A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Melhores Discos de 2015


Parece que a cada ano, mesmo com toda a crise mundial e a industria fonográfica indicando decadência, o número de lançamentos é cada vez maior. Vejo como resposta a essa crise o surgimento de diversas pequenas gravadoras que se sustentam com muito pouco e mantém em seus casts um número reduzido de bandas, geralmente todas no mesmo estilo e também os inúmeros lançamentos independentes, gravados e produzidos pelas próprias bandas, com pouco investimento mas com muita vontade e competência.

É claro que quando esse número cresce existe uma tendência natural da escala da qualidade ser muito abrangente, ser dilatada, e a média geral pode ser mais baixa. Em contrapartida, sempre há aqueles que se destacam, e não são poucos. Esse ano escutei aproximadamente 150 lançamentos, como de costume, e sempre é muito difícil destacar os melhores numa pequena lista, foram muitos discos realmente bons, diria que foi um ano acima da média, repleto de relançamentos e compilações excelentes, além de diversas bandas novas. O ideal seria fazê-la por estilo, seria mais justa e muito mais fácil, até porque como comparar, como afirmar que o disco de Chris Stapleton é melhor do que o do Freedom Hawk. É como dizer que a cerveja Heineken é melhor que o vinho Periquita, são completamente diferentes.

Não me considero eclético, nem gosto desse termo, mas revendo minhas listas de anos anteriores percebi uma certa diferença, uma tendência a sons mais leves. Será que estou amolecendo? Na verdade, desde que comecei a ouvir música, o rock sempre foi o meu estilo, embora alguns dos seus subgêneros sejam mais presentes e mais curtidos em determinadas fases da vida. Já fui muito do metal, passei pelo punk, pelo progressivo, pelo reggae, e ultimamente tenho tendenciado mais para o hard e o blues. Seria uma seleção natural que a vivência estaria me impondo, vamos ver.

Então, sendo bem abrangente e sentindo por deixar de fora coisas tão boas, relaciono aqui apenas vinte álbuns, aqueles que mais curti durante o ano, deixando ainda tantos outros que não tive tempo para ouvir...

Warren Haynes - Ashes & Dust
Talvez esse disco do Warren Haynes seja o meu preferido desse ano. Gostei tanto que fiz questão de comprá-lo nos EUA em vinil. Haynes está na minha eterna lista de melhores guitarristas de todos os tempos. Sou fã desse cara desde que entrou para o Allman Brothers e fiquei ainda mais impressionado com sua banda Gov't Mule. Desde que partiu para carreira solo, fora os diversos discos ao vivo, esse é seu terceiro e melhor álbum, muito inspirador. Um disco de blues, apaixonado e apaixonante. Difícil destacar uma música.
Ouvir "Glory Road"

Tom Killner - Hard Road
Puta disco de blues rock desse garoto de apenas 20 anos que já chegou fincando uma estaca no coração dos amantes do estilo. Este disco é um absurdo de bom, do início ao fim, só tem pedradas com muito feeling e peso. Para entender melhor esse cara, deixo aqui uma declaração dele mesmo: "Blues for me it's more than just a style. It's a way letting emotion out from deep down inside your soul, that you didn't even know existed, it's a way of communicating with other people. They get it, no matter who you are or where you come from". Wow!!

Tiny Legs Tim - Stepping Up
Tim DeGraeve é seu verdadeiro nome. Um guitarrista de blues sueco, que embora muito novo foi buscar inspiração no passado e com esse seu terceiro álbum chamou minha atenção pela sua sutileza e sensibilidade nas dez faixas que compõem o disco.
Ouvir "Stepping Up"

Jason Isbell - Something More Than Free
Jason Isbell começou a despontar na banda de country rock Drive-By-Truckers, uma ótima banda. Em 2007 partiu para carreira solo e este é seu quinto álbum. Seu estilo não foge às suas raízes, mas soa contemporâneo, carregado de melodias suaves, bons vocais e lindas guitarras e violões. Curti bastante.
Ouvir "24 Frames"

Frankie Lee - American Dreamer
Dizer que este disco é maravilhoso é pouco, mas não tenho outro adjetivo melhor para ele. Quando comecei a ouví-lo, já na primeira música, High and Dry, arrepiei-me, cantei junto com Lee o refrão e quando a música acabou, toquei-a de novo algumas vezes. Não esperava que as próximas seriam tão boas quanto a primeira, mas são, todas são. Sabe o que é isso? Um cara que veio de um pai e uma mãe apaixonados por música, que viveram no meio artistico, começou cedo a escrever suas canções, mas levou anos para juntar algumas delas para só depois de muitos anos gravar seu primeiro disco. Aqui nada se descarta, é como um ato sexual, desde as preliminares ao orgasmo, perfeito!

Graveyard - Innocence and Decadence
Este disco estará em muitas listas daqueles que gostam de metal e de hard rock. O Graveyard surgiu junto com outra banda excelente, a Witchcraft(que não lançou disco esse ano). Ambas estão no quarto disco, ambas representam muito bem essa nova safra do metal mais conhecida como Stoner. Assim como sua irmã, a cada álbum percebe-se um som mais elaborado. Este disco está até mais leve que os anteriores, mas não perdeu a força, os riffs ainda estão lá, mas agora também estão solos e melodias viajantes.

Donavon - The Heart
Que disco! Donavon é uma cara muito acima da média, foi um surfista profissional, abandonou as competições para dedicar-se à família e a sua música, sorte a nossa. Todos os seus discos são ótimos, mas aqui ele se superou. Este disco está maravilhoso, mais simples, mais acústico, adorável!

Beth Hart - Better Than Home
Pedras preciosas não ficam expostas, visíveis a qualquer um, é preciso escavar, buscá-las nas profundezas da terra, de onde veio esta aqui. Uma preciosidade que ficou em um buraco por anos, cavado pelas drogas, mas lá não era seu lugar. Nós, amantes do blues, precisávamos dela, e ela ressurgiu com este maravilhoso álbum. A melhor voz feminina do blues atualmente.

Datura4 - Demon Blues
Esse é o primeiro disco desta banda australiana, mas os membros já fazem parte da cena há anos, em diversas bandas locais. É um disco de blues rock, ou hard blues, não o blues tradicional, e sim o que hoje se costuma chamar de stoner ou desert, não importa, tem um som pesado com fortes influências nos anos '70. O disco é conciso, chamou minha atenção logo no início do ano e tenho curtido bastante.
Ouvir "Killjoy"

Davy Knowles - The Outsider
A primeira vez que ouvi esse cara foi por acaso. Na verdade, fui apresentado a banda na qual ele tocava, a Back Door Slam. O disco da banda é foda! Curti bastante por um tempo até quando em 2009 saiu o primeiro solo do Davy, também ótimo. Fiquei fã do cara, tanto como guitarrista, como cantor e compositor. Sua música é blues rock e tem muito feeling, o que me agrada bastante. Este disco é outro petardo com muita guitarra, canções bonitas, alguns rocks e muito blues, um disco para ouvir na íntegra.

Freedom Hawk - Into Your Mind
O Freedom Hawk sempre aparece nas minhas listas, é a banda que ocupou o lugar do Black Sabbath no vazio deixado por eles. Neste quarto disco, a banda segue a mesma linha dos anteriores fazendo um hard rock setentista altamente inspirado nos precursores do metal. Todas as músicas são muito trabalhadas, um disco excelente para quem gosta de um bom som pesado.
Ouvir "The Line"

Kadavar - Berlin
Prepare-se para a porrada! Esse alemães são bons de briga e de Rock 'n Roll, do puro hard rock chapado dos anos '70. São uma das melhores bandas dos últimos anos. Três discos lançados e reconhecimento no mundo inteiro, até no Brasil, terra dos(as) "bundas", onde passariam em turnê cancelada na última hora. Pelo menos tiveram dois discos lançados este mês para promovê-la. Eu garanti os meus. 

The Sheepdogs - Future Nostalgia
Alguns países devem ter algo no ar que os músicos inspiram e exalam em forma de música de alta qualidade e sentimento. A Australia, a Suécia e o Canada são abençoados com essa substância contagiante. The Sheepdogs fazem o que chamamos de classic rock, o que bandas como o Bad Company, o Guess Who e o Led Zeppelin fizeram. Este já é o quinto discos dos caras e afirmo com segurança, eles se superaram, mesmo todos os outros sendo ótimos. Foi tanta inspiração que o álbum tem 18 faixas e não cai o nível, pode deixar rolar na íntegra.
Ouvir "Downtown"

The White Buffalo - Love and the Death of Damnation
Jake Smith. Conheci esse cara em 2012 com o disco Once Upon a Time in the West, seu primogênito. Lembro bem que fiquei estupefado com a voz desse que não deveria se chamar búfalo, mas sim urso, pois é o que ele é, um gigante feroz na aparência mas com tanta sensibilidade e delicadeza na sua música que choca quem se arrisca a ouví-lo. Bom para qualquer hora.

Ruby the Hatchet - Valley of the Snake
Tenho duas veias cheias de músicas que alimentam meu coração. Numa delas corre o blues, na outra o hard rock. Preciso das duas para viver, e essa banda satisfaz minhas necessidades. É uma banda relativamente nova, só tem dois discos lançados, um em 2012 e esse, muito foda! Costumo relacionar as melhores músicas, mas não consegui. Põe para tocar e viaje.
Ouvir "Heavy Blanket"

Seasick Steve - Sonic Soul Surfer
Postei esse disco aqui no blog em março, quando vi o lançamento do single I'm a summertime boy no youtube. Seasick já tem alguns albuns na carreira, todos muito bons. Mantém o mesmo estilo de sempre, cru, com bases no blues, no country e no classic rock. Curti bastante este lançamento.
Ouvir "I'm a Summertime Boy"

Leon Bridges - Coming Home
Leon vem do Texas, mas não é country. Bebe da água do soul. Curti muito esse disco, é inspirador, diferente de tudo que costumo ouvir regularmente, é um estranho no ninho. São músicas de amor, porém com muito balanço, levantam seu espírito se você estiver numa boa, mas cuidado, pode também te levar ao fundo do poço onde estão os desafortunados perdidamente apaixonados, abandonados pela sua paixão.
Ouvir "Coming Home"

Alex Bleeker  - Country Agenda
De um devoto do Grateful Dead, o que esperar? Depende, seria a melhor resposta, porque aqueles foram do céu ao inferno, mas Alex Bleeker soube manter-se na linha e extrair o melhor que o Dead poderia ter deixado. É folk rock na veia, desde a capa até o último acorde do disco, uma delícia de som para momentos especiais, para quando quiser mergulhar no seu íntimo ou compartilhar seus melhores sentimentos com alguém.
Ouvir "The Rest"

All Them Witches - Dying Surfer Meets His Maker
Nunca postei um álbum sequer do All Them Witches, embora já curta essa banda há três anos, desde quando lançaram seu primeiro disco, o ótimo Our Mother Electricity. É uma das bandas americanas na linha Stoner que mais curto. A música deles vem carregada de influências de décadas passadas, nitidamente os caras ouviram muito Black Sabbath e o Led Zeppelin, são discípulos dessas duas bandas. Dizem que este disco foi concebido em seis dias, e isto é o máximo, grandes discos foram feitos assim, de forma muito espontânea, este é mais um desses classudos.
Ouvir "Call me a Star"

Chris Stapleton - Traveller
Esse chegou nos minutos finais, quase fica de fora, o que seria uma pena. Indicado por um amigo que é um verdadeiro garimpeiro, fiquei curioso porque nunca ouvira falar do cara e quando fui buscar informações e videos fiquei pasmo, passei o dia inteiro ouvindo seu som. Chris é um músico country(minhas raízes mais profundas...) que tem 150 músicas gravadas por outros artistas, é mole?Mas só agora criou coragem para lançar-se em carreira solo com esse album maravilhoso, uma viagem ao interior da alma. Ficará no player ainda por muito tempo.

quarta-feira, dezembro 30, 2015

Mentawai


As ilhas Mentawai são como um sonho, são tão lindas e suas ondas tão perfeitas que mais parecem o paraíso na terra. Esse vídeo captura imagens aéreas incríveis de direitas e esquerdas translúcidas sobre uma bancada rasa e ameaçadora. Quem não se arriscaria por tanta beleza e perfeição? Eu sim.

terça-feira, dezembro 29, 2015

Stone Dead Forever!


Lemmy se foi. Já era mais que esperada essa notícia. Faz dois anos que sentimos que a qualquer momento ele não suportaria mais essa dor e perderia a batalha contra o câncer que o destruia ferozmente. O cara era um herói, lutou e não desistiu até o último momento. Foram dois anos difíceis para ele e para os fãs. Mesmo assim ele continuou tocando, gravando e tentando fazer shows, embora muitos tenham sido cancelados pelo seu estado de saúde não lhe permitir sequer levantar-se.


Mas seu legado ficará para a eternidade, seus milhões de fãs pelo mundo inteiro jamais esquecerão suas músicas, sua postura, sua fé no rock n roll. Um cara que começou a tocar muito cedo, no início dos anos '60. Como fã, foi roadie de Jimi Hendrix, e apaixonou-se pela cena musical. Juntou-se à banda Hawkwind no início dos anos '70, mas logo partiu para formar uma outra banda, a Bastard, com Larry Wallis e Lucas Fox. Não deu certo e Lemmy formou a sua eterna Motorhead, lançando em 1977 o primeiro de uma gigantesca discografia, sempre fiel aos seus princípios. O cara conseguiu conquistar punks, metaleiros, rockers, posers, tiozinhos e guris de todas as idades e etnias, o cara fez muita história, é mais uma lenda que vai perturbar e fazer barulho em outro plano. 
R.I. P. Lemmy!


domingo, dezembro 27, 2015

A Salvação Brasileira

A salvação da música brasileira está no rock. Eu tento, tento, mas não tem jeito. Sempre foi assim. Lembro-me de várias festinhas, encontros de amigos onde a galera botava um som nacional e eu ficava sempre isolado, angustiado, não entrava no clima. Não vou dizer que nunca gostei de nada, não é por aí, no entanto, são pouquíssimas as bandas que conseguem me animar.

Durante todo o ano, sempre acompanho os lançamentos pelos melhores blogs, nacionais e internacionais. Tento ouvir os discos brasileiros, de vários estilos, mas não me atraem, com raras exceções. Estava lendo e ouvindo uma relação dos 50 melhores do ano e mais uma vez me decepcionei, as mesmas coisas de sempre, MPB e Rock Pop manjado.

Graças a Deus no Brasil também existem ótimas bandas de Blues e Rock 'n Roll, e são elas que salvam esse coração rockeiro e blueseiro. Segue aqui um pequeno bocado dessas salvadoras...













sábado, dezembro 19, 2015

A Onda do Kelly


Todo surfista deseja pegar ondas perfeitas sozinho ou com apenas alguns amigos, mas isso é algo quase impossível nos dias de hoje, a menos que o cara seja um aventureiro, ou um abastado, um filho da puta sortudo. 

Mas existe um cara que é conhecido por diversos codinomes que é tudo isso e muito mais. Chamam-no de ET, Deus, Careca, Fenômeno, Carlos Leite, mas seu nome é Kelly Slater, o maior surfista de todos os tempos, o maior campeão, o mais rico e o cara que pegou a Gisele Bündchen e a Pamela Anderson...O que ele queria mais da vida? A sua onda. 

Com o absurdo crescimento do surf em todo o mundo, a possibilidade de surfar ondas perfeitas sem o maldito crowd está se tornando impossível, então há alguns anos veio a idéia de se criar uma onda artificial. Projetos foram realizados, alguns deram certo, outros foram frustrados. Há uns dois anos foi criada uma onda numa área rural na França e outra em uma piscina no Oriente Médio, duas ondas realmente com qualidade, próximas da perfeição.

Hoje foi divulgado o projeto ambicioso que já vem sendo desenvolvido na "surdina" pelo Kelly e sua equipe, e olha, pelas imagens divulgadas, ele conseguiu. A onda é um espetáculo! Bom tamanho, força e perfeição. Ele chamou de "protótipo", para mim é o "sonho". Mas esse iluminado sempre nos surpreende. Quem viver, verá, e quem tiver sorte, surfará.

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Adriano de Souza - Campeão Mundial de Surf


Ontem, dia 17 de dezembro de 2015, deve ser reconhecido como o Dia do Surf no Brasil. Não por um fato isolado, mas pela concretização e realização de dezenas deles, de milhares, senão milhões de sonhos, pela derrubada de uma barreira gigantesca que havia no circuito mundial em desfavor do surf brasileiro, pela magnífica vitória de Adriano de Souza no Pipeline Masters, um dos eventos mais tradicionais e emblemáticos do esporte, pela vitória de Gabriel Medina na Tríplice Coroa Hawaiana, o conjunto das três etapas que todos os anos acontecem no Hawaii no encerramento do circuito e que é considerada a segunda mais importante conquista depois do título mundial, e ainda, a mais importante de todas, a conquista do título mundial pelo Adriano de Souza.

O título mundial de surf não é como uma copa do mundo de futebol, não é um evento isolado; é uma maratona que dura dez meses e percorre nove países; é a soma dos nove melhores resultados em onze eventos que acontecem em condições adversas, em ondas pequenas, médias e grandes, em águas quentes e frias, em esquerdas e direitas, onde é exigido dos surfistas muito preparo físico e mental; técnica e tática; frieza e concentração; foco, vontade, garra e muita atitude.

Alguns surfistas são especialistas em determinadas condições, mas pecam em outras; ganham etapas, mas afundam-se em outras. Estes nunca chegarão ao título. Para ser um campeão mundial de surf é preciso ser completo, e poucos conseguem essa façanha.



Adriano de Souza é completo. Isso não quer dizer que ele é o melhor surfista do mundo, ele não é. Ele é o atual campeão do mundo, e é merecedor desse título mais do que qualquer outro. Mick Fanning poderia ter sido o campeão, chegou muito perto, e também seria merecedor, assim como o Gabriel, o Julian Wilson e o Owen Write. Esses foram os melhores surfistas desse ano. 

E o Filipe Toledo? Não esqueci dele, apenas não o coloco como merecedor desse título, ainda! Filipe é excepcional em ondas pequenas, muito bom em ondas médias, mas muito fraco, despreparado e sem atitude quando o mar sobe, então ainda não chegou a hora dele, porém acredito que isso é uma questão de pouco tempo.

Eu poderia neste espaço contar a história de Adriano, mas não o farei, pois muitos o farão. No entanto, quero homenageá-lo. Como acompanho o circuito desde outras gerações, vi muitos entrarem e saírem, alguns ficaram por mais tempo, outros caíram rápido; alguns chegaram a conquistar boas posições e até vencer etapas e deixaram suas marcas, mas ninguém foi tão sólido quanto esse cara, ninguém permaneceu por tanto tempo nas primeiras posições, ninguém chegou a ser reconhecido pelos estrangeiros como um cara que realmente poderia chegar lá, e até mesmo por nós brasileiros, que embora torcedores, sabíamos das nossas deficiências e reconhecíamos a soberania australiana e americana; até que Adriano começou a mudar essa situação. Não foi de repente, como muitos podem pensar, foi um longo e árduo caminho de derrotas, de frustrações, de falta de apoio, de várias intempéries que derrubariam um exército inteiro, um a um, menos ele, ele nunca desistiu, brigou e enfrentou gigantes, derrubou vários, apanhou e levantou, acreditou mais do que todos no seu sonho, no seu potencial e foi galgando o respeito e o reconhecimento. Em toda sua trajetória, nunca ameaçou o título, mas esteve sempre perto, sempre entre os dez, algumas vezes entre os cinco, o que já bastaria para satisfazer qualquer um, menos ele.

Quando o circuito desse ano começou na australia, Adriano fez um 3º, depois um 2º e um 1º lugar. Com isso ele ficou isolado na ponta do ranking. Manteve-se ainda na liderança por algum tempo até que Filipe o ultrapassou e depois Mick Fanning passou os dois, mas Adriano não caiu, esteve sempre alí, na cola, em segundo ou terceiro, até chegar ao fim do ano com grandes chances de conquistar seu tão sonhado título. Porém, além dele, mais cinco surfistas tinham chances reais. Eram três australianos e três brasileiros. Mick era o favorito, estava na frente e é o mais experiente em Pipeline. Owen Write se machucou na véspera e deu adeus a disputa. Filipe, como esperado, decepcionou. Julian surfou bem, mas dependia da derrota de Fanning, o que não aconteceu, então também ficou de fora. Gabriel deu show, venceu todas as suas baterias com muita propriedade, inclusive a semi-final contra Mick, só que também dependia do resultado deste, e àquela altura já o tinha tirado da disputa. Na outra chave, nesse momento, Adriano encontrava-se com Mason Ho, um local conhecedor do pico, mas limitado competitivamente, e Adriano, caso o vencesse, passaria à final e automaticamente já conquistaria o grande troféu.


E assim o foi. De todos os gigantes, um a um foi caindo frente a esses dois excepcionais surfistas brasileiros que nesses últimos anos tanto abrilhantaram nosso esporte, tanto orgulho nos deram, mudaram a imagem que tínhamos lá fora e ainda mudaram a imagem do esporte dentro do nosso país.
Ensinaram muito, deram lições de perseverança, de fé, de profissionalismo, da força que emana do sonho. Agora seremos vistos com outros olhos, seremos respeitados como nunca fomos. Juntos conquistaram o mundo e levantaram a moral e o orgulho dos brasileiros. Meus parabéns aos dois, vocês são ídolos.


quarta-feira, dezembro 16, 2015

terça-feira, dezembro 15, 2015

The Kelly Kut


Lembro-me muito bem quando no início dos anos '90 foram lançados em VHS os vídeos "Kelly Slater in Black and White" e logo depois o Taylor Steele chegou com sua série "Momentum", foram filmes divisores de águas. Era um novo surf, uma nova abordagem, uma nova trilha sonora, tudo era diferente dos anos '80. Daí por diante vieram diversos filmes seguindo essa mesma linha, todos ótimos.

Este lançamento, "The Kelly Kut" faz meio que uma retrospectiva da carreira do maior surfista de todos os tempos, é arrebatador, é nostálgico, emocionante. Chego a sentir até uma pontinha de tristeza porque sei que logo em breve deixaremos de ver esse cara em ação, só nos restará rever e rever essas imagens incríveis.

HI-5

quarta-feira, dezembro 09, 2015

Little Wing - Asas Pequenas


Well, she's walking through the clouds - Bem, ela está andando nas nuvens
with a circus mind - com a mente fantasiosa
that's running round - que corre rápido
butterflies and zebras and moonbeans - borboletas e zebras e vaga-lumes
and fairy tales - e contos de fadas

That's all she ever things about - Isso é tudo que ela sempre pensa

Riding with the wind - Andando com o vento
When i'm sad, she comes to me - Quando estou triste ela vem até mim
with a thousand smiles - com milhares de sorrisos
she gives to me free - que ela me dá de graça

It's alright, she said - Está tudo bem, ela diz
It's alright - tudo bem
take anything you want from me - pegue o que você quiser de mim
you can take anything, anything - pode pegar qualquer coisa, qualquer coisa

Fly on, little wing - Vou, asas pequenas
yeah, yeah, yeah, little wing - sim, sim, sim, asas pequenas

"Jimi Hendrix"

WSL World Title 2015


The show must go on...


terça-feira, dezembro 08, 2015

Passarinhos


Vou contar uma historinha de amor...
Em uma fazendinha pequena, mas muito bem cuidada, cultivava-se um lindo pomar. Era tão bonito, tão bem cuidado, que seus frutos eram especiais. o sabor e as cores atraiam algumas espécies de pássaros que não se viam em todos os lugares, somente alí.

Um desses passarinhos nasceu e se criou naquela fazenda. Até experimentou voar por outras terras próximas, mas decidiu voltar e ali se fixou. Conhecia todas as árvores, já havia experimentado viver em algumas delas, até que escolheu a sua. Era uma ave bonita, delicada, seu canto encantava as manhãs e o dono das terras já o reconhecia e o admirava. Muitos outros pássaros viviam por alí, mas este tinha algo singular.

Na chegada de uma certa primavera, numa manhã qualquer, o passarinho ouviu um canto que o atraiu, não era como os outros com os quais estava acostumado, tinha algo diferente e que ao mesmo tempo lhe era familiar, como se o reconhecesse, embora há muito estivesse esquecido.

Nos dias seguintes ele ficou atento e parecia que aquela ave estava a se aproximar, então, sentindo-se cada vez mais atraído, foi-se a procurar. Não demorou para encontrá-la. Era uma fêmea da mesma espécie. Voaram juntos por alguns momentos e foi o bastante para se reconhecerem, pois aquela avezinha já estivera naquelas bandas, há muito tempo, mas seu instinto era inquieto e por muito tempo ela voou e pousou por longínquas terras.

Eles sentiram que tinham algo em comum, aliás, muito. Ele convidou-a para conhecer sua árvore, seu galho, onde esteve por todo aquele tempo no qual ela estivera distante. Demonstrou sua vontade em tê-la por perto. Ofereceu-lhe os melhores frutos, levou-a às suas árvores preferidas, mostrou-lhe os mais belos lugares. Os dias e as estações foram passando. Compartilhavam de tudo, passaram frio e calor, estavam cada vez mais próximos, voavam juntos, cantavam juntos, tudo levava a crer que aquele casalzinho vivia em perfeita harmonia.

Mas certo dia, quando o passarinho retornou do seu exercício matinal, tomou por surpresa a ausência da sua querida companheira. Ela sempre estava lá lhe esperando, porém algo tinha acontecido. Temeu o pior, mas naquela área passarinho não era matado, passarinho vivia em paz, em liberdade, solto. Então seu coraçãozinho se apertou, e ele cantou, e cantou esperando ouví-la, mas era só silêncio, nem o vento assoviava. Decidiu então voar à procura dela, e do alto do seu voo, conseguiu identificar, como bem conhecia, algumas de suas peninhas caídas pelo chão. Seguiu-as na tentativa de encontrá-la, mas não precisou ir muito longe para perceber que ela tinha feito o caminho de volta, que ela tinha-se ido, que seu tempo para ele tinha-se exaurido.

Não havia nada a fazer senão retornar à sua árvore. A partida da sua querida lhe entristeceu, mas ele a entendia. Ela seguia seu coração, sua alma era livre, estava em busca de algo que ele não podia lhe oferecer. Seu canto não foi mais ouvido, todos estranharam. Até que um dia, ele criou coragem e pensou: sou um pássaro, sou livre, devo voar e devo cantar, pois só assim haverá uma chance de um dia encontrar-me novamente com aquela que mesmo tendo escolhido outros caminhos, um dia escolheu ficar ao meu lado, e por ela eu voarei e cantarei até reencontrá-la.

Pipeline Master 2015


Começa hoje a janela de espera para a realização do Pipeline Masters, que este ano está mais cobiçado do que todos os outros devido à corrida pelo título mundial da temporada ter seis surfistas como pretendentes e de acordo com suas colocações neste evento um deles será o grande campeão de um dos anos mais disputados da história.

Os pretendentes estão na seguinte ordem: Mick Fanning, Filipe Toledo, Adriano de Souza, Gabriel Medina, Owen Write e Julian Wilson, três brasileiros contra três australianos.


O mar desde ontem está gigante e a expectativa é de que o swell permaneça por mais uns dias, o que deixa a tensão ainda maior. Como sempre, teremos um espetáculo de tubos, drops insanos, vacas sinistras, terror e glória na arena de Pipeline.

Há ainda a disputa pelo título da Tríplice Coroa Havaiana, que depois do título mundial seja talvez o troféu mais cobiçado por todos. Wade Carmichael venceu a primeira etapa em Haleiwa e Mick Fanning venceu a segunda em Sunset, mas Gabriel Medina esteve nas semi finais em ambas, então está na frente dos outros e é o favorito a este título.


sábado, dezembro 05, 2015

Taste - I'll Remember


Este é um dos mais importantes lançamentos deste ano. O Taste foi uma banda subvalorizada mundialmente, mas reconhecida pelos amantes do blues como uma das mais importantes do final dos anos '60, principalmente pela impressionante capacidade do seu guitarrista, Rory Gallagher, que só gravou dois álbuns com o grupo. Em 1970 eles se romperam e Rory deu início a uma brilhante e reconhecida carreira solo. 

Os dois únicos discos do Taste estão há muito tempo fora de catálogo, mas agora com essa belíssima caixa eles voltam na íntegra com qualidade superior, ademais, como complemento, a gravadora retirou de seus arquivos gravações ao vivo em Paris, Suécia e Reino Unido, além de demos e sobras de estúdio. Enriqueceu-a ainda com um libreto com fotos raras. Imperdível!!




Pink Floyd - Their First Recordings


Exatamente cinquenta anos!! Como esses caras podem fazer isso com seus fãs? Guardar um material sem nunca ao menos se referirem a ele por tanto tempo. Até a formação da banda era diferente e nunca fora divulgada. 

Pois é, mas agora está aí, ou estava, pois só foi lançado na Europa e na ínfima quantidade de 1000 cópias para quem tiver disponível a bagatela de 329 Euros, algo em torno de R$ 1.350,00 por apenas seis musicas.

Rado Klose ou Bob Klose na guitarra junto com Syd Barret, Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason e, pasmem, Juliette Gale cantando em uma música, quem? kkkkk....


Só para dar um gostinho...
https://soundcloud.com/search?q=lucy%20leave
https://soundcloud.com/search?q=walk%20with%20me%20sydney

sexta-feira, dezembro 04, 2015

Back Door Slam - Almost Cut My Hair


Essa banda é foda!! Davy Knowles é excelente, seu disco solo é um petardo, o da banda também. Essa versão de David Crosby arrebentou. Tudo que ele faz é bom. Sou fã incondicional desse garoto. Até a camisa com que ele se apresenta é foda!!


Ah! Depois de ouvir a versão, bateu a nostalgia e tive que ouvir a clássica versão com o Crosby, Stills, Nash e Young. Essa é para ouvir no volume máximo!!

Voltando a Davy Knowles e Back Door Slam, mais um videozinho capturado na turnê de 2011 pela Australia. Esses caras têm muito feeling, impressionante! 

Vans World Cup


Ontem terminou a última etapa do World Qualifying Series 2015, o Vans World Cup, em Sunset Beach, Hawaii, circuito da segunda divisão do surf mundial que qualifica os dez surfistas que passarão a fazer parte da elite no próximo ano.
Mais uma vez um brasileiro sagrou-se campeão do ano, o estreante Caio Ibeli, e assim como ele, Miguel Pupo(que já está na elite, mas na linha de corte), Alejo Muniz(que esteve na elite até o ano passado, quando foi cortado), e Alex Ribeiro(estreante), estão garantidos a engrossarem o caldo brasileiro no circuito mundial em 2016.
Dos 10 primeiros classificados, quatro brasileiros, três australianos e três americanos completam a lista.

segunda-feira, novembro 23, 2015

Surfar nem sempre é divertido...

Caio Ibelli


Caio Ibelli será mais um brasileiro na elite no próximo ano. Liderando o ranking da segunda divisão e faltando apenas uma etapa, ele já está garantido. 
Este video é uma amostra do seu surf limpo e moderno. Não o vejo como uma ameça na elite, mas ainda é cedo para falar. Será seu primeiro ano, onde tudo é diferente, desde as ondas até a análise dos juízes, mas acredito que aos poucos ele vá se firmando, porque surf ele tem.

sábado, novembro 21, 2015

Frankie Miller


É interessante como a fonte da música é inesgotável. Por mais que eu procure, vasculhe, garimpe, sempre e praticamente todos os dias me deparo com algo inédito e muitas vezes de qualidade excepcional. Fico até chocado quando pesquisando na internet sobre determinado tema, lendo algumas resenhas, deparo-me com um nome totalmente novo e desconhecido e ainda assim idolatrado por alguns. Não resisto à tentação de conhecê-lo e vou em busca de informações.

Hoje me deparei com esse escocês de olhos azuis que esteve em atividade no início dos anos '70 gravando Blues e Country. Diz ter sido influenciado pela música americana de Sam Cooke, Ray Charles e Otis Redding. Em 1971, já em Londres, buscando a cena musical londrina, conheceu Robin Trower, que já era um astro naquela época. Trower, impressionado com seu talento, convidou-o para alguns trabalhos, mas logo Frankie procurou seu caminho e lançou seu primeiro disco solo, "Once in a Blue Moon".


Seguiu carreira sem estardalhaço, mas sendo cada vez mais reconhecido. Gravou mais dois discos bons, "Frankie Miller's High Life" e "The Rock". Continuou gravando pelos anos seguintes diversos álbuns, mas não conseguiu manter o mesmo nível dos três primeiros. Nos anos '90 sofreu um grave acidente e acabou sua carreira, mas deixou um legado, principalmente o que fora registrado até 1975.


sexta-feira, novembro 20, 2015

Eric Clapton e Duane Allman


O destino às vezes apronta umas peças, não? Estava Duane Allman, no auge da sua carreira, gravando em um estúdio na Flórida em 1970, quando o produtor, que também gravara com o Cream e o Derek and The Dominoes, informou a Duane que Eric Clapton havia agendado uma gravação naquele mesmo estúdio no mesmo período.

Pronto, seria inevitável, os cometas se encontrariam...e porque então, se assim o destino quis, os dois não fizessem uma jam só para curtir e relaxar, ambos se admiravam, e ainda teriam o apoio de outros membros do Allman Brothers que estavam na área. Estava armada uma das mais incríveis jams de puro feeling onde o blues comeria no centro, solos e riffs adoidados seriam gravados e eternizados neste disco raríssimo que nunca foi lançado oficialmente por nenhum deles, só em forma de bootleg.






The Red Devils


The Red Devils, bandaça de blues rock que teve como frontman o malucão Lestler Butler. O cara era um exímio gaitista, cantava pra cacete e agitava como louco. A banda era excepcional, mas a heroína e a cocaína os destruiu, que pena!


terça-feira, novembro 17, 2015

domingo, novembro 15, 2015

Carta para Sandy


Você não sabe, sempre te escondi minhas verdades. Também nunca se revelou completamente a mim, por que? Meus sentimentos estavam nos meus olhos e nos meus ouvidos, os seus na tua voz e na tua alma. 
Por tanto tempo você foi Sandy, até quando soube que Alexandra era seu verdadeiro nome, mas nunca vai deixar de ser a minha Sandy, mesmo sem nunca ter sido minha.
Tão cedo quando começou a tocar já me chamou a atenção, violão e depois piano. Então ainda tímida soltou a voz dos campos de Wimbledon, suave e doce, características suas.
Sua passagem rápida pelo The Strawbs era certa, sabia que seria apenas um trampolin, seu talento seria reconhecido. Seu disco solo foi o fortalecimento, foi a confiança que precisava para alçar voos.
1968, aquele ano maravilhoso, inesquecível. O Fairport Convention era o grupo para o qual você estava predestinada, foi lá onde você se mostrou, cresceu e desabrochou, Leige and Lief é ainda hoje um dos melhores álbuns de folk de todos os tempos, com você à frente, linda, sublime.
Não fiquei feliz com sua saída do Fairport para o Fotheringay, não acho que fora uma boa escolha, você estava iludida, eu estava certo, apesar de ter-me surpreendido com a qualidade que o grupo alcançou, mérito de todos, não nego.
Seu casamento com Trevor Lucas me abalou, tão de repente, não esperava. Sei que foi um período turbulento, mas como tudo na vida, passa.
Quando começou a gravar seus discos solo, sabia que voltaria a alcançar seu lugar na música, seu reconhecimento seria novamente fortalecido.
Quando o Robert Plant te fez aquele convite para gravar com o Led Zeppelin a música The Battle of Evermore, eu pensei, ela está no céu. A maior banda do mundo, fechada a todos, abriu apenas e unicamente para você essa oportunidade, e ainda, como pleno reconhecimento, te fotografou e publicou aquela capa linda do Riverside Blues onde você está entre os deuses.
Pronto, bastou para que recebesse seus dois prêmios como melhor cantora britânica de 1971 e 1972.
Depois de 1975 você me entristeceu, seu mergulho nas drogas e no álcool não traria boas consequências, óbvio, mas você não percebia, estava em busca de um sucesso do qual não precisava, bastava focar na sua musicalidade, no seu talento, e as coisas aconteceriam naturalmente como antes.
Foram apenas mais três anos para o fim trágico te levar, tão precoce, tanto a oferecer, que perda lastimável para todos, para a música, para seus fãs.
Hoje lembrei de você ouvindo a maravilhosa caixa com todas as suas gravações que acabou de ser lançada para que o mundo te conheça.
Um trabalho magistral, alcançando as alturas por onde você deve estar vagando nesse momento.
Deixou saudades, nunca te esquecerei.




sábado, novembro 14, 2015

Under the Covers


Susanna Hoffs é uma californiana que cresceu ouvindo sua mãe tocando músicas dos Beatles e logo passou a dedilhar suas próprias cordas alimentada pela paixão pelo classic rock. No final dos anos '70 foi exposta a onda punk que dominou aquele período, ouvindo muito Sex Pistols e Patti Smith, que fez uma reviravolta na sua cabeça e logo a garota formava sua banda, The Bangles.


Matthew Sweet é outro americano mergulhado na música desde o início dos anos '80, no entanto, apesar de seus inúmeros projetos e participações nos trabalhos de outros artistas, algumas inclusive de peso, quando fez um trabalho com o Michael Stipe do R.E.M., nunca fez sucesso, embora seja um nome reconhecido e respeitado lá para aquelas bandas.


Em 2006, o destino os juntou. Suas origens eram próximas, suas preferências musicais se alinhavam, a afinidade entre eles aflorou, então nada mais natural que se juntassem para um projeto não inédito, mas algo relativamente grandioso, à altura de seus talentos. Chamaram-no Under the Covers, Vol. 1.
Não havia compromisso com o sucesso, não estavam visando um futuro promissor, o objetivo era única e exclusivamente tocarem juntos muitas das músicas da década de sessenta que marcaram suas vidas e suas carreiras. Que bom! Isso é garantia de resultado gratificante e encantador.


O projeto inicial não fora suficiente para abarcar suas paixões e não exauriu a vontade e o prazer de tocarem juntos, então seguiram em frente com mais um disco...e outro. Dessa vez focaram a década seguinte, os anos setenta. Precisaram de três discos para que chegassem ao clímax. Praticamente todas as músicas escolhidas e gravadas já receberam diversas versões, já foram interpretadas por diversos artistas de diversos estilos.


Agora em outubro, foi lançado uma caixa contendo os três primeiros trabalhos e mais um inédito, no qual a dupla avançou uma década e voltou a tocar seus preferidos dos anos oitenta, época na qual estavam em plena atividade.

Eles fizeram do jeito deles, sob as influências que lhes marcaram, e ficou algo singular, atemporal, uma forma de relembrarmos musiquinhas esquecidas na nossa memória e vibrarmos com alguns clássicos que não nos cansam mesmo repetindo-os por todos os dias das nossas vidas.





segunda-feira, novembro 09, 2015

segunda-feira, novembro 02, 2015

Yer Blues


"Yer Blues" é uma música de John Lennon lançada no disco "White Album" em 1968. Já escutei essa música milhões de vezes, com os Beatles, mas ainda não conhecia essa versão com John tocando com os Stones. Confesso que nunca havia percebido quão blues é essa música. Não sei se foi a guitarra do Mick Taylor que a deixou assim ou a entonação de Lennon no clima naquele momento. Tenho certeza de uma coisa: isso é "grunge blues", ficou demais, iradíssima!!

Yes i'm lonely wanna die
Yes i'm lonely wanna die
If i ain't dead already
Ooh girl you know the reason why