domingo, novembro 07, 2010
O Fenômeno Kelly Slater
Vivemos um momento histórico!
Na semana que perdemos um dos maiores surfistas do mundo, o havaiano Andy Iron, vimos o maior surfista de todos os tempos conquistar, em Porto Rico, o tão distante décimo título mundial.
Qual outro atleta conseguiu tal feito?
O cara ganhou pela primeira vez em 1992 com apenas 20 anos, assim que se profissionalizou, após buscar o título de campeão mundial amador por diversas vezes, sem êxito.
Na época, a estrela maior era o também americano Tom Curren, três vezes campeão do mundo, que vinha dominando o surf desde 1985.
Do início da era Slater até hoje passaram-se 18 anos. É muito tempo para qualquer atleta, ainda mais se levarmos em conta as adversidades do surf.
Parabéns Kelly Slater...
Alguns números de de Slater:
Recordista de vitórias no WCT 43Vitórias na mesma temporada 7 (96), com Damien Hardman (88) e Tom Curren (90)
Recordista de Títulos Mundiais 10 (1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006, 2008 e 2010)Recordista de Títulos Mundias consecutivos 5 (1994-1998)Recordista de vitórias no Pipe Masters 6 (1992, 1994, 1995, 1996, 1999, 2008)Recordista de vitórias consecutivas no Pipe Masters 3 (1994-1996)Título Mundial por antecipação campeão na 9º das 11 etapas (em Mundaka em 2008)
Campeão Mundial mais jovem da história 20 anos (1992)Campeão Mundial mais velho da história 38 anos (2010)Vencedor mais velho de uma etapa 38 anos (em Rip Curl Pro em 2010)Maior pontuação em uma bateria 20 pontos de 20 possíveis (na final no Tahiti em 2005)
segunda-feira, outubro 25, 2010
Fistful of Mercy - As I Call You Down
Grande descoberta saindo do forno...
O que seria de nós se não fosse a internet? Quantas coisas boas deixaríamos de conhecer?
Um disco como esse, dificilmente chegará por aqui. Não vai tocar nas rádios, nem nas novelas(Ufa!!), apesar das músicas serem maravilhosas, com harmonias perfeitas.
O projeto nasceu do encontro de três grandes musicos: Ben Harper, compositor e guitarrista já bastante conhecido, com vários discos e enorme sucesso; Dhani Harrison, filho do ex-Beatle George Harrison, que bastava isso para apresentá-lo, mas o cara herdou além das semelhanças físicas, o talento incrível do pai; e Joseph Arthur, guitarrista americano totamente desconhecido por aqui, mas já consagrado no meio indie americano daquele país com um som basicamente acústico.
Neste disco, As I Call You Down, com nove músicas, há influências de Beatles, claro, e muito de Crosby, Stills, Nash & Young. Ou seja, ouvimos música nova com a cara dos anos '70.
Pra quem conhece e gosta de Ben Harper, é imperdível!!
sábado, setembro 18, 2010
Novo Formato da ASP World Tour
sexta-feira, julho 16, 2010
Clássicos do Rock - UFO
Os dois primeiros discos, "UFO" 1971 e "Flying", de '72, são considerados por muitos como os melhores, mas em 1974, com a entrada do ex-Scorpion Michael Schenker para gravar "Phenomenon", a banda alcançou seu ápice. Eu diria que até 1978, com o disco "Obsession", os caras fizeram um estrago(no bom sentido, lógico) no Rock'n Roll. Depois disso, Schenker saiu para voltar ao Scorpions e depois para formar sua própria banda e nunca mais o UFO foi o mesmo, apesar de algumas voltas de Schenker para gravar um ou outro disco.
Quando uma banda faz um disco como este, dificilmente consegue superá-lo, e não foi diferente. Os sucessores, também são muito bons, mas não conseguiram a uniformidade de Phenomenon.
terça-feira, julho 13, 2010
13 de julho - Dia do Rock
sexta-feira, junho 25, 2010
Siena Root
A explicação para o nome é bastante interessante, segundo eles mesmos, "no sentido de que o blues é azul, é preto o Hard Rock, o reggae é pan-Africano, nossa música tem a cor de Siena. É uma cor quente, de terra, inicialmente a partir das raízes enlameadas de Toscana . Porque esse som tem raízes profundas, ...".Dentre todas as boas novidades que vêm surgindo nos últimos anos, o Siena Root é, sem dúvida, a melhor. Com tantas influências, com tanta personalidade, com estilo e criatividade incomum, é hoje a minha "melhor banda do mundo da década".
segunda-feira, junho 21, 2010
Duelo de Titãs - Occy vs Curren
Nos anos '80, existiam, no circuito mundial, vários excelentes surfistas: Damien Hardman, Barton Lynch, Martin Potter, Sunny Garcia, Ritchie Collins e havia Tom Curren e Mark Occhylupo.
Esses dois foram ícones, ou melhor, são ícones, fizeram história e influenciaram a todos, digo todos que surfavam na época. Era uma disputa de estilos, comportamentos, países e equipes como vimos mais tarde algo semelhante entre Kelly e Andy, mas não na mesma proporção.
Quando esses dois caras se encontravam em baterias, e foram várias, o surf estrapolava os limites. Os dois, cada um da sua maneira, mudaram a linha e o estilo do surf. Curren era muito mais polido, clássico, fazia um surf "redondo", bonito e radical; Occy era um "touro" - como inclusive era chamado - extremamente forte, radical, com um "back side" infalível.
Lembro-me de várias discursões entre amigos e também nas revistas especializadas para decidir quem era melhor. Curren ganhou três títulos mundiais e Occy apenas um, mas isso não define nada!
Nos filmes, as sessões dos dois ficaram na memória. Era obrigatória antes das caídas. Só para citar alguns dos clássicos: The Search, Buyip Dreaming, Pump, etc...Fizeram várias finais juntos, algumas eternamente lembradas e graças, registradas, como em 1986 em Bells Beach, Australia. (ver video http://www.youtube.com/watch?v=DtY9Iwtd16E )
Recentemente, a ASP convidou-os para um desafio, lembrando os velhos tempos. Curren ganhou a primeira e Occy a segunda. É claro que a performance não é a mesma, mas serviu para matar a saudade dos milhares de fans pelo mundo e para os jovens entenderem de onde vem o surf atual. (ver video http://www.youtube.com/watch?v=9EkJG0lMS-s )
sábado, junho 19, 2010
Budgie - In For The Kill!
quarta-feira, junho 09, 2010
Festival Alma Surf 2010
domingo, maio 16, 2010
Adeus a Ronnie James Dio
Foram anos de sucesso. Discos clássicos como o "Holy Diver" e outros não tão bons assim, mas sempre na mesma linha, com a mesma voz que o consagrou.
Recentemente voltou ao "Black Sabbath", dessa vez com o nome "Heaven and Hell" para mais um disco e uma turnê mundial que incluiu o Brasil em maio de 2009. Na época senti muito não ter ido ao show. Sonhei por muito tempo ver o "Black Sabbath" e senti que poderia ter sido a última oportunidade de vê-los, apenas pela idade dos caras, nada mais. Se eu pudesse prever o que aconteceria...
Em novembro de 2009, sai a notícia que Dio estava com câncer de estômago. Que tristeza! A partir daí, era uma questão de tempo, e foi pouco tempo!
Foi-se mais um ícone...Uma voz insubstituível. Uma lenda do Rock. Um dos meus artistas preferidos! Fica um vazio, a tristeza pela perda. Mas vamos continuar ouvindo-o em todos os seus discos. Sua voz ficará para sempre em nossos ouvidos...
Adeus Ronnie. Esta é a minha homenagem. Muito obrigado!
segunda-feira, maio 03, 2010
Earl Greyhound
Quando li na Net sobre "Earl Greyhound", pensei se tratar de um novo Bluesman. Nada disso! Na verdade é um puta Power Trio!! Banda de hard rock do Brooklyn, New York, o "Earl Greyhound" é formado por Matt Whyte na guitarra e vocais, Kamara Thomas no baixo e vocais e Ricc Sheridan na bateria.
Acabam de lançar o segundo disco, "Suspicious Package". Pra quem gostou do primeiro, "Soft Targets", garanto que esse é ainda melhor. A temática é a mesma, Rock'n Roll cru, nervoso, pesado, às vezes psicodélico, bem stoner com elementos do blues.
Gostei dos vocais do Matt Whyte, que também manda bem nas guitarras, mas quando Kamara canta, tem aquela coisa, sei lá, meio soul, cool, negra...Difícil explicar, puro feeling.
É sonzeira meu irmão!! Aumente o som que isso aí é Rock'n Roll...
quinta-feira, abril 29, 2010
WCT - Santa Catarina
3 - Taj Burrow - 18.250
4 - Jadson André - 15.500
4 - Mick Fanning - 15.500
6 - Bobby Martinez - 14.750
6 - Dane Reynolds - 14.750
8 - Adriano de Souza - 14.250
8 - Joel Parkinson - 14.250
31 - Neco Padaratz - 4.000
41 - Marco Polo - 1.500
sexta-feira, abril 09, 2010
WCT - Australia
segunda-feira, abril 05, 2010
Praia do Francês / Alagoas
quarta-feira, março 17, 2010
The Album Leaf
Conheci a banda em 2008, quando comprei o filme "One California Day". Na trilha sonora, ouvi uma música maravilhosa, que fluia perfeitamente com as imagens belíssimas da California e com o "life-style" local. A música chamava-se "Window" e a banda era o "The Album Leaf". Nunca tinha ouvido falar, mas é como já disse – os filmes de surf são ótimos para lançar novas bandas.
Procurei os discos do grupo na net e foi um tanto difícil de encontrar. Mas achei dois: "In A Safe Place" e "Into The Blue Again". Nomes bem sugestivos! Pensei.
De cara, estranhei um pouco. Afinal, não é o estilo de música que costumo escutar. Assemelha-se ao "Tortoise" e ao "Sigur Rós". Não tem nada a ver com Rock'n Roll. O som é extremamente tranqüilo, limpo, muito bonito, mas é eletrônico. Calma, não é dance!! Longe disso. Tem sentimento. É uma mistura de Jazz, Lounge, Clássico moderno. É ótimo para acordar, para o amanhecer, ver o dia nascer ou como trilha para qualquer evento natural. A maioria das músicas são instrumentais e bem viajantes. Transmitem paz.
O filme trás ainda outra música da banda, "Always for You", também maravilhosa. Além dessas, os discos têm outras ótimas músicas, no mesmo clima, porém confesso que não gostei do todo. Às vezes, soa muito Jazz e perde um pouco da essência, da "vibe". Ainda não escutei o novo trabalho, "A Chorus Of Storytellers", mas aconselho pra quem ficou curioso, começar com "In A Safe Place", que, na minha humilde opinião, é o melhor. Não vai se arrepender, garanto.
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Roadstar
Diante disso, fiquei ainda mais curioso em saber mais sobre a banda. São ingleses, chamavam-se "Hurricane Party", quando em 2003 mudaram de nome. O primeiro disco, lançado em 2006, "Grand Hotel", chegou a ganhar prêmios na Inglaterra disputando com o também excelente "Wolfmother", lançado no mesmo ano.
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
Wolfmother
segunda-feira, janeiro 25, 2010
WQS Brasil - Começa a briga
A praia escolhida foi o Ronco do Mar, em Paracuru, no Ceará. Há alguns anos atrás, tive a oportunidade de conhecer esse lugar e posso afirmar que, além do visual incrível, a onda, quando tem um bom swell, é espetacular. É um Point Break de direitas longas e bastante manobráveis.
Os organizadores já confirmaram a presença de surfistas de 16 países, além do Brasil. Como com as novas regras somente as oito melhores colocações de cada atleta pontuarão para o ranking, etapas como esta são importantíssimas para quem pretende entrar no WCT.
A novidade será a presença, como convidada, da surfista local e atual vice-campeã mundial Silvana Lima, que competirá com os homens, assim como fazia no início da sua carreira. Surf pra isso ela tem! Além dela, muitos brasileiros terão sua primeira chance nesse circuito.
Tomara que os nordestinos aproveitem o conhecimento do local para superarem os gringos e começarem o ano com uma boa pontuação.
sexta-feira, janeiro 22, 2010
Mortes por afogamento
quinta-feira, janeiro 14, 2010
Novo WCT - Mudanças na Elite
Em contrapartida, foi um ano bem polêmico, com muitos boatos sobre um novo circuito. Encabeçados por Kelly Slater, os caras queriam um circuito com menos etapas, maiores valores de premiação e maior janela de espera para condições melhores nas etapas.
Bem, toda essa polêmica trouxe mudanças para 2010. Primeiro a ASP (Association Surfing Professionals) possibilitou às marcas patrocinadoras a escolha pelo modelo eliminatório já na primeira fase ou não, fazendo a repescagem. No final do ano anunciou uma mudança radical: o número de surfistas na elite irá diminuir. Há anos o circuito era formado por 28 pré-classificados, mais os 16 melhores do WQS (segunda divisão), mais 4 convidados, formando 48 atletas. Este ano, a partir da sexta etapa, em Trestles, esse número cairá para 32 surfistas, e em 2011, o ranking será formado pelos 22 mais bem colocados no WCT mais os primeiros 10 do WQS.
Outra grande mudança será o "Ranking Único". Os surfistas competirão nas suas divisões, mas será formado apenas um ranking para classificação para o WCT. É claro que os valores serão diferentes. Etapas WCT pontuarão mais que WQS, que também será qualificado em 6 níveis. O WCT terá 10 etapas e cada atleta computará os oito melhores resultados, assim como no WQS, onde os surfistas poderão escolher os eventos mais qualificados.
Esta semana, dia 12/01, anunciou mudanças no julgamento. O objetivo é estimular o surf de alta performance. Os conceitos analisados pelos juízes serão: comprometimento e grau de dificuldade, combinação entre manobras tradicionais e modernas, manobras inovadoras e progressivas, combinação das principais manobras, variedade de manobras, velocidade, potência e fluidez. De acordo com o local e as condições do mar, será dada maior ênfase a determinado critério.
A escala numérica permanecerá a mesma, ou seja, 0 a 1,9 as ondas fracas, de 2 a 2,9 as razoáveis, de 4 a 5,9 as médias, de 6 a 7,9 as boas e de 8 a 10 as excelentes.
A ASP espera renovar o circuito, torná-lo mais valioso, porque as premiações também serão acrescidas e haverá ainda um bonus para o campeão de U$ 100.000,00. Com isso, com certeza a organização apagará a idéia de um circuito alternativo e criará boas expectativas para o "Novo WCT".
terça-feira, janeiro 12, 2010
segunda-feira, janeiro 11, 2010
Filme de Surf - The Performers
Era uma sexta-feira, estávamos todos ansiosos pelo evento que começaria no sábado logo cedo. O coquetel de abertura foi no Sesc Atalaia com o sorteio das baterias e com o lançamento do novo filme da Quicksilver: The Performers.
Era muita ansiedade...O meu primeiro campeonato e o primeiro filme num telão com todas aquelas "feras": Rabbit Bartholomew, Richard Cram, Gary "Kong" Elkerton, Willie Morris, Wes Laine, Bryce Ellis, Marvin Foster, Chappy Jennings e Tom Carrol. Filmado por Jack McCoy, as imagens eram todas no Hawaii em '83.
Era algo inédito por aqui! A galera que estava assistindo ia ao delírio...Vibravamos com aquelas manobras. Richard Cram, com os braços arqueados, fazia curvas longas nas paredes de Sunset; "Kong" virava na base de Pipe e rasgava forte; Carrol pegava tubos incríveis, "Rabbit" dominava Backdoor... E a trilha sonora: Talking Heads, INXS, John Cougar, Rose Tatto e Simple Minds, bandas novas e desconhecidas pela maioria, mas que, a partir dali, tornaram-se preferidas e obrigatórias em todo "walkman"!
Ao final, todos queríamos uma cópia, mas era praticamente impossível. Quem tinha não cedia e era invejado por isso. Bem, mas eu consegui a minha e assistia todos os dias.
Esse filme foi muito inspirador e considero-o um clássico. A Quicksilver lançou o segundo anos depois, porém sem o mesmo impacto.
Infelizmente, não tenho mais a minha cópia e não sei se é possível conseguir o DVD, ainda não o encontrei. Enquanto isso, assisto partes no YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=QHhIII0h9Ic&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=xaDkxHaTa7M&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=IAaxluPqZLs&NR=1
quinta-feira, janeiro 07, 2010
Them Crooked Vultures
Na verdade, essa banda é mais um projeto do maluco Josh Homme. Esse cara fez parte do Kyuss, tocou no Screaming Trees e depois fundou o QOTSA. Toca muita guitarra e ainda canta. A ele, juntaram-se Dave Grohl, baterista do Nirvana e hoje líder dos Foo Fighters e, pasmem, um membro do Led Zeppelin, o baixista e tecladista John Paul Jones. O coroa ainda está firme e forte.
O que se pode esperar de um supergrupo desses? São muitas influências...
Dizem que esse "namoro" começou em 2005, mas devido aos compromissos das suas respectivas bandas, foi sendo adiado até meados de 2009, quando os caras combinaram para fazer um som e trocar umas idéias. Não foi preciso mais que isso. Rapidinho já tinham feito várias músicas, tanto que, além desse lançamento, ficou material para um próximo disco, se é que podemos esperar por isso.
Esse disco tem treze músicas e 66 min. Muito bem trabalhado, é pesado e viajante. Se não apresenta uma sonoridade nova e revolucionária, empolga por trazer canções com pegada e feeling para deixar todos instigados. "Mind Eraser, No Chaser" e "Dead End Friends", uma das minhas preferidas, são mais aceleradas; "Elephants" começa nervosa e parte para uma psicodelia arrastada. "Bandoliers" também é irada! "Reptiles" me faz imaginar "rasgando paredes"...
É som para quem gosta de Rock'n'Roll de verdade, sem firulas. É Hard Rock dos bons!
http://www.themcrookedvultures.com/us/home
terça-feira, janeiro 05, 2010
É hora de celebrar
Categorias de base - Garantia de futuro
Comportamento e Postura
Ainda no final de 2007, recebemos a visita de Thiago (TBC) para o 1º Intercolegial que na oportunidade, em reunião com várias pessoas envolvidas na organização do surf, elegeram provisoriamente uma nova diretoria para a Federação Sergipana de Surf e comprometeram-se em apoiar o esporte de todas as formas. Dessa forma, com todos empenhados e aproveitando o momento, o ano competitivo começou com o Projeto Verão. Foram três etapas: Caueira, Pirambu e Aracaju. Esse é um evento atípico. Como as inscrições foram gratuitas e a premiação foi reduzida, vimos vários novos nomes e sentimos a ausência de outros já consagrados.
Foi uma oportunidade para aqueles que nunca competiram conhecerem o formato competitivo. Infelizmente, em Pirambu, tivemos que interromper o campeonato por falta de segurança para os atletas e à comissão técnica devido ao comportamento agressivo de um surfista local que, inconformado com sua desclassificação, juntou-se a seu “bando” e invadiu a área do evento.
Tivemos, além desses eventos, a 2ª etapa do Intercolegial e dois circuitos: o Aracaju Surf Power, com três etapas, uma na Aruana e duas na Praia do Meio, apoiado pela MSG Adventures e o novo site dropagora.com.br e o Natural Art Open de Surf que ainda não foi finalizado mas já realizou duas etapas com forte apoio logístico.
Em todos a Federação (FSS) esteve presente garantindo que todas as práticas estivessem de acordo com as regras da Confederação Brasileira. Foi ai que nós vimos o despreparo e a falta de informação de vários atletas. Os iniciantes, por assim serem, demonstraram vontade de aprender mas total desconhecimento. Não se pode querer participar de uma competição, seja ela qual for, sem conhecer suas regras. E estas estão disponíveis gratuitamente na Internet, basta buscá-las. Nas outras categorias, onde já se espera que os atletas demonstrem conhecimento e táticas de competição, ainda vimos muito despreparo, tanto técnico quanto comportamental. Como já citei noutra matéria, não basta surfar bem, é preciso conhecer “o jogo”. O fato de não conhecer bem as regras gera, algumas vezes, desclassificações e comportamentos inaceitáveis, inclusive puníveis rigorosamente.
Todo competidor deve zelar pela sua postura. Deve comportar-se como um atleta desde sua preparação até a competição. Isso inclui disciplina, educação e conhecimento técnico.
Os organizadores estão fazendo a parte deles. Recentemente foi oferecido um curso para juízes com o Diretor Técnico da Associação Nordestina de Surf, o qual abrangia além de critérios de julgamento, regras de interferência e técnicas de competição. Mais uma vez vimos desinteresse por parte de alguns, pois foi uma excelente oportunidade para todos que pretendem aperfeiçoar-se em competições, mas apenas quinze pessoas participaram.
Para 2009 temos várias promessas: uma nova diretoria na FSS, contratos com patrocinadores que garantiram vários eventos, a possibilidade de uma etapa do nordestino e a continuação do Natural Art. Tudo indica que teremos um ano ainda melhor. Cabe a todos, organizadores e competidores, diante dessa explosão do surf, fazerem a sua parte de forma cada vez mais profissional para sermos reconhecidos e crescermos como esportistas e pessoas que somos.
segunda-feira, janeiro 04, 2010
De quem é o direito?
O surf é um esporte nobre. No início só podia ser praticado pelos reis. Ainda hoje, em algumas ilhas da Polinésia, é preciso pedir autorização ao rei da ilha para surfar. E olhe que lá não existe crowd! É apenas uma questão de respeito.
Infelizmente muitos surfistas desconhecem o real espírito do surf. A sua essência: o simples e inigualável prazer de surfar ondas perfeitas com apenas alguns amigos. Aos poucos, esse “feeling” está se perdendo. Alguns culpam o sucesso que o esporte atingiu; outros as competições. Não concordo! Acredito que mesmo no crowd seja possível sentir aquilo que só o surf nos proporciona. Desde que haja respeito e educação.
Uma onda só pode ser surfada em toda sua plenitude por um surfista. Até mesmo porque mais de um na onda aumenta o risco de acidente aos dois. Mas, quando mais de um rema para a mesma onda, de quem é o direito de surfá-la? É simples. Existem regras para definir cada situação. Os competidores as conhecem. Todos podem ter acesso a elas. No site da Confederação Brasileira (www.cbsurf.com.br) pode ser baixado todo o livro de regras.
Contudo, um princípio básico define, de modo geral, a maioria das situações. Aquele que estiver na parte mais crítica da onda terá o direito incondicional de surfá-la em toda sua extensão. Por parte mais crítica entende-se o pico, a parede mais próxima da espuma. Isto vale para baterias de três ou quatro atletas, como também para o dia-a-dia quando duas ou mais pessoas remam para uma mesma onda, não importando quem ficou em pé primeiro. Aquele mais próximo da espuma pode virar para a parede e os outros devem abortar a remada ou, se já estiverem na onda, devem sair dela imediatamente, evitando prejudicar o potencial daquela onda. Cabe, a quem estiver disposto a disputá-la, buscar posicionar-se na parte interna, mais crítica. Alguns surfistas mais experientes utilizam artimanhas para conseguir tal posicionamento. Desde que seja de forma honesta, é válido. Dar um balão, ou seja, remar por trás, é uma delas. É preciso ter uma boa remada para isso. Para iniciantes e para os que não estão em plena forma, o melhor a fazer é afastar-se do crowd. Essa atitude, tanto fará com que peguem mais ondas como também evitará acidentes.
No caso de baterias homem x homem, ainda existe o critério de prioridade, onde quando um atleta pega uma onda passa a prioridade ao adversário, desde que este esteja no outside, e com a prioridade, poderá escolher a onda que quiser, desconsiderando assim o critério anterior, de colocação.
Nas competições, aquele que comete interferência é punido com o corte pela metade da sua segunda melhor nota. Em caso de reincidência na mesma bateria, pontuará zero. Surfar na área demarcada para competição também é interferência. É desrespeito aos atletas. Assim como descer onda em pé antes de iniciado e depois de terminado o tempo da sua bateria. Isso causa confusão nos juízes.
A verdade é que ninguém gosta de dividir a mesma onda. Nem com os melhores amigos. Todavia, temos quilômetros de praias. A qualidade não é a mesma em todos os picos, mas tem onda pra todo mundo. É só procurar. Afinal, não somos nobres?
domingo, janeiro 03, 2010
Como avaliar uma onda
Avaliar uma onda é algo complexo.
O surf competitivo está fazendo trinta anos. Tudo mudou: as pessoas, os equipamentos, as atitudes, etc... O esporte cresceu, enriqueceu e desenvolveu-se em todos os sentidos e é obvio que o critério de avaliação acompanhou essa evolução. Os surfistas, ao longo desse período e principalmente na última década, estão desenvolvendo novas manobras, ficaram extremamente radicais. Com isso, os juízes precisam acompanhar essas mudanças para adaptá-las os critérios de julgamento.
Lembro quando o maior percurso fazia a diferença. Noutra época, valorizou-se a quantidade de manobras. O estilo também já esteve no critério. Um dos ícones dos anos noventa disse: “style is basicaly everything” (Estilo é basicamente tudo).
Acredito que temos hoje um critério bastante abrangente mas que, ao mesmo tempo, define a linha a qual o atleta deve seguir para pontuar bem e vencer suas baterias.
Os juízes e os atletas chegaram a seguinte conclusão: O surfista deve executar manobras radicais e controladas nas partes mais críticas da onda com velocidade, força e fluidez para aumentar o potencial de pontuação. Deverá ser levado em conta o surf inovador e progressivo assim como a variação de manobras na hora de pontuar a performance apresentada. O surfista que seguir este critério com o maior grau de dificuldade e controle nas melhores ondas receberá as melhores notas.
É preciso interpretar com cuidado esse critério. Adaptar-se a ele. Os competidores às vezes são radicais mas surfam sem controle, noutras executam as manobras com força porém são conservadores e não variam o repertório.
Aos juízes cabe extrair de cada performance os detalhes que mais se aproximam do critério exigido, levando em consideração as condições do mar.
Essa interpretação, apesar da clareza do critério, é subjetiva. Cada juiz tem uma percepção. Um sentimento. Uma identificação. Mas isso, apesar de influenciar, não pode escapar do foco. Ou seja, acima de tudo está o Critério.
Como cada onda é julgada por, no mínimo, três juízes, sob a supervisão de um juiz chefe(Head Judge), as notas são pontuadas dentro de uma perspectiva ampla, embora sejam incluídas numa escala pré-determinada. Seja ela: ruim (0,1 a 2,5), regular (2,6 a 4,1), boa (4,2 a 6,1), muito boa (6,2 a 7,9) e excelente (8,0 a 10,0).
A ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) vem aceitando divergências entre juízes de até 1,5 pontos para uma mesma onda. Isto é perfeitamente aceitável. Vem da interpretação.
Sendo assim, sugiro que aqueles que pretendem participar dos campeonatos, acompanhem as atualizações, informem-se sobre critérios, pois não basta surfar bem, ser radical, agressivo ou mandar um super aerial, é preciso adaptar-se as regras.