A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

De quem é o direito?


O surf é um esporte nobre. No início só podia ser praticado pelos reis. Ainda hoje, em algumas ilhas da Polinésia, é preciso pedir autorização ao rei da ilha para surfar. E olhe que lá não existe crowd! É apenas uma questão de respeito.

Infelizmente muitos surfistas desconhecem o real espírito do surf. A sua essência: o simples e inigualável prazer de surfar ondas perfeitas com apenas alguns amigos. Aos poucos, esse “feeling” está se perdendo. Alguns culpam o sucesso que o esporte atingiu; outros as competições. Não concordo! Acredito que mesmo no crowd seja possível sentir aquilo que só o surf nos proporciona. Desde que haja respeito e educação.

Uma onda só pode ser surfada em toda sua plenitude por um surfista. Até mesmo porque mais de um na onda aumenta o risco de acidente aos dois. Mas, quando mais de um rema para a mesma onda, de quem é o direito de surfá-la? É simples. Existem regras para definir cada situação. Os competidores as conhecem. Todos podem ter acesso a elas. No site da Confederação Brasileira (www.cbsurf.com.br) pode ser baixado todo o livro de regras.

Contudo, um princípio básico define, de modo geral, a maioria das situações. Aquele que estiver na parte mais crítica da onda terá o direito incondicional de surfá-la em toda sua extensão. Por parte mais crítica entende-se o pico, a parede mais próxima da espuma. Isto vale para baterias de três ou quatro atletas, como também para o dia-a-dia quando duas ou mais pessoas remam para uma mesma onda, não importando quem ficou em pé primeiro. Aquele mais próximo da espuma pode virar para a parede e os outros devem abortar a remada ou, se já estiverem na onda, devem sair dela imediatamente, evitando prejudicar o potencial daquela onda. Cabe, a quem estiver disposto a disputá-la, buscar posicionar-se na parte interna, mais crítica. Alguns surfistas mais experientes utilizam artimanhas para conseguir tal posicionamento. Desde que seja de forma honesta, é válido. Dar um balão, ou seja, remar por trás, é uma delas. É preciso ter uma boa remada para isso. Para iniciantes e para os que não estão em plena forma, o melhor a fazer é afastar-se do crowd. Essa atitude, tanto fará com que peguem mais ondas como também evitará acidentes.

No caso de baterias homem x homem, ainda existe o critério de prioridade, onde quando um atleta pega uma onda passa a prioridade ao adversário, desde que este esteja no outside, e com a prioridade, poderá escolher a onda que quiser, desconsiderando assim o critério anterior, de colocação.

Nas competições, aquele que comete interferência é punido com o corte pela metade da sua segunda melhor nota. Em caso de reincidência na mesma bateria, pontuará zero. Surfar na área demarcada para competição também é interferência. É desrespeito aos atletas. Assim como descer onda em pé antes de iniciado e depois de terminado o tempo da sua bateria. Isso causa confusão nos juízes.

A verdade é que ninguém gosta de dividir a mesma onda. Nem com os melhores amigos. Todavia, temos quilômetros de praias. A qualidade não é a mesma em todos os picos, mas tem onda pra todo mundo. É só procurar. Afinal, não somos nobres?

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