A música inspira o surf.

Sempre estiveram presentes na minha vida. Chegaram juntos e tomaram conta dos meus pensamentos, fazendo com que, a eles, tudo esteja relacionado.

O surf é o meu estilo de vida. Ele dita o meu ritmo. Um amor que perdura por quarenta anos e está cada vez mais sólido.

A música é essencial. Torna momentos marcantes e inesquecíveis pelo simples fato de estar presente.

Nessa trajetória, já percorremos milhares de quilômetros em busca das melhores ondas, sempre embalados pelo bom e velho Rock 'n Roll.

domingo, novembro 07, 2010

O Fenômeno Kelly Slater


Vivemos um momento histórico!
Na semana que perdemos um dos maiores surfistas do mundo, o havaiano Andy Iron, vimos o maior surfista de todos os tempos conquistar, em Porto Rico, o tão distante décimo título mundial.
Qual outro atleta conseguiu tal feito?
O cara ganhou pela primeira vez em 1992 com apenas 20 anos, assim que se profissionalizou, após buscar o título de campeão mundial amador por diversas vezes, sem êxito.
Na época, a estrela maior era o também americano Tom Curren, três vezes campeão do mundo, que vinha dominando o surf desde 1985.
Do início da era Slater até hoje passaram-se 18 anos. É muito tempo para qualquer atleta, ainda mais se levarmos em conta as adversidades do surf.

Parabéns Kelly Slater...

Alguns números de de Slater:
Recordista de vitórias no WCT 43Vitórias na mesma temporada 7 (96), com Damien Hardman (88) e Tom Curren (90)
Recordista de Títulos Mundiais 10 (1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006, 2008 e 2010)Recordista de Títulos Mundias consecutivos 5 (1994-1998)Recordista de vitórias no Pipe Masters 6 (1992, 1994, 1995, 1996, 1999, 2008)Recordista de vitórias consecutivas no Pipe Masters 3 (1994-1996)Título Mundial por antecipação campeão na 9º das 11 etapas (em Mundaka em 2008)
Campeão Mundial mais jovem da história 20 anos (1992)Campeão Mundial mais velho da história 38 anos (2010)Vencedor mais velho de uma etapa 38 anos (em Rip Curl Pro em 2010)Maior pontuação em uma bateria 20 pontos de 20 possíveis (na final no Tahiti em 2005)

segunda-feira, outubro 25, 2010

Fistful of Mercy - As I Call You Down



Grande descoberta saindo do forno...

O que seria de nós se não fosse a internet? Quantas coisas boas deixaríamos de conhecer?
Um disco como esse, dificilmente chegará por aqui. Não vai tocar nas rádios, nem nas novelas(Ufa!!), apesar das músicas serem maravilhosas, com harmonias perfeitas.

O projeto nasceu do encontro de três grandes musicos: Ben Harper, compositor e guitarrista já bastante conhecido, com vários discos e enorme sucesso; Dhani Harrison, filho do ex-Beatle George Harrison, que bastava isso para apresentá-lo, mas o cara herdou além das semelhanças físicas, o talento incrível do pai; e Joseph Arthur, guitarrista americano totamente desconhecido por aqui, mas já consagrado no meio indie americano daquele país com um som basicamente acústico.

Neste disco, As I Call You Down, com nove músicas, há influências de Beatles, claro, e muito de Crosby, Stills, Nash & Young. Ou seja, ouvimos música nova com a cara dos anos '70.

Pra quem conhece e gosta de Ben Harper, é imperdível!!

sábado, setembro 18, 2010

Novo Formato da ASP World Tour

Finalmente a ASP começou a aplicar o novo formato para os eventos do circuito mundial. No ano passado, depois de muita reclamação dos surfistas, inclusive com ameças de abandono por parte da elite para formar uma nova entidade, foi discutido e anunciado que a partir da etapa de Trestles, California, o número de atletas seria reduzido para 36, os eventos pagariam um montante bem maior(U$ 400.000,00) e o sistema de pontuação funcionaria de outra forma, tudo visando elevar ainda mais o nível do surf e tornar os campeonatos mais dinâmicos.
Como geralmente acontece, depois de anos no mesmo formato, o novo modelo gerou algumas dúvidas. Essa semana, assisti o Hurley Pro desde o primeiro round para entender exatamente como funcionaria, e acredito que foi totalmente positivo. Com o número de surfistas reduzido, agora com apenas 36, sendo os 32 primeiros do ranking e 4 convidados, eleva-se o nível da competição.
São oito fases ao todo. Nos rounds 1 e 4, não há eliminação, os perdedores têm uma nova chance, vão para uma repescagem. Funciona assim:
Round 1 (36): São 12 baterias com 3 surfistas. Os primeiros de cada bateria passam para o terceiro round, e os segundos e terceiros, encontram-se no round 2;

Round 2 (24): São 12 baterias, homem-a-homem, com os perdedores do round 1. Os primeiros passam para o round 3 e os segundos são eliminados. Ficam em 25º lugar e marcam 500 pontos;

Round 3 (24): São 12 baterias, homem-a-homem, com os primeiros do round 1 com os primeiros do round 2. Os doze que vencerem aqui, passam para o round 4, e os que perderem ficam em 13º lugar, marcando 1.750 pontos;

Round 4 (12): Aqui acontece a grande mudança! Nesse round, ninguém é eliminado, mas vencer é muito importante, pois passa-se direto para as quartas de final. O número de baterias é reduzido, apenas quatro, ou seja, os quatro primeiros avançam e os oito perdedores vão para a segunda repescagem;

Round 5 (8): Aqui estão os oito que perderam no round 4 para duelarem no sistema homem-a-homem. Segundos contra segundos e terceiros contra terceiros. Quem vencer passa para as quartas e quem perder fica em 9º lugar, marcando 3.750 pontos;

Quartas de final (8): São quatro baterias formadas pelos primeiros colocados do round 4 com os vencedores do round 5. Os quatro primeiros farão as duas semi-finais. Os perdedores marcam 5.250 pontos e ficam em 5º lugar;

Semi-finais (4): São duas baterias homem-a-homem. Os vencedores farão a final e os perdedores ficarão em 3º, marcando 6.500 pontos;

Na final, o primeiro marca 10.000 pontos e ganha U$ 75.000 e o segundo marca 8.000 pontos e recebe U$ 30.000. Os valores recebidos melhoraram bastante. Com isso, as disputas ficarão mais acirradas e aqueles que correrão a segunda divisão, o WQS, terão muito mais interesse em entrar para a elite.

Nesse primeiro evento, o Hurley Pro, vimos um show de surf. O mar estava clássico, propiciando um alto nível de manobras. Os brasileiros, Adriano Mineirinho e Jadson André, únicos que estavam entre os 32, arrebentaram no round 1, mas perderam no round 3. As promessas, Dane Reynolds e Jordy Smith, comprovaram que são dois dos melhores surfistas atuais. Jordy perdeu nas quartas e Dane foi até a semi, quando perdeu, por pouco, para Bede Durbidge.

Kelly Slater, pela quarta vez, venceu esta etapa. O cara deu show. É impressionante como ele cresce nas baterias decisivas. Na semi-final que fez contra Mick Fanning, parecia que o australiano estava nervoso, caiu nas quatro primeiras ondas e ficou precisando de mais de 15 pontos. O mesmo aconteceu quando ele venceu o novato Owen Wright, que vinha detonando tudo. A estrela do careca ofusca seus adversários.

Com esse resultado, o ranking muda novamente. Agora Kelly assume a liderança, deixando Jordy em 2º e Taj em 3º. Adriano fica em 7º e Jadson em 13º.

Faltam apenas 4 etapas, França, Portugal, Porto Rico e Hawaii, mas muita coisa pode acontecer. Com o nível como está, fica difícil dar palpites. Tem muita gente ainda com chances e Kelly está mais forte do que nunca. Façam suas apostas...

sexta-feira, julho 16, 2010

Clássicos do Rock - UFO

O UFO foi formado em 1969 pelo vocalista Phil Mogg, o guitarrista Mick Bolton, o baixista Pete Way e o baterista Andy Parker. Originalmente conhecido como Hocus Pocus, o grupo mudou o nome para UFO em homenagem a um clube de Londres e começaram fazendo mais sucesso no Japão que na própria Inglaterra.

Os dois primeiros discos, "UFO" 1971 e "Flying", de '72, são considerados por muitos como os melhores, mas em 1974, com a entrada do ex-Scorpion Michael Schenker para gravar "Phenomenon", a banda alcançou seu ápice. Eu diria que até 1978, com o disco "Obsession", os caras fizeram um estrago(no bom sentido, lógico) no Rock'n Roll. Depois disso, Schenker saiu para voltar ao Scorpions e depois para formar sua própria banda e nunca mais o UFO foi o mesmo, apesar de algumas voltas de Schenker para gravar um ou outro disco.
"UFO 1", gravado com um orçamento apertado, tem vários momentos interessantes. Abre com um instrumental psicodélico para depois entrar um Hard Boogie pesado e louco. Já dá pra sentir a mistura que alguns ouvintes podem achar esquisito, mas que confirma a qualidade da banda. C'mon Everybody faz um barulho danado, com um baixo detonando tudo e solos de guitarra viajantes, muito mais experimental e psicodélico. Melinda soa Dark e o destaque vai para os vocais de Phil. Baixo acelerado e guitarras ao fundo para entrar Timothy, outro Hard nervoso. Follow you Home também arrebenta. Who do you Love entraria facilmente em qualquer disco do Deep Purple. Enfim, uma grande estréia que gerou boas expectativas para os próximos lançamentos.
Em 1974, saiu "Phenomenom", sem dúvida o melhor disco dessa ótima banda, um clássico! Músicas como Crystal Light, que com um refrão maravilhoso, faz você sair cantando feliz da vida; Doctor Doctor, talvez a melhor música da banda, uma sonzeira dos diabos, o riff de guitarra é marcante como uma tatuagem, nunca mais sai da sua cabeça! Todas as músicas são maravilhosas, a banda estava no auge da inspiração e da harmonia.
Quando uma banda faz um disco como este, dificilmente consegue superá-lo, e não foi diferente. Os sucessores, também são muito bons, mas não conseguiram a uniformidade de Phenomenon.
Depois de altos e baixos, os caras lançaram agora em 2010, "The Visitors", e podem acreditar, deram a volta por cima! O disco está entre os melhores da carreira dessa pouco conhecida banda que deixou sua marca no Heavy Metal inglês e que ainda tem caldo pra nos oferecer...

terça-feira, julho 13, 2010

13 de julho - Dia do Rock

Hoje é um dia especial, pelo menos simbolicamente, pois desde 1985, quando Bob Geldof organizou o Live Aid, esse dia é comemorado e lembrado em todo o mundo.

Há controvérsias sobre a origem do Rock & Roll e suas primeiras gravações. Em 1955, Bill Halley gravou Rock Around The Clock, o que talvéz possa ser considerado o ponta pé inicial. Se esse foi o início, o "velhinho" estaria comemorando hoje seus 55 anos, com muita força e disposição. Aliás, nos últimos anos, o Rock vem crescendo de forma consistente, gerando inúmeros filhos (subgêneros), conquistando novas gerações e mantendo viva a chama dos mais velhos.

Em 1980, então com meus 12 anos, tive contato com o som do Pink Floyd, se não me engano, era o disco More, e logo depois vieram Yes, Genesis e Led Zeppelin. Pronto, foi o suficiente para me deixar completamente viciado. A partir daquele momento a música passou a ter um outro sentido e importância na minha vida.

Hoje, depois de trinta anos ouvindo o bom, novo e velho Rock & Roll, posso afirmar com toda segurança, quais foram, ou ainda são, as mais importantes, representativas e influentes bandas do mundo. É claro que são vários os estilos, mas sempre houve um punhado de bandas que nunca saíram das playlists ou listas de preferidas.

Infelizmente, algumas não tiveram a sorte, ou a devida atenção, ou ainda a promoção necessária para que fossem reconhecidas como mereciam. Com isso, muita música excelente ficou desconhecida da maioria. Graças a internet, é possível, com alguma paciência, encontrar e desfrutar verdadeiros tesouros perdidos, discos que o dinheiro não compra.

Não vou, nesse momento, falar das principais bandas, dos maiores músicos, nem das melhores músicas, até mesmo porque não há espaço pra isso, como também porque certamente deixaria de fora centenas de outras tão significativas quanto.

Quero, na verdade, comemorar esse dia, como estou fazendo agora, tomando meu vinho preferido e escutando minhas músicas preferidas, tentando fazer uma retrospectiva desses trinta anos de amor por esse som maravilhoso, revigorante, relaxante, que nos faz voltar no tempo, viajar pelos acordes, riffs, melodias e arranjos desses mágicos sons.

Vida longa ao Rock & Roll...

sexta-feira, junho 25, 2010

Siena Root

Estou chocado, entusiasmado, eufórico. Mergulhei de novo nos anos '70 com o Siena Root. Eles são um grupo e um projeto experimental com raízes no analógico rock old school.

Diante de tanta novidade, tanto lançamento e relançamentos, alguns dispensáveis, outros bastante relevantes, eis que surge uma maravilha, uma preciosidade. Formados como trio, vindos da Suécia, que diga-se de passagem tem muito stoner de qualidade, que desde de 1997 vem produzindo altos discos. Os caras sabem perfeitamente como evocar o espírito dos anos '70, é de gritar de alegria!! O som é clássico, mas ainda original. Soa como o Black Sabbath, o Rush, o Deep Purple e ainda o Uriah Heep. É Hard Prog com personalidade, com estilo. Tem como base um órgão pesado, riffs de baixo e guitarra poderosos e também instrumentos indígenas que dão uma vibração psicodélica.
A banda já lançou quatro discos, além de dois singles, todos excelentes. É difícil destacar algum, apesar de algumas diferenças. A base é a mesma, apenas a sonoridade vêm mudando com a chegada da vocalista Sanya. Sua profunda e forte voz enriquece as músicas e complementa muito bem o clima das canções que parecem terem sido gravadas na época de Woodstock.
Em algumas músicas há cítaras que dão um clima oriental, indiano, hippie, como há trinta anos atrás. Sentimos ainda as fortes vibrações do blues, teclados nostálgicos e uma maravilhosa flauta indígena, que nos remete as pradarias do oeste americano.

A explicação para o nome é bastante interessante, segundo eles mesmos, "no sentido de que o blues é azul, é preto o Hard Rock, o reggae é pan-Africano, nossa música tem a cor de Siena. É uma cor quente, de terra, inicialmente a partir das raízes enlameadas de Toscana . Porque esse som tem raízes profundas, ...".Dentre todas as boas novidades que vêm surgindo nos últimos anos, o Siena Root é, sem dúvida, a melhor. Com tantas influências, com tanta personalidade, com estilo e criatividade incomum, é hoje a minha "melhor banda do mundo da década".

segunda-feira, junho 21, 2010

Duelo de Titãs - Occy vs Curren

Nos anos '80, existiam, no circuito mundial, vários excelentes surfistas: Damien Hardman, Barton Lynch, Martin Potter, Sunny Garcia, Ritchie Collins e havia Tom Curren e Mark Occhylupo.

Esses dois foram ícones, ou melhor, são ícones, fizeram história e influenciaram a todos, digo todos que surfavam na época. Era uma disputa de estilos, comportamentos, países e equipes como vimos mais tarde algo semelhante entre Kelly e Andy, mas não na mesma proporção.

Quando esses dois caras se encontravam em baterias, e foram várias, o surf estrapolava os limites. Os dois, cada um da sua maneira, mudaram a linha e o estilo do surf. Curren era muito mais polido, clássico, fazia um surf "redondo", bonito e radical; Occy era um "touro" - como inclusive era chamado - extremamente forte, radical, com um "back side" infalível.

Lembro-me de várias discursões entre amigos e também nas revistas especializadas para decidir quem era melhor. Curren ganhou três títulos mundiais e Occy apenas um, mas isso não define nada!

Nos filmes, as sessões dos dois ficaram na memória. Era obrigatória antes das caídas. Só para citar alguns dos clássicos: The Search, Buyip Dreaming, Pump, etc...Fizeram várias finais juntos, algumas eternamente lembradas e graças, registradas, como em 1986 em Bells Beach, Australia. (ver video http://www.youtube.com/watch?v=DtY9Iwtd16E )

Recentemente, a ASP convidou-os para um desafio, lembrando os velhos tempos. Curren ganhou a primeira e Occy a segunda. É claro que a performance não é a mesma, mas serviu para matar a saudade dos milhares de fans pelo mundo e para os jovens entenderem de onde vem o surf atual. (ver video http://www.youtube.com/watch?v=9EkJG0lMS-s )

sábado, junho 19, 2010

Budgie - In For The Kill!

O Budgie, muitas vezes dito como uma mistura de Black Sabbath (pelos riffs pesados) e Rush(pelos vocais rasgados à Geddy Lee), é uma obscura banda de metal inglesa com origem ainda nos anos sessenta, em Cardiff, País de Gales. Gravou seus melhores discos apenas nos anos setenta.

Com seu quarto lançamento, In for the Kill!, o Budgie confirmou-se entre as bandas de metal mais consistentes da Inglaterra.

Como nos discos anteriores, o álbum conta com ótimos riffs do guitarrista Tony Bourge e lamentos vocais do baixista Burke Shelley.

A faixa-título abre o disco soando como Black Sabbath, mas logo volta a característica da banda. "Crash Course in Brain Surgery"(segunda canção a ser regravada pelo Metallica), contém um riff repetitivo e contínuo, é curta e ótima, enquanto "Wondering What Everyone Known", inclui um pouco de violões folk com harmonias vocais, é Beatles. "Hammer and Tongs" é uma viagem...Talvez a melhor do disco. Os vocais trancendem o real para finalizar em um blues com um preciso solo de guitarra. "Running from my soul" tem um duelo de baixo e guitarra num ritmo alucinante. Dá vontade de "empunhar" uma guitarra e bater cabeça. "Living On Your Own" fecha o álbum com a tradição da banda de músicas longas.

Infelizmente negligenciado pela mídia, In for the Kill! é mais um grande álbum de metal desconhecido do grande público. Junto com os três primeiros, "Budgie", "Squawk", e "Never Turn Your Back on a Friend", é um importante registro do British Heavy Metal.

Para conhecer um pouco mais e ouvir algumas músicas da banda, visite: http://www.myspace.com/budgieofficialmyspace

quarta-feira, junho 09, 2010

Festival Alma Surf 2010


Vem ai o "Festival Alma 2010 - Surf é Alegria". Nos dias 01, 02 e 03 de julho a Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, receberá, mais uma vez, o maior evento do surf brasileiro.


Já consagrado, o Festival terá como atrações musicais nacionais: Falcão e os Loucomotivos, Malu Magalhães, Edu Marron e Hurtmold, banda que faz um instrumental alucinante, misturando Jazz, Rock e Funk. Como sempre, também virão ícones da Surf Music internacional. Dessa vez, se apresentarão a Malali Band, banda dos californianos Rob Machado e Jon Swift e o The John Butler Trio, super banda australiana com vários cds maravilhosos, inclusive em turnê do seu mais recente trabalho "April Uprising".


Além dos shows, o Festival trará atrações de arte, design, moda e cinema, com os últimos lançamentos do surf.


Todos os anos, várias "estrelas" do esporte marcam presença, além de diversas personalidades da moda, da música e muita, muita mulher bonita...


Os ingressos já estão à venda por R$ 50,00 o dia ou R$ 80,00 o pacote para os três dias.


Infelizmente, como começará numa quinta-feira, não poderei ir, mas pra quem puder, será inesquecível.

domingo, maio 16, 2010

Adeus a Ronnie James Dio


Hoje, 16 de maio de 2010, o Rock'n Roll está de luto! Perdemos um dos maiores vocalistas de todos os tempos.

Ronnie, mesmo com seus 67 anos, ainda era uma referência no metal. O baixinho começou bem cedo. Muita gente só o conhece como vocalista do maravilhoso Black Sabbath, mas a sua carreira começou bem antes, ainda em 1958, com o "Ronnie and Red Caps", que depois passou a se chamar "Ronnie Dio & The Profhets", depois "The Electric Elves" e ainda "The Elves".

Até então, nada demais. Só no início dos anos '70, agora com o nome "ELF", as coisas mudaram. O "ELF" gravou três discos, ELF(1972), Carolina County Ball(1974) e Trying To Burn The Sun(1975). O som era meio Blues, meio Hard Rock. Todos os três discos são muito bons, apesar de desconhecidos e difíceis de encontrar.

Após o fim do "ELF", Ronnie foi convidado para o "Rainbow". Lá gravou os melhores álbuns da banda, diga-se de passagem. Afinal, dio já era um dos melhores vocalistas do Hard Rock.

Com problemas pessoais no "Rainbow", Dio aceitou o convite para substituir Ozzy no "Black Sabbath". Esta seria uma difícil tarefa. Substituir o Ozzy na maior banda de Hard Rock do mundo e ainda tendo que enfrentar a desconfiança dos milhares de fãns que prefeririam o fim da banda a uma substituição fracassada. Mas não demorou e o baixinho já havia conquistado a maioria dos fãns. Também pudera, com uma voz daquela...

Foram mais três discos maravilhosos, "Heaven and Hell"(meu preferido), "The Mob Rules" e o ao vivo "Live Evil". Agora o cara já era conhecido mundialmente, então era a hora da carreira solo.

Foram anos de sucesso. Discos clássicos como o "Holy Diver" e outros não tão bons assim, mas sempre na mesma linha, com a mesma voz que o consagrou.

Recentemente voltou ao "Black Sabbath", dessa vez com o nome "Heaven and Hell" para mais um disco e uma turnê mundial que incluiu o Brasil em maio de 2009. Na época senti muito não ter ido ao show. Sonhei por muito tempo ver o "Black Sabbath" e senti que poderia ter sido a última oportunidade de vê-los, apenas pela idade dos caras, nada mais. Se eu pudesse prever o que aconteceria...

Em novembro de 2009, sai a notícia que Dio estava com câncer de estômago. Que tristeza! A partir daí, era uma questão de tempo, e foi pouco tempo!

Foi-se mais um ícone...Uma voz insubstituível. Uma lenda do Rock. Um dos meus artistas preferidos! Fica um vazio, a tristeza pela perda. Mas vamos continuar ouvindo-o em todos os seus discos. Sua voz ficará para sempre em nossos ouvidos...

Adeus Ronnie. Esta é a minha homenagem. Muito obrigado!

segunda-feira, maio 03, 2010

Earl Greyhound

Quando li na Net sobre "Earl Greyhound", pensei se tratar de um novo Bluesman. Nada disso! Na verdade é um puta Power Trio!! Banda de hard rock do Brooklyn, New York, o "Earl Greyhound" é formado por Matt Whyte na guitarra e vocais, Kamara Thomas no baixo e vocais e Ricc Sheridan na bateria.

Acabam de lançar o segundo disco, "Suspicious Package". Pra quem gostou do primeiro, "Soft Targets", garanto que esse é ainda melhor. A temática é a mesma, Rock'n Roll cru, nervoso, pesado, às vezes psicodélico, bem stoner com elementos do blues.

Gostei dos vocais do Matt Whyte, que também manda bem nas guitarras, mas quando Kamara canta, tem aquela coisa, sei lá, meio soul, cool, negra...Difícil explicar, puro feeling.

É sonzeira meu irmão!! Aumente o som que isso aí é Rock'n Roll...

http://www.myspace.com/earlgreyhound

quinta-feira, abril 29, 2010

WCT - Santa Catarina


Jadson Campeão - Incrível!!
Com uma onda excelente (8,0) e outra muito boa (6,4), o nordestino de Natal sagrou-se campeão em cima do Kelly Slater (6,5 e 7,5). Atualmente com 20 anos, morando no Guarujá, a revelação brasileira arrepiou durante todo o evento e não deixou dúvidas quanto a sua vitória.


O garoto parece que não se intimida com as feras. Na final, por exemplo, ele chutava a rabeta, dava aéreos, colocava a prancha de backside em ângulos absurdos! Mostrou repertório de manobras com estilo e fluidez como ninguém.


Começou o ano com um 17º, depois ficou em 9º, e agora em 1º. Deu um pulo no ranking!


É claro que o circuito está só começando. A próxima etapa será na Africa do Sul em julho. O ranking está embolado, mas já percebe-se um distanciamento dos 10 primeiros, e temos dois brasileiros nesse bolo.


Infelizmente, o mineiro não foi tão bem e caiu um pouco, contudo sabemos do seu potencial e temos certeza da sua recuperação. Quanto aos outros dois, Neco e Marco Polo, não há muito o que esperar, são apenas figurantes.
Como fica o ranking após três etapas:

1 - Kelly Slater - 21.750
2 - Jordy Smith - 18.500
3 - Taj Burrow - 18.250
4 - Jadson André - 15.500
4 - Mick Fanning - 15.500
6 - Bobby Martinez - 14.750
6 - Dane Reynolds - 14.750
8 - Adriano de Souza - 14.250
8 - Joel Parkinson - 14.250
31 - Neco Padaratz - 4.000
41 - Marco Polo - 1.500


sexta-feira, abril 09, 2010

WCT - Australia


Acabou a "perna" australiana do circuito. Foram duas etapas, a primeira na Gold Coast e a segunda, que a princípio rolaria em Bells, aconteceu em quatro praias diferentes.


As "estrelas" continuam brilhando: Taj começou dominando e depois vieram os outros, Bede, Joel, Mick, Kelly e Adriano. Agora já podemos colocá-lo na elite; O mundo já reconhece isso!! O Mineiro está surfando de igual para igual com qualquer um. Começou o ano com dois quintos lugares e está agora na sexta posição do ranking, empatado com Joel e Bede.


Kelly mais uma vez arrebentou! O cara mesmo com uma fratura no pé direito venceu a etapa numa final contra Mick Fanning e saiu de nono para segundo no ranking. Coisas do mestre...


O Jadson vem surfando bem e acredito que possa figurar entre os 30, já os outros dois, Neco e Marco Polo, não têm surf para o WCT, sem chances.


A próxima etapa é aqui no Brasil, o que sem dúvida será uma ótima oportunidade para os brasileiros melhorarem posições. Vamos torcer!!


Ranking do World Tour depois de duas etapas:


1 Taj Burrow (Aus) – 16.500 pontos

2 Kelly Slater (EUA) – 13.750

3 Jordy Smith (Afr) – 13.250

4 Bobby Martinez (EUA) – 13.000

5 Mick Fanning (Aus) – 11.750

6 Joel Parkinson (Aus) – 10.500

6 Bede Durbidge (Aus) – 10.500

6 Adriano de Souza (Bra) – 10.500

9 Dane Reynolds (EUA) – 8.250

10 Fredrick Patacchia (Haw) – 7.500

10 Adrian Buchan (Aus) – 7.500

13 Jadson André (Bra) – 5.500

30 Neco Padaratz (Bra) – 2.250

39 Marco Polo (Bra) – 1.000

segunda-feira, abril 05, 2010

Praia do Francês / Alagoas



A Praia do Francês, no litoral sul de Alagoas, é um reduto de surfistas. Lembro-me da minha primeira viagem, em meados de '83, acompanhado do meu irmão Anderson e de um tio que hoje não surfa mais. Fomos num Fiat velho, com pranchas no teto em cima de uns colchonetes. Naquela época, pousada e restaurante era coisa de burguês. Levamos nossa barraca, armamos no coqueiral em frente ao pico e comíamos o que levamos de casa. Era surf o dia todo! Estávamos ali pra isso! Nem banho doce tomávamos!

O Francês era mágico. O mar verde transparente, aquelas ondas perfeitas e sem crowd, a areia branquinha e o coqueiral ao fundo faziam a nossa cabeça. Depois da minha primeira viagem, sempre que tinha possibilidade, largava-me pra lá. Fui várias vezes no ônibus da São Geraldo que saía de Aracaju à meia-noite e descia no entroncamento que dá acesso ao povoado, distante uns dois km, por volta das quatro da manhã. Foram várias viagens como essa, com vários amigos diferentes: Gilvan Lobo, Alberto Chocolate, Esdras, Sérgio Sessé, entre outros.

Numa dessas viagens, já com a minha esposa, passamos uns vintes dias, até que num final de semana que rolava um campeonato nordestino, uma birosca que servia almoço pra galera teve a comida estragada por uma bactéria que derrubou todos que comeram lá naquele dia. Foi uma parada sinistra! Dezenas de surfistas com infecção intestinal. Passei mal uns dois dias até que precisei ir ao Pronto-Socorro de Macéio já bem desidratado e fiquei por 24 horas tomando soro. Relativamente recuperado, voltamos para mais uma semana por lá. São muitas histórias do Francês, algumas de dias clássicos e outras bem cabulosas, como quatro dias de chuva dentro de uma barraca com três caras.

Nessa Semana Santa, voltamos lá depois de uns seis anos. Confesso que fiquei um pouco triste com o que vi: o desenvolvimento, a especulação, o comércio, o crowd intenso, tudo isso afasta aquela magia do lugar. Pra piorar, não deu onda! Apenas na sexta-feira santa ficou bonito. Foi bom rever alguns amigos: o Rei, que todo dia no final da tarde aparecia na praia pra ver seu pupilo quebrando as ondinhas; o Moabe, que disse que não estava surfando porque estava machucado; o Marcondes, que quase não reconheci de gordo, mas ainda quebrando tudo!

É uma pena que o desenvolvimento "destrua" certos lugares. Tenho certeza que na baixa estação, nos dias de semana, ainda possamos sentir naquela praia o que sentíamos há alguns anos, só não sei por quanto tempo. Vida longa ao Francês!!

quarta-feira, março 17, 2010

The Album Leaf

Este é um projeto solo de Jimmy LaValle. Surgido em San Diego, California.

Conheci a banda em 2008, quando comprei o filme "One California Day". Na trilha sonora, ouvi uma música maravilhosa, que fluia perfeitamente com as imagens belíssimas da California e com o "life-style" local. A música chamava-se "Window" e a banda era o "The Album Leaf". Nunca tinha ouvido falar, mas é como já disse – os filmes de surf são ótimos para lançar novas bandas.


Procurei os discos do grupo na net e foi um tanto difícil de encontrar. Mas achei dois: "In A Safe Place" e "Into The Blue Again". Nomes bem sugestivos! Pensei.


De cara, estranhei um pouco. Afinal, não é o estilo de música que costumo escutar. Assemelha-se ao "Tortoise" e ao "Sigur Rós". Não tem nada a ver com Rock'n Roll. O som é extremamente tranqüilo, limpo, muito bonito, mas é eletrônico. Calma, não é dance!! Longe disso. Tem sentimento. É uma mistura de Jazz, Lounge, Clássico moderno. É ótimo para acordar, para o amanhecer, ver o dia nascer ou como trilha para qualquer evento natural. A maioria das músicas são instrumentais e bem viajantes. Transmitem paz.

O filme trás ainda outra música da banda, "Always for You", também maravilhosa. Além dessas, os discos têm outras ótimas músicas, no mesmo clima, porém confesso que não gostei do todo. Às vezes, soa muito Jazz e perde um pouco da essência, da "vibe". Ainda não escutei o novo trabalho, "A Chorus Of Storytellers", mas aconselho pra quem ficou curioso, começar com "In A Safe Place", que, na minha humilde opinião, é o melhor. Não vai se arrepender, garanto.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Roadstar


Há alguns dias, "fuçando" na rede por sons desconhecidos, li algo sobre uma banda chamada "Roadstar" que interessou-me e passei a procurá-la até conseguir o album "Glass Mountain", que pensava ser o único registro dos caras, devido a dificuldade de encontrar informações sobre o grupo. O som remetia aos anos '70. Forte, pesado, com vocais rasgados e guitarras agressivas lembrando, muitas vezes, o Aerosmith.
Logo na primeira audição fiquei impressionado com a qualidade da banda. Tamanha foi minha surpresa ao descobrir que esse disco havia sido gravado em 2007!
Diante disso, fiquei ainda mais curioso em saber mais sobre a banda. São ingleses, chamavam-se "Hurricane Party", quando em 2003 mudaram de nome. O primeiro disco, lançado em 2006, "Grand Hotel", chegou a ganhar prêmios na Inglaterra disputando com o também excelente "Wolfmother", lançado no mesmo ano.
Infelizmente, só gravaram esses dois discos. O "Roadstar" é mais uma grata surpresa que recomendo a todos que, como eu, loucos pelo Hard Rock setentista, procuram sonoridades da época.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Wolfmother

Os filmes de Surf sempre trouxeram novas bandas nas suas trilhas sonoras, sempre foram um veículo importante para novas descobertas. Para fanáticos por música como eu, as imagens das ondas e as novas manobras não são tudo, o som também é muito importante.
Para nós surfistas, é verdade que quando nos identificamos com uma sessão de algum filme, a música que estiver rolando será aquela que queremos escutar nas nossas próximas sessões.

Quando em 2005 a Quicksilver lançou o "Young Guns II", um filme com os novos talentos da marca numa viagem pela Indonésia, uma banda chamou a atenção: a revelação australiana "Wolfmother". Abrindo o filme com "white unicorn" e na sessão da estrela Kelly Slater com "woman", música que em 2007 ganhou o Grammy Awards de melhor desempenho de Hard Rock.
O "Wolfmother" é um power trio que começou em 2000 com Andrew Stockdale(vocais e guitarra), Chris Ross(baixo e orgão) e Myles Heskett(bateria), mas só lançou seu primeiro disco em 2004. O EP homônimo tinha apenas quatro músicas e já mostrava a potência e a criatividade dos caras. O som é uma mistura de hard/heavy/stoner setentista com grandes influências de bandas como o "Black Sabbath", o "Blue Cheer" e o "Led Zeppelin". Em 2006, lançam um segundo EP chamado "Dimension".
Devido ao grande sucesso local, a banda foi contratada por uma grande gravadora e pôde lançar seu primeiro cd pelo mundo. "Wolfmother" têm 13 músicas de arrombar!! Não é muito comum uma banda lançar um disco onde todas as músicas mantém a mesma qualidade. Esse disco é assim. Costumava dizer que esse era o melhor disco da década, pelo menos até o momento.
Em 2008, muito se falou da separação da banda devido ao ego dos caras, mas Andrew Stockdale dispensou seus amigos e reformulou a banda, agora com mais um guitarrista para lançar "Cosmic Egg". A expectativa era enorme. Será que conseguiriam manter o mesmo nível? Não só conseguiram como se superaram. O disco está ainda mais pesado. É porrada na orelha!!

Nos últimos anos tivemos grandes lançamentos no Rock'n'Roll além do "Wolfmother": "Radio Moscow", "Jet", "Back Door Slam", entre outras, mas essas serão outras postagens. Por enquanto, apreciem o som desses australianos...

segunda-feira, janeiro 25, 2010

WQS Brasil - Começa a briga

Amanhã, 26 de janeiro, começa o Maresia Ceará Surf Internatinal WQS 2010. Esta será a terceira etapa do ano de um total de 51 da divisão de acesso. No entanto, como foi qualificada como 6 estrelas, com premiação de US$ 145.000,00 e 3.000 pontos no ranking unificado, será a primeira com participação maciça dos melhores surfistas do mundo.

A praia escolhida foi o Ronco do Mar, em Paracuru, no Ceará. Há alguns anos atrás, tive a oportunidade de conhecer esse lugar e posso afirmar que, além do visual incrível, a onda, quando tem um bom swell, é espetacular. É um Point Break de direitas longas e bastante manobráveis.

Os organizadores já confirmaram a presença de surfistas de 16 países, além do Brasil. Como com as novas regras somente as oito melhores colocações de cada atleta pontuarão para o ranking, etapas como esta são importantíssimas para quem pretende entrar no WCT.

A novidade será a presença, como convidada, da surfista local e atual vice-campeã mundial Silvana Lima, que competirá com os homens, assim como fazia no início da sua carreira. Surf pra isso ela tem! Além dela, muitos brasileiros terão sua primeira chance nesse circuito.

Tomara que os nordestinos aproveitem o conhecimento do local para superarem os gringos e começarem o ano com uma boa pontuação.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Mortes por afogamento


Infelizmente, ontem, dia 21/01, mais duas mortes aconteceram nas nossas praias. Agora são quatro em menos de dois meses. Dessa vez foram dois ingleses: o guitarrista Leon Villalba, de 21 anos e o baixista Timothy Kennelly, de 18 anos, integrantes da banda After Death que estavam em turnê pelo Brasil e fariam hoje, dia 22/01, um show aqui em Aracaju. Um dos corpos foi encontrado logo depois do incidente e o outro somente hoje, na praia de Aruana.


Nossa praia é hoje a quarta praia do Brasil em óbitos por afogamentos. É impressionante esse índice, levando em consideração a natureza do local. Não temos grandes correntezas, não temos pedras no mar, não temos valas nem ondas fortes, então por que tantas mortes?

Nessa época do ano, é normal o aumento do número de turistas e muitos deles são descuidados, além da própria população local que não costuma ir à praia e, quando vai, não toma os devidos cuidados.


É nesse momento que é fundamental a presença dos salva-vidas, mas isso não vem acontecendo! Nós que estamos no mar todos os dias e que conhecemos as correntezas e as mudanças de marés é que, muitas vezes, orientamos alguns banhistas a tomarem certos cuidados.


É comum vermos os bombeiros pelas praias colocando bandeiras de perigo, mas isso não é suficiente! Ninguém presta atenção a elas. Nos dias em que o mar forma "bacias", é comum vermos muitas crianças e idosos nesses espaços que são os mais traiçoeiros. Na Orlinha, também conhecida como Praia do Meio, dependendo da maré, as correntezas "puxam" para dentro e um descuido pode ser fatal.


Se essa postura dos guarda-vidas não mudar, teremos ainda muitas outras vítimas. Eu mesmo nunca vi um treinamento dos bombeiros no mar! Sabemos que nadar em piscinas é bem diferente. É preciso um treinamento específico. Será que podemos confiar nos nossos salva-vidas? Há dois anos, quando um surfista foi levado pelas correntezas para alto mar, não havia botes para resgatá-lo. O cara foi salvo por um navio que passava lá por fora. Ano passado, outro morreu preso numa rede.


Está na hora da corporação responsável pelas praias tomar uma atitude afim de acabar, ou pelo menos reduzir esses acidentes e acredito que a melhor forma, além de ser a mais barata, é a orientação e observação dos banhistas e também de muitos garotos que estão começando a surfar, principalmente nos períodos de férias escolares.


Respeite o mar, pois ele é de uma força imensurável e ninguém o domina totalmente.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Novo WCT - Mudanças na Elite

O ano de 2009 foi um bom ano para o WCT (World Championship Tour). O título foi disputado até a última etapa, quando vários surfistas ainda tinham chances de vencer o circuito. Foi um ano regular para os brasileiros: tínhamos um nodestino, um paranaense e um paulista, que foi o único que conseguiu se manter para 2010, vale ressaltar, com honrosa participação, pois figurou entre os três primeiros até o finalzinho, quando, infelizmente, caiu para quinto.

Em contrapartida, foi um ano bem polêmico, com muitos boatos sobre um novo circuito. Encabeçados por Kelly Slater, os caras queriam um circuito com menos etapas, maiores valores de premiação e maior janela de espera para condições melhores nas etapas.

Bem, toda essa polêmica trouxe mudanças para 2010. Primeiro a ASP (Association Surfing Professionals) possibilitou às marcas patrocinadoras a escolha pelo modelo eliminatório já na primeira fase ou não, fazendo a repescagem. No final do ano anunciou uma mudança radical: o número de surfistas na elite irá diminuir. Há anos o circuito era formado por 28 pré-classificados, mais os 16 melhores do WQS (segunda divisão), mais 4 convidados, formando 48 atletas. Este ano, a partir da sexta etapa, em Trestles, esse número cairá para 32 surfistas, e em 2011, o ranking será formado pelos 22 mais bem colocados no WCT mais os primeiros 10 do WQS.

Outra grande mudança será o "Ranking Único". Os surfistas competirão nas suas divisões, mas será formado apenas um ranking para classificação para o WCT. É claro que os valores serão diferentes. Etapas WCT pontuarão mais que WQS, que também será qualificado em 6 níveis. O WCT terá 10 etapas e cada atleta computará os oito melhores resultados, assim como no WQS, onde os surfistas poderão escolher os eventos mais qualificados.

Esta semana, dia 12/01, anunciou mudanças no julgamento. O objetivo é estimular o surf de alta performance. Os conceitos analisados pelos juízes serão: comprometimento e grau de dificuldade, combinação entre manobras tradicionais e modernas, manobras inovadoras e progressivas, combinação das principais manobras, variedade de manobras, velocidade, potência e fluidez. De acordo com o local e as condições do mar, será dada maior ênfase a determinado critério.
A escala numérica permanecerá a mesma, ou seja, 0 a 1,9 as ondas fracas, de 2 a 2,9 as razoáveis, de 4 a 5,9 as médias, de 6 a 7,9 as boas e de 8 a 10 as excelentes.

A ASP espera renovar o circuito, torná-lo mais valioso, porque as premiações também serão acrescidas e haverá ainda um bonus para o campeão de U$ 100.000,00. Com isso, com certeza a organização apagará a idéia de um circuito alternativo e criará boas expectativas para o "Novo WCT".

terça-feira, janeiro 12, 2010

Lao-Tsé

"A alma não tem segredo que o comportamento não revele"

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Filme de Surf - The Performers


Não lembro bem o campeonato e o ano, acho que foi 1985, mas nunca vou esquecer aquela noite!
Era uma sexta-feira, estávamos todos ansiosos pelo evento que começaria no sábado logo cedo. O coquetel de abertura foi no Sesc Atalaia com o sorteio das baterias e com o lançamento do novo filme da Quicksilver: The Performers.
Era muita ansiedade...O meu primeiro campeonato e o primeiro filme num telão com todas aquelas "feras": Rabbit Bartholomew, Richard Cram, Gary "Kong" Elkerton, Willie Morris, Wes Laine, Bryce Ellis, Marvin Foster, Chappy Jennings e Tom Carrol. Filmado por Jack McCoy, as imagens eram todas no Hawaii em '83.
Era algo inédito por aqui! A galera que estava assistindo ia ao delírio...Vibravamos com aquelas manobras. Richard Cram, com os braços arqueados, fazia curvas longas nas paredes de Sunset; "Kong" virava na base de Pipe e rasgava forte; Carrol pegava tubos incríveis, "Rabbit" dominava Backdoor... E a trilha sonora: Talking Heads, INXS, John Cougar, Rose Tatto e Simple Minds, bandas novas e desconhecidas pela maioria, mas que, a partir dali, tornaram-se preferidas e obrigatórias em todo "walkman"!
Ao final, todos queríamos uma cópia, mas era praticamente impossível. Quem tinha não cedia e era invejado por isso. Bem, mas eu consegui a minha e assistia todos os dias.
Esse filme foi muito inspirador e considero-o um clássico. A Quicksilver lançou o segundo anos depois, porém sem o mesmo impacto.
Infelizmente, não tenho mais a minha cópia e não sei se é possível conseguir o DVD, ainda não o encontrei. Enquanto isso, assisto partes no YouTube.

http://www.youtube.com/watch?v=QHhIII0h9Ic&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=xaDkxHaTa7M&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=IAaxluPqZLs&NR=1

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Them Crooked Vultures


Imaginem uma mistura de Led Zeppelin, Nirvana e Queens of the Stone Age. Seria fantástico não? Pois isso existe e leva o nome de "Them Crooked Vultures".

Na verdade, essa banda é mais um projeto do maluco Josh Homme. Esse cara fez parte do Kyuss, tocou no Screaming Trees e depois fundou o QOTSA. Toca muita guitarra e ainda canta. A ele, juntaram-se Dave Grohl, baterista do Nirvana e hoje líder dos Foo Fighters e, pasmem, um membro do Led Zeppelin, o baixista e tecladista John Paul Jones. O coroa ainda está firme e forte.

O que se pode esperar de um supergrupo desses? São muitas influências...

Dizem que esse "namoro" começou em 2005, mas devido aos compromissos das suas respectivas bandas, foi sendo adiado até meados de 2009, quando os caras combinaram para fazer um som e trocar umas idéias. Não foi preciso mais que isso. Rapidinho já tinham feito várias músicas, tanto que, além desse lançamento, ficou material para um próximo disco, se é que podemos esperar por isso.

Esse disco tem treze músicas e 66 min. Muito bem trabalhado, é pesado e viajante. Se não apresenta uma sonoridade nova e revolucionária, empolga por trazer canções com pegada e feeling para deixar todos instigados. "Mind Eraser, No Chaser" e "Dead End Friends", uma das minhas preferidas, são mais aceleradas; "Elephants" começa nervosa e parte para uma psicodelia arrastada. "Bandoliers" também é irada! "Reptiles" me faz imaginar "rasgando paredes"...

É som para quem gosta de Rock'n'Roll de verdade, sem firulas. É Hard Rock dos bons!

http://www.themcrookedvultures.com/us/home

terça-feira, janeiro 05, 2010

É hora de celebrar


Celebrar a vida, a saúde, a família e os amigos, o surf!

Está chegando o fim de mais um ano e esse é o melhor momento para refletirmos nossas atitudes, para fazermos planos, sonharmos...A cada ano ouvimos e vemos, cada vez mais, sobre calamidades e desastres naturais. Consequências de atidudes ambiciosas e por que não dizer irresponsáveis, não só dos nossos governantes e dos grandes empresários, mas sim de toda uma população da qual fazemos parte que ainda não se conscientizou da importância dos pequenos atos, que acha insignificante uma sacola plástica no lixo, que desperdiça água, que consome energia desnecessária. Somos milhões e a natureza já não nos agüenta mais! E somos surfistas... Somos os primeiros a sofrer porque dependemos da natureza.


Mas vamos celebrar! Celebrar porque apesar de tudo sempre temos esperança. Somos inteligentes e vamos mudar essa situação com as nossas ações. Sejamos exemplos. O surf hoje é super bem visto, está em todo canto, então aproveitemos para mostrar quem somos.

Olhando para trás, para 2009, tivemos um bom ano em termos de organização. A FSS emergiu com uma galera nova, cheia de vontade e melhorou a imagem do nosso estado lá fora. Tivemos um cir cuito forte, com bons patrocinadores, as lojas também acreditaram e apoiaram na medida do possível, pois sabemos que a situação financeira não anda muito bem. Ainda tivemos uma etapa do nordestino profissional e cursos para juízes e atletas.

Em termos de onda, não temos muito o que comemorar! Foi um ano fraco de ondulações e nossos fundos estão sempre mudando, impossibilitando formações perfeitas por muito tempo. Lembro-me apenas de dois swells bons: no início de maio e outro agora em novembro.


Mas vamos celebrar! Porque sempre depois de um ano fraco, vem um ano bom. Tenho fé que ter emos boas ondas em 2010...

É verdade que o crowd está ficando pesado e por isso deve aumentar o respeito dentro d'água. Temos um imenso litoral e aqueles que estão iniciando no esporte devem procurar praias mais vazias, com ondas mais fracas, afastar-se do crowd, até mesmo por questão de segurança.

Surfar é maravilhoso! Fazemos amigos, cuidamos da saúde, elevamos nossos espíritos. Surfar nos traz felicidade, equilíbrio, paz. E do que mais precisamos? O que pedimos a Deus nos nossos sonhos? Saúde, paz, felicidade.


Então vamos celebrar! Celebrar nossas conquistas, nossa vida!

Caros amigos, que este ano colhamos os frutos das sementes que plantamos. Façamos o bem. Vamos cuidar do nosso planeta, até mesmo porque ele não nos pertence, ele nos foi emprestado dos nossos filhos.


Um grande abraço e boas ondas...

Categorias de base - Garantia de futuro


Toda construção necessita de uma base sólida. O mesmo serve para o esporte, e no surf não é diferente.Todos os surfistas da elite passaram por essas categorias, sejam elas: gromets, iniciantes, mirins, juniores.

O surfista que pretende fazer carreira precisa começar cedo. É essencial passar pelas categorias de base, pois isso dará ao atleta experiência para que ao chegar nas categorias principais esteja amadurecido em competições. Aliado a isso, o acompanhamento e a orientação técnica, principalmente no início, fará muita diferença. Os australianos e os americanos são os maiores exemplos. Vou citar o maior fenômeno de todos os tempos, Kelly Slater. O cara fez parte da NSSA junto com Rob Machado e Taylor Knox. Correu em todas as categorias adquirindo experiência até ser eleito “Rockie of the Year” em 1991. Com apenas dezenove anos entrou para a elite, o WCT, e conquistou até hoje nove títulos mundiais.


A Austrália também forma campeões há anos. Todos com a mesma trajetória, Joel Parkinson, Mick Fanning e Dean Morrison treinaram juntos na mesma escola por muitos anos. Conquistaram juntos vários títulos amadores naquele país e até no mundo.As maiores marcas do esporte estão nesses países e têm em suas equipes garotos talentosos sendo treinados por técnicos experientes, geralmente ex-competidores, que filmam os treinos e corrigem cada detalhe da equipe, direcionando-os no caminho certo, com muita disciplina, muito estudo, e ai abro um parêntese, pois estudar o esporte é fundamental. Não basta surfar bem para conseguir bons resultados. Isso é coisa do passado. Até os melhores diamantes precisam ser lapidados. O surf hoje é extremamente técnico.Os garotos precisam dominar as regras até mais que as ondas, porque com muito treino você será um bom surfista, mas sem conhecer as regras não vai muito longe.O Brasil vem se destacando no cenário amador. Existem hoje vários circuitos amadores pelo país e campeonatos disputadíssimos até vinte e um anos de idade. O nordeste é um celeiro de novos talentos, mas não dispõe da estrutura do sul, das marcas, das equipes, do investimento que é feito nesses atletas com objetivos a longo prazo.Trazendo a situação para a nossa realidade, para o nosso estado, acho que estamos carentes de novos talentos. Tivemos vários no passado, em épocas diferentes, inclusive com destaques nacionais, mas hoje os nossos amadores estão abaixo da média. Não são competidores, não entendem as competições, não têm objetivos concretos, parece que estão brincando de competir. Tivemos recentemente campeonatos com a participação de atletas de outros estados e pudemos comparar a diferença, a postura, a disciplina, a técnica dos moleques. É bem diferente!

Sergipe é hoje a terceira capital do nordeste em termos de organização do esporte, atrás apenas de Pernambuco e do Ceará. Teremos vários campeonatos esse ano e nos próximos e queremos ver nossos surfistas nos pódios, mas sabemos que para isso teremos de realizar grandes esforços, treinar bastante dentro d’água e sermos mais comprometidos.Queremos ver mais garotos iniciantes orientados nos campeonatos, mais meninas, mais amadores interessados na competição, buscando resultados a médio e longo prazo. Só com muito trabalho e perseverança chegaremos onde queremos.

Comportamento e Postura


Estamos finalizando mais um ano e, como de costume, fazemos uma retrospectiva do que aconteceu de mais relevante nesse ano. Como sempre focamos as competições e esse ano foi rico, pelo menos se compararmos com outros anos, destaco fatos que merecem ser lembrados.

Ainda no final de 2007, recebemos a visita de Thiago (TBC) para o 1º Intercolegial que na oportunidade, em reunião com várias pessoas envolvidas na organização do surf, elegeram provisoriamente uma nova diretoria para a Federação Sergipana de Surf e comprometeram-se em apoiar o esporte de todas as formas. Dessa forma, com todos empenhados e aproveitando o momento, o ano competitivo começou com o Projeto Verão. Foram três etapas: Caueira, Pirambu e Aracaju. Esse é um evento atípico. Como as inscrições foram gratuitas e a premiação foi reduzida, vimos vários novos nomes e sentimos a ausência de outros já consagrados.

Foi uma oportunidade para aqueles que nunca competiram conhecerem o formato competitivo. Infelizmente, em Pirambu, tivemos que interromper o campeonato por falta de segurança para os atletas e à comissão técnica devido ao comportamento agressivo de um surfista local que, inconformado com sua desclassificação, juntou-se a seu “bando” e invadiu a área do evento.

Tivemos, além desses eventos, a 2ª etapa do Intercolegial e dois circuitos: o Aracaju Surf Power, com três etapas, uma na Aruana e duas na Praia do Meio, apoiado pela MSG Adventures e o novo site dropagora.com.br e o Natural Art Open de Surf que ainda não foi finalizado mas já realizou duas etapas com forte apoio logístico.

Em todos a Federação (FSS) esteve presente garantindo que todas as práticas estivessem de acordo com as regras da Confederação Brasileira. Foi ai que nós vimos o despreparo e a falta de informação de vários atletas. Os iniciantes, por assim serem, demonstraram vontade de aprender mas total desconhecimento. Não se pode querer participar de uma competição, seja ela qual for, sem conhecer suas regras. E estas estão disponíveis gratuitamente na Internet, basta buscá-las. Nas outras categorias, onde já se espera que os atletas demonstrem conhecimento e táticas de competição, ainda vimos muito despreparo, tanto técnico quanto comportamental. Como já citei noutra matéria, não basta surfar bem, é preciso conhecer “o jogo”. O fato de não conhecer bem as regras gera, algumas vezes, desclassificações e comportamentos inaceitáveis, inclusive puníveis rigorosamente.

Todo competidor deve zelar pela sua postura. Deve comportar-se como um atleta desde sua preparação até a competição. Isso inclui disciplina, educação e conhecimento técnico.

Os organizadores estão fazendo a parte deles. Recentemente foi oferecido um curso para juízes com o Diretor Técnico da Associação Nordestina de Surf, o qual abrangia além de critérios de julgamento, regras de interferência e técnicas de competição. Mais uma vez vimos desinteresse por parte de alguns, pois foi uma excelente oportunidade para todos que pretendem aperfeiçoar-se em competições, mas apenas quinze pessoas participaram.

Para 2009 temos várias promessas: uma nova diretoria na FSS, contratos com patrocinadores que garantiram vários eventos, a possibilidade de uma etapa do nordestino e a continuação do Natural Art. Tudo indica que teremos um ano ainda melhor. Cabe a todos, organizadores e competidores, diante dessa explosão do surf, fazerem a sua parte de forma cada vez mais profissional para sermos reconhecidos e crescermos como esportistas e pessoas que somos.


Feliz 2009!!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

De quem é o direito?


O surf é um esporte nobre. No início só podia ser praticado pelos reis. Ainda hoje, em algumas ilhas da Polinésia, é preciso pedir autorização ao rei da ilha para surfar. E olhe que lá não existe crowd! É apenas uma questão de respeito.

Infelizmente muitos surfistas desconhecem o real espírito do surf. A sua essência: o simples e inigualável prazer de surfar ondas perfeitas com apenas alguns amigos. Aos poucos, esse “feeling” está se perdendo. Alguns culpam o sucesso que o esporte atingiu; outros as competições. Não concordo! Acredito que mesmo no crowd seja possível sentir aquilo que só o surf nos proporciona. Desde que haja respeito e educação.

Uma onda só pode ser surfada em toda sua plenitude por um surfista. Até mesmo porque mais de um na onda aumenta o risco de acidente aos dois. Mas, quando mais de um rema para a mesma onda, de quem é o direito de surfá-la? É simples. Existem regras para definir cada situação. Os competidores as conhecem. Todos podem ter acesso a elas. No site da Confederação Brasileira (www.cbsurf.com.br) pode ser baixado todo o livro de regras.

Contudo, um princípio básico define, de modo geral, a maioria das situações. Aquele que estiver na parte mais crítica da onda terá o direito incondicional de surfá-la em toda sua extensão. Por parte mais crítica entende-se o pico, a parede mais próxima da espuma. Isto vale para baterias de três ou quatro atletas, como também para o dia-a-dia quando duas ou mais pessoas remam para uma mesma onda, não importando quem ficou em pé primeiro. Aquele mais próximo da espuma pode virar para a parede e os outros devem abortar a remada ou, se já estiverem na onda, devem sair dela imediatamente, evitando prejudicar o potencial daquela onda. Cabe, a quem estiver disposto a disputá-la, buscar posicionar-se na parte interna, mais crítica. Alguns surfistas mais experientes utilizam artimanhas para conseguir tal posicionamento. Desde que seja de forma honesta, é válido. Dar um balão, ou seja, remar por trás, é uma delas. É preciso ter uma boa remada para isso. Para iniciantes e para os que não estão em plena forma, o melhor a fazer é afastar-se do crowd. Essa atitude, tanto fará com que peguem mais ondas como também evitará acidentes.

No caso de baterias homem x homem, ainda existe o critério de prioridade, onde quando um atleta pega uma onda passa a prioridade ao adversário, desde que este esteja no outside, e com a prioridade, poderá escolher a onda que quiser, desconsiderando assim o critério anterior, de colocação.

Nas competições, aquele que comete interferência é punido com o corte pela metade da sua segunda melhor nota. Em caso de reincidência na mesma bateria, pontuará zero. Surfar na área demarcada para competição também é interferência. É desrespeito aos atletas. Assim como descer onda em pé antes de iniciado e depois de terminado o tempo da sua bateria. Isso causa confusão nos juízes.

A verdade é que ninguém gosta de dividir a mesma onda. Nem com os melhores amigos. Todavia, temos quilômetros de praias. A qualidade não é a mesma em todos os picos, mas tem onda pra todo mundo. É só procurar. Afinal, não somos nobres?

domingo, janeiro 03, 2010

Como avaliar uma onda


Avaliar uma onda é algo complexo.

O surf competitivo está fazendo trinta anos. Tudo mudou: as pessoas, os equipamentos, as atitudes, etc... O esporte cresceu, enriqueceu e desenvolveu-se em todos os sentidos e é obvio que o critério de avaliação acompanhou essa evolução. Os surfistas, ao longo desse período e principalmente na última década, estão desenvolvendo novas manobras, ficaram extremamente radicais. Com isso, os juízes precisam acompanhar essas mudanças para adaptá-las os critérios de julgamento.

Lembro quando o maior percurso fazia a diferença. Noutra época, valorizou-se a quantidade de manobras. O estilo também já esteve no critério. Um dos ícones dos anos noventa disse: “style is basicaly everything” (Estilo é basicamente tudo).

Acredito que temos hoje um critério bastante abrangente mas que, ao mesmo tempo, define a linha a qual o atleta deve seguir para pontuar bem e vencer suas baterias.

Os juízes e os atletas chegaram a seguinte conclusão: O surfista deve executar manobras radicais e controladas nas partes mais críticas da onda com velocidade, força e fluidez para aumentar o potencial de pontuação. Deverá ser levado em conta o surf inovador e progressivo assim como a variação de manobras na hora de pontuar a performance apresentada. O surfista que seguir este critério com o maior grau de dificuldade e controle nas melhores ondas receberá as melhores notas.

É preciso interpretar com cuidado esse critério. Adaptar-se a ele. Os competidores às vezes são radicais mas surfam sem controle, noutras executam as manobras com força porém são conservadores e não variam o repertório.

Aos juízes cabe extrair de cada performance os detalhes que mais se aproximam do critério exigido, levando em consideração as condições do mar.

Essa interpretação, apesar da clareza do critério, é subjetiva. Cada juiz tem uma percepção. Um sentimento. Uma identificação. Mas isso, apesar de influenciar, não pode escapar do foco. Ou seja, acima de tudo está o Critério.

Como cada onda é julgada por, no mínimo, três juízes, sob a supervisão de um juiz chefe(Head Judge), as notas são pontuadas dentro de uma perspectiva ampla, embora sejam incluídas numa escala pré-determinada. Seja ela: ruim (0,1 a 2,5), regular (2,6 a 4,1), boa (4,2 a 6,1), muito boa (6,2 a 7,9) e excelente (8,0 a 10,0).

A ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) vem aceitando divergências entre juízes de até 1,5 pontos para uma mesma onda. Isto é perfeitamente aceitável. Vem da interpretação.

Sendo assim, sugiro que aqueles que pretendem participar dos campeonatos, acompanhem as atualizações, informem-se sobre critérios, pois não basta surfar bem, ser radical, agressivo ou mandar um super aerial, é preciso adaptar-se as regras.