobras, velocidade, potência e fluidez. De acordo com o local e as condições do mar, será dada maior ênfase a determinado critério.
A escala numérica permanecerá a mesma, ou seja, 0 a 1,9 as ondas fracas, de 2 a 2,9 as razoáveis, de 4 a 5,9 as médias, de 6 a 7,9 as boas e de 8 a 10 as excelentes.
A ASP espera renovar o circuito, torná-lo mais valioso, porque as premiações também serão acrescidas e haverá ainda um bonus para o campeão de U$ 100.000,00. Com isso, com certeza a organização apagará a idéia de um circuito alternativo e criará boas expectativas para o "Novo WCT".
terça-feira, janeiro 12, 2010
segunda-feira, janeiro 11, 2010
Filme de Surf - The Performers
Não lembro bem o campeonato e o ano, acho que foi 1985, mas nunca vou esquecer aquela noite!
Era uma sexta-feira, estávamos todos ansiosos pelo evento que começaria no sábado logo cedo. O coquetel de abertura foi no Sesc Atalaia com o sorteio das baterias e com o lançamento do novo filme da Quicksilver: The Performers.
Era muita ansiedade...O meu primeiro campeonato e o primeiro filme num telão com todas aquelas "feras": Rabbit Bartholomew, Richard Cram, Gary "Kong" Elkerton, Willie Morris, Wes Laine, Bryce Ellis, Marvin Foster, Chappy Jennings e Tom Carrol. Filmado por Jack McCoy, as imagens eram todas no Hawaii em '83.
Era algo inédito por aqui! A galera que estava assistindo ia ao delírio...Vibravamos com aquelas manobras. Richard Cram, com os braços arqueados, fazia curvas longas nas paredes de Sunset; "Kong" virava na base de Pipe e rasgava forte; Carrol pegava tubos incríveis, "Rabbit" dominava Backdoor... E a trilha sonora: Talking Heads, INXS, John Cougar, Rose Tatto e Simple Minds, bandas novas e desconhecidas pela maioria, mas que, a partir dali, tornaram-se preferidas e obrigatórias em todo "walkman"!
Ao final, todos queríamos uma cópia, mas era praticamente impossível. Quem tinha não cedia e era invejado por isso. Bem, mas eu consegui a minha e assistia todos os dias.
Esse filme foi muito inspirador e considero-o um clássico. A Quicksilver lançou o segundo anos depois, porém sem o mesmo impacto.
Infelizmente, não tenho mais a minha cópia e não sei se é possível conseguir o DVD, ainda não o encontrei. Enquanto isso, assisto partes no YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=QHhIII0h9Ic&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=xaDkxHaTa7M&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=IAaxluPqZLs&NR=1
Era uma sexta-feira, estávamos todos ansiosos pelo evento que começaria no sábado logo cedo. O coquetel de abertura foi no Sesc Atalaia com o sorteio das baterias e com o lançamento do novo filme da Quicksilver: The Performers.
Era muita ansiedade...O meu primeiro campeonato e o primeiro filme num telão com todas aquelas "feras": Rabbit Bartholomew, Richard Cram, Gary "Kong" Elkerton, Willie Morris, Wes Laine, Bryce Ellis, Marvin Foster, Chappy Jennings e Tom Carrol. Filmado por Jack McCoy, as imagens eram todas no Hawaii em '83.
Era algo inédito por aqui! A galera que estava assistindo ia ao delírio...Vibravamos com aquelas manobras. Richard Cram, com os braços arqueados, fazia curvas longas nas paredes de Sunset; "Kong" virava na base de Pipe e rasgava forte; Carrol pegava tubos incríveis, "Rabbit" dominava Backdoor... E a trilha sonora: Talking Heads, INXS, John Cougar, Rose Tatto e Simple Minds, bandas novas e desconhecidas pela maioria, mas que, a partir dali, tornaram-se preferidas e obrigatórias em todo "walkman"!
Ao final, todos queríamos uma cópia, mas era praticamente impossível. Quem tinha não cedia e era invejado por isso. Bem, mas eu consegui a minha e assistia todos os dias.
Esse filme foi muito inspirador e considero-o um clássico. A Quicksilver lançou o segundo anos depois, porém sem o mesmo impacto.
Infelizmente, não tenho mais a minha cópia e não sei se é possível conseguir o DVD, ainda não o encontrei. Enquanto isso, assisto partes no YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=QHhIII0h9Ic&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=xaDkxHaTa7M&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=IAaxluPqZLs&NR=1
quinta-feira, janeiro 07, 2010
Them Crooked Vultures
Imaginem uma mistura de Led Zeppelin, Nirvana e Queens of the Stone Age. Seria fantástico não? Pois isso existe e leva o nome de "Them Crooked Vultures".
Na verdade, essa banda é mais um projeto do maluco Josh Homme. Esse cara fez parte do Kyuss, tocou no Screaming Trees e depois fundou o QOTSA. Toca muita guitarra e ainda canta. A ele, juntaram-se Dave Grohl, baterista do Nirvana e hoje líder dos Foo Fighters e, pasmem, um membro do Led Zeppelin, o baixista e tecladista John Paul Jones. O coroa ainda está firme e forte.
O que se pode esperar de um supergrupo desses? São muitas influências...
Dizem que esse "namoro" começou em 2005, mas devido aos compromissos das suas respectivas bandas, foi sendo adiado até meados de 2009, quando os caras combinaram para fazer um som e trocar umas idéias. Não foi preciso mais que isso. Rapidinho já tinham feito várias músicas, tanto que, além desse lançamento, ficou material para um próximo disco, se é que podemos esperar por isso.
Esse disco tem treze músicas e 66 min. Muito bem trabalhado, é pesado e viajante. Se não apresenta uma sonoridade nova e revolucionária, empolga por trazer canções com pegada e feeling para deixar todos instigados. "Mind Eraser, No Chaser" e "Dead End Friends", uma das minhas preferidas, são mais aceleradas; "Elephants" começa nervosa e parte para uma psicodelia arrastada. "Bandoliers" também é irada! "Reptiles" me faz imaginar "rasgando paredes"...
É som para quem gosta de Rock'n'Roll de verdade, sem firulas. É Hard Rock dos bons!
http://www.themcrookedvultures.com/us/home
Na verdade, essa banda é mais um projeto do maluco Josh Homme. Esse cara fez parte do Kyuss, tocou no Screaming Trees e depois fundou o QOTSA. Toca muita guitarra e ainda canta. A ele, juntaram-se Dave Grohl, baterista do Nirvana e hoje líder dos Foo Fighters e, pasmem, um membro do Led Zeppelin, o baixista e tecladista John Paul Jones. O coroa ainda está firme e forte.
O que se pode esperar de um supergrupo desses? São muitas influências...
Dizem que esse "namoro" começou em 2005, mas devido aos compromissos das suas respectivas bandas, foi sendo adiado até meados de 2009, quando os caras combinaram para fazer um som e trocar umas idéias. Não foi preciso mais que isso. Rapidinho já tinham feito várias músicas, tanto que, além desse lançamento, ficou material para um próximo disco, se é que podemos esperar por isso.
Esse disco tem treze músicas e 66 min. Muito bem trabalhado, é pesado e viajante. Se não apresenta uma sonoridade nova e revolucionária, empolga por trazer canções com pegada e feeling para deixar todos instigados. "Mind Eraser, No Chaser" e "Dead End Friends", uma das minhas preferidas, são mais aceleradas; "Elephants" começa nervosa e parte para uma psicodelia arrastada. "Bandoliers" também é irada! "Reptiles" me faz imaginar "rasgando paredes"...
É som para quem gosta de Rock'n'Roll de verdade, sem firulas. É Hard Rock dos bons!
http://www.themcrookedvultures.com/us/home
terça-feira, janeiro 05, 2010
É hora de celebrar
Celebrar a vida, a saúde, a família e os amigos, o surf!
Está chegando o fim de mais um ano e esse é o melhor momento para refletirmos nossas atitudes, para fazermos planos, sonharmos...A cada ano ouvimos e vemos, cada vez mais, sobre calamidades e desastres naturais. Consequências de atidudes ambiciosas e por que não dizer irresponsáveis, não só dos nossos governantes e dos grandes empresários, mas sim de toda uma população da qual fazemos parte que ainda não se conscientizou da importância dos pequenos atos, que acha insignificante uma sacola plástica no lixo, que desperdiça água, que consome energia desnecessária. Somos milhões e a natureza já não nos agüenta mais! E somos surfistas... Somos os primeiros a sofrer porque dependemos da natureza.
Mas vamos celebrar! Celebrar porque apesar de tudo sempre temos esperança. Somos inteligentes e vamos mudar essa situação com as nossas ações. Sejamos exemplos. O surf hoje é super bem visto, está em todo canto, então aproveitemos para mostrar quem somos.
Olhando para trás, para 2009, tivemos um bom ano em termos de organização. A FSS emergiu com uma galera nova, cheia de vontade e melhorou a imagem do nosso estado lá fora. Tivemos um cir cuito forte, com bons patrocinadores, as lojas também acreditaram e apoiaram na medida do possível, pois sabemos que a situação financeira não anda muito bem. Ainda tivemos uma etapa do nordestino profissional e cursos para juízes e atletas.
Em termos de onda, não temos muito o que comemorar! Foi um ano fraco de ondulações e nossos fundos estão sempre mudando, impossibilitando formações perfeitas por muito tempo. Lembro-me apenas de dois swells bons: no início de maio e outro agora em novembro.
Mas vamos celebrar! Porque sempre depois de um ano fraco, vem um ano bom. Tenho fé que ter emos boas ondas em 2010...
É verdade que o crowd está ficando pesado e por isso deve aumentar o respeito dentro d'água. Temos um imenso litoral e aqueles que estão iniciando no esporte devem procurar praias mais vazias, com ondas mais fracas, afastar-se do crowd, até mesmo por questão de segurança.
Surfar é maravilhoso! Fazemos amigos, cuidamos da saúde, elevamos nossos espíritos. Surfar nos traz felicidade, equilíbrio, paz. E do que mais precisamos? O que pedimos a Deus nos nossos sonhos? Saúde, paz, felicidade.
Então vamos celebrar! Celebrar nossas conquistas, nossa vida!
Caros amigos, que este ano colhamos os frutos das sementes que plantamos. Façamos o bem. Vamos cuidar do nosso planeta, até mesmo porque ele não nos pertence, ele nos foi emprestado dos nossos filhos.
Um grande abraço e boas ondas...
Categorias de base - Garantia de futuro
Toda construção necessita de uma base sólida. O mesmo serve para o esporte, e no surf não é diferente.Todos os surfistas da elite passaram por essas categorias, sejam elas: gromets, iniciantes, mirins, juniores.
O surfista que pretende fazer carreira precisa começar cedo. É essencial passar pelas categorias de base, pois isso dará ao atleta experiência para que ao chegar nas categorias principais esteja amadurecido em competições. Aliado a isso, o acompanhamento e a orientação técnica, principalmente no início, fará muita diferença. Os australianos e os americanos são os maiores exemplos. Vou citar o maior fenômeno de todos os tempos, Kelly Slater. O cara fez parte da NSSA junto com Rob Machado e Taylor Knox. Correu em todas as categorias adquirindo experiência até ser eleito “Rockie of the Year” em 1991. Com apenas dezenove anos entrou para a elite, o WCT, e conquistou até hoje nove títulos mundiais.
A Austrália também forma campeões há anos. Todos com a mesma trajetória, Joel Parkinson, Mick Fanning e Dean Morrison treinaram juntos na mesma escola por muitos anos. Conquistaram juntos vários títulos amadores naquele país e até no mundo.As maiores marcas do esporte estão nesses países e têm em suas equipes garotos talentosos sendo treinados por técnicos experientes, geralmente ex-competidores, que filmam os treinos e corrigem cada detalhe da equipe, direcionando-os no caminho certo, com muita disciplina, muito estudo, e ai abro um parêntese, pois estudar o esporte é fundamental. Não basta surfar bem para conseguir bons resultados. Isso é coisa do passado. Até os melhores diamantes precisam ser lapidados. O surf hoje é extremamente técnico.Os garotos precisam dominar as regras até mais que as ondas, porque com muito treino você será um bom surfista, mas sem conhecer as regras não vai muito longe.O Brasil vem se destacando no cenário amador. Existem hoje vários circuitos amadores pelo país e campeonatos disputadíssimos até vinte e um anos de idade. O nordeste é um celeiro de novos talentos, mas não dispõe da estrutura do sul, das marcas, das equipes, do investimento que é feito nesses atletas com objetivos a longo prazo.Trazendo a situação para a nossa realidade, para o nosso estado, acho que estamos carentes de novos talentos. Tivemos vários no passado, em épocas diferentes, inclusive com destaques nacionais, mas hoje os nossos amadores estão abaixo da média. Não são competidores, não entendem as competições, não têm objetivos concretos, parece que estão brincando de competir. Tivemos recentemente campeonatos com a participação de atletas de outros estados e pudemos comparar a diferença, a postura, a disciplina, a técnica dos moleques. É bem diferente!
Sergipe é hoje a terceira capital do nordeste em termos de organização do esporte, atrás apenas de Pernambuco e do Ceará. Teremos vários campeonatos esse ano e nos próximos e queremos ver nossos surfistas nos pódios, mas sabemos que para isso teremos de realizar grandes esforços, treinar bastante dentro d’água e sermos mais comprometidos.Queremos ver mais garotos iniciantes orientados nos campeonatos, mais meninas, mais amadores interessados na competição, buscando resultados a médio e longo prazo. Só com muito trabalho e perseverança chegaremos onde queremos.
Comportamento e Postura
Estamos finalizando mais um ano e, como de costume, fazemos uma retrospectiva do que aconteceu de mais relevante nesse ano. Como sempre focamos as competições e esse ano foi rico, pelo menos se compararmos com outros anos, destaco fatos que merecem ser lembrados.
Ainda no final de 2007, recebemos a visita de Thiago (TBC) para o 1º Intercolegial que na oportunidade, em reunião com várias pessoas envolvidas na organização do surf, elegeram provisoriamente uma nova diretoria para a Federação Sergipana de Surf e comprometeram-se em apoiar o esporte de todas as formas. Dessa forma, com todos empenhados e aproveitando o momento, o ano competitivo começou com o Projeto Verão. Foram três etapas: Caueira, Pirambu e Aracaju. Esse é um evento atípico. Como as inscrições foram gratuitas e a premiação foi reduzida, vimos vários novos nomes e sentimos a ausência de outros já consagrados.
Foi uma oportunidade para aqueles que nunca competiram conhecerem o formato competitivo. Infelizmente, em Pirambu, tivemos que interromper o campeonato por falta de segurança para os atletas e à comissão técnica devido ao comportamento agressivo de um surfista local que, inconformado com sua desclassificação, juntou-se a seu “bando” e invadiu a área do evento.
Tivemos, além desses eventos, a 2ª etapa do Intercolegial e dois circuitos: o Aracaju Surf Power, com três etapas, uma na Aruana e duas na Praia do Meio, apoiado pela MSG Adventures e o novo site dropagora.com.br e o Natural Art Open de Surf que ainda não foi finalizado mas já realizou duas etapas com forte apoio logístico.
Em todos a Federação (FSS) esteve presente garantindo que todas as práticas estivessem de acordo com as regras da Confederação Brasileira. Foi ai que nós vimos o despreparo e a falta de informação de vários atletas. Os iniciantes, por assim serem, demonstraram vontade de aprender mas total desconhecimento. Não se pode querer participar de uma competição, seja ela qual for, sem conhecer suas regras. E estas estão disponíveis gratuitamente na Internet, basta buscá-las. Nas outras categorias, onde já se espera que os atletas demonstrem conhecimento e táticas de competição, ainda vimos muito despreparo, tanto técnico quanto comportamental. Como já citei noutra matéria, não basta surfar bem, é preciso conhecer “o jogo”. O fato de não conhecer bem as regras gera, algumas vezes, desclassificações e comportamentos inaceitáveis, inclusive puníveis rigorosamente.
Todo competidor deve zelar pela sua postura. Deve comportar-se como um atleta desde sua preparação até a competição. Isso inclui disciplina, educação e conhecimento técnico.
Os organizadores estão fazendo a parte deles. Recentemente foi oferecido um curso para juízes com o Diretor Técnico da Associação Nordestina de Surf, o qual abrangia além de critérios de julgamento, regras de interferência e técnicas de competição. Mais uma vez vimos desinteresse por parte de alguns, pois foi uma excelente oportunidade para todos que pretendem aperfeiçoar-se em competições, mas apenas quinze pessoas participaram.
Para 2009 temos várias promessas: uma nova diretoria na FSS, contratos com patrocinadores que garantiram vários eventos, a possibilidade de uma etapa do nordestino e a continuação do Natural Art. Tudo indica que teremos um ano ainda melhor. Cabe a todos, organizadores e competidores, diante dessa explosão do surf, fazerem a sua parte de forma cada vez mais profissional para sermos reconhecidos e crescermos como esportistas e pessoas que somos.
Ainda no final de 2007, recebemos a visita de Thiago (TBC) para o 1º Intercolegial que na oportunidade, em reunião com várias pessoas envolvidas na organização do surf, elegeram provisoriamente uma nova diretoria para a Federação Sergipana de Surf e comprometeram-se em apoiar o esporte de todas as formas. Dessa forma, com todos empenhados e aproveitando o momento, o ano competitivo começou com o Projeto Verão. Foram três etapas: Caueira, Pirambu e Aracaju. Esse é um evento atípico. Como as inscrições foram gratuitas e a premiação foi reduzida, vimos vários novos nomes e sentimos a ausência de outros já consagrados.
Foi uma oportunidade para aqueles que nunca competiram conhecerem o formato competitivo. Infelizmente, em Pirambu, tivemos que interromper o campeonato por falta de segurança para os atletas e à comissão técnica devido ao comportamento agressivo de um surfista local que, inconformado com sua desclassificação, juntou-se a seu “bando” e invadiu a área do evento.
Tivemos, além desses eventos, a 2ª etapa do Intercolegial e dois circuitos: o Aracaju Surf Power, com três etapas, uma na Aruana e duas na Praia do Meio, apoiado pela MSG Adventures e o novo site dropagora.com.br e o Natural Art Open de Surf que ainda não foi finalizado mas já realizou duas etapas com forte apoio logístico.
Em todos a Federação (FSS) esteve presente garantindo que todas as práticas estivessem de acordo com as regras da Confederação Brasileira. Foi ai que nós vimos o despreparo e a falta de informação de vários atletas. Os iniciantes, por assim serem, demonstraram vontade de aprender mas total desconhecimento. Não se pode querer participar de uma competição, seja ela qual for, sem conhecer suas regras. E estas estão disponíveis gratuitamente na Internet, basta buscá-las. Nas outras categorias, onde já se espera que os atletas demonstrem conhecimento e táticas de competição, ainda vimos muito despreparo, tanto técnico quanto comportamental. Como já citei noutra matéria, não basta surfar bem, é preciso conhecer “o jogo”. O fato de não conhecer bem as regras gera, algumas vezes, desclassificações e comportamentos inaceitáveis, inclusive puníveis rigorosamente.
Todo competidor deve zelar pela sua postura. Deve comportar-se como um atleta desde sua preparação até a competição. Isso inclui disciplina, educação e conhecimento técnico.
Os organizadores estão fazendo a parte deles. Recentemente foi oferecido um curso para juízes com o Diretor Técnico da Associação Nordestina de Surf, o qual abrangia além de critérios de julgamento, regras de interferência e técnicas de competição. Mais uma vez vimos desinteresse por parte de alguns, pois foi uma excelente oportunidade para todos que pretendem aperfeiçoar-se em competições, mas apenas quinze pessoas participaram.
Para 2009 temos várias promessas: uma nova diretoria na FSS, contratos com patrocinadores que garantiram vários eventos, a possibilidade de uma etapa do nordestino e a continuação do Natural Art. Tudo indica que teremos um ano ainda melhor. Cabe a todos, organizadores e competidores, diante dessa explosão do surf, fazerem a sua parte de forma cada vez mais profissional para sermos reconhecidos e crescermos como esportistas e pessoas que somos.
Feliz 2009!!
segunda-feira, janeiro 04, 2010
De quem é o direito?
O surf é um esporte nobre. No início só podia ser praticado pelos reis. Ainda hoje, em algumas ilhas da Polinésia, é preciso pedir autorização ao rei da ilha para surfar. E olhe que lá não existe crowd! É apenas uma questão de respeito.
Infelizmente muitos surfistas desconhecem o real espírito do surf. A sua essência: o simples e inigualável prazer de surfar ondas perfeitas com apenas alguns amigos. Aos poucos, esse “feeling” está se perdendo. Alguns culpam o sucesso que o esporte atingiu; outros as competições. Não concordo! Acredito que mesmo no crowd seja possível sentir aquilo que só o surf nos proporciona. Desde que haja respeito e educação.
Uma onda só pode ser surfada em toda sua plenitude por um surfista. Até mesmo porque mais de um na onda aumenta o risco de acidente aos dois. Mas, quando mais de um rema para a mesma onda, de quem é o direito de surfá-la? É simples. Existem regras para definir cada situação. Os competidores as conhecem. Todos podem ter acesso a elas. No site da Confederação Brasileira (www.cbsurf.com.br) pode ser baixado todo o livro de regras.
Contudo, um princípio básico define, de modo geral, a maioria das situações. Aquele que estiver na parte mais crítica da onda terá o direito incondicional de surfá-la em toda sua extensão. Por parte mais crítica entende-se o pico, a parede mais próxima da espuma. Isto vale para baterias de três ou quatro atletas, como também para o dia-a-dia quando duas ou mais pessoas remam para uma mesma onda, não importando quem ficou em pé primeiro. Aquele mais próximo da espuma pode virar para a parede e os outros devem abortar a remada ou, se já estiverem na onda, devem sair dela imediatamente, evitando prejudicar o potencial daquela onda. Cabe, a quem estiver disposto a disputá-la, buscar posicionar-se na parte interna, mais crítica. Alguns surfistas mais experientes utilizam artimanhas para conseguir tal posicionamento. Desde que seja de forma honesta, é válido. Dar um balão, ou seja, remar por trás, é uma delas. É preciso ter uma boa remada para isso. Para iniciantes e para os que não estão em plena forma, o melhor a fazer é afastar-se do crowd. Essa atitude, tanto fará com que peguem mais ondas como também evitará acidentes.
No caso de baterias homem x homem, ainda existe o critério de prioridade, onde quando um atleta pega uma onda passa a prioridade ao adversário, desde que este esteja no outside, e com a prioridade, poderá escolher a onda que quiser, desconsiderando assim o critério anterior, de colocação.
Nas competições, aquele que comete interferência é punido com o corte pela metade da sua segunda melhor nota. Em caso de reincidência na mesma bateria, pontuará zero. Surfar na área demarcada para competição também é interferência. É desrespeito aos atletas. Assim como descer onda em pé antes de iniciado e depois de terminado o tempo da sua bateria. Isso causa confusão nos juízes.
A verdade é que ninguém gosta de dividir a mesma onda. Nem com os melhores amigos. Todavia, temos quilômetros de praias. A qualidade não é a mesma em todos os picos, mas tem onda pra todo mundo. É só procurar. Afinal, não somos nobres?
domingo, janeiro 03, 2010
Como avaliar uma onda
Avaliar uma onda é algo complexo.
O surf competitivo está fazendo trinta anos. Tudo mudou: as pessoas, os equipamentos, as atitudes, etc... O esporte cresceu, enriqueceu e desenvolveu-se em todos os sentidos e é obvio que o critério de avaliação acompanhou essa evolução. Os surfistas, ao longo desse período e principalmente na última década, estão desenvolvendo novas manobras, ficaram extremamente radicais. Com isso, os juízes precisam acompanhar essas mudanças para adaptá-las os critérios de julgamento.
Lembro quando o maior percurso fazia a diferença. Noutra época, valorizou-se a quantidade de manobras. O estilo também já esteve no critério. Um dos ícones dos anos noventa disse: “style is basicaly everything” (Estilo é basicamente tudo).
Acredito que temos hoje um critério bastante abrangente mas que, ao mesmo tempo, define a linha a qual o atleta deve seguir para pontuar bem e vencer suas baterias.
Os juízes e os atletas chegaram a seguinte conclusão: O surfista deve executar manobras radicais e controladas nas partes mais críticas da onda com velocidade, força e fluidez para aumentar o potencial de pontuação. Deverá ser levado em conta o surf inovador e progressivo assim como a variação de manobras na hora de pontuar a performance apresentada. O surfista que seguir este critério com o maior grau de dificuldade e controle nas melhores ondas receberá as melhores notas.
É preciso interpretar com cuidado esse critério. Adaptar-se a ele. Os competidores às vezes são radicais mas surfam sem controle, noutras executam as manobras com força porém são conservadores e não variam o repertório.
Aos juízes cabe extrair de cada performance os detalhes que mais se aproximam do critério exigido, levando em consideração as condições do mar.
Essa interpretação, apesar da clareza do critério, é subjetiva. Cada juiz tem uma percepção. Um sentimento. Uma identificação. Mas isso, apesar de influenciar, não pode escapar do foco. Ou seja, acima de tudo está o Critério.
Como cada onda é julgada por, no mínimo, três juízes, sob a supervisão de um juiz chefe(Head Judge), as notas são pontuadas dentro de uma perspectiva ampla, embora sejam incluídas numa escala pré-determinada. Seja ela: ruim (0,1 a 2,5), regular (2,6 a 4,1), boa (4,2 a 6,1), muito boa (6,2 a 7,9) e excelente (8,0 a 10,0).
A ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) vem aceitando divergências entre juízes de até 1,5 pontos para uma mesma onda. Isto é perfeitamente aceitável. Vem da interpretação.
Sendo assim, sugiro que aqueles que pretendem participar dos campeonatos, acompanhem as atualizações, informem-se sobre critérios, pois não basta surfar bem, ser radical, agressivo ou mandar um super aerial, é preciso adaptar-se as regras.
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