A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

domingo, janeiro 03, 2010

Como avaliar uma onda


Avaliar uma onda é algo complexo.

O surf competitivo está fazendo trinta anos. Tudo mudou: as pessoas, os equipamentos, as atitudes, etc... O esporte cresceu, enriqueceu e desenvolveu-se em todos os sentidos e é obvio que o critério de avaliação acompanhou essa evolução. Os surfistas, ao longo desse período e principalmente na última década, estão desenvolvendo novas manobras, ficaram extremamente radicais. Com isso, os juízes precisam acompanhar essas mudanças para adaptá-las os critérios de julgamento.

Lembro quando o maior percurso fazia a diferença. Noutra época, valorizou-se a quantidade de manobras. O estilo também já esteve no critério. Um dos ícones dos anos noventa disse: “style is basicaly everything” (Estilo é basicamente tudo).

Acredito que temos hoje um critério bastante abrangente mas que, ao mesmo tempo, define a linha a qual o atleta deve seguir para pontuar bem e vencer suas baterias.

Os juízes e os atletas chegaram a seguinte conclusão: O surfista deve executar manobras radicais e controladas nas partes mais críticas da onda com velocidade, força e fluidez para aumentar o potencial de pontuação. Deverá ser levado em conta o surf inovador e progressivo assim como a variação de manobras na hora de pontuar a performance apresentada. O surfista que seguir este critério com o maior grau de dificuldade e controle nas melhores ondas receberá as melhores notas.

É preciso interpretar com cuidado esse critério. Adaptar-se a ele. Os competidores às vezes são radicais mas surfam sem controle, noutras executam as manobras com força porém são conservadores e não variam o repertório.

Aos juízes cabe extrair de cada performance os detalhes que mais se aproximam do critério exigido, levando em consideração as condições do mar.

Essa interpretação, apesar da clareza do critério, é subjetiva. Cada juiz tem uma percepção. Um sentimento. Uma identificação. Mas isso, apesar de influenciar, não pode escapar do foco. Ou seja, acima de tudo está o Critério.

Como cada onda é julgada por, no mínimo, três juízes, sob a supervisão de um juiz chefe(Head Judge), as notas são pontuadas dentro de uma perspectiva ampla, embora sejam incluídas numa escala pré-determinada. Seja ela: ruim (0,1 a 2,5), regular (2,6 a 4,1), boa (4,2 a 6,1), muito boa (6,2 a 7,9) e excelente (8,0 a 10,0).

A ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) vem aceitando divergências entre juízes de até 1,5 pontos para uma mesma onda. Isto é perfeitamente aceitável. Vem da interpretação.

Sendo assim, sugiro que aqueles que pretendem participar dos campeonatos, acompanhem as atualizações, informem-se sobre critérios, pois não basta surfar bem, ser radical, agressivo ou mandar um super aerial, é preciso adaptar-se as regras.

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